Ibovespa futuro recua, em linha com as bolsas no exterior e com recuo das commodities

Principal índice da bolsa brasileira recua na abertura dos negócios, após avanço da véspera puxado por Vale e Petrobras

Vitor Azevedo

(Gearstd/Getty Images)

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O Ibovespa futuro opera em queda no inicio do pregão desta quinta-feira (12), acompanhando a performance dos principais contratos americanos no pré-mercado. Às 9h20, o contrato com vencimento em junho caia 1,02%, aos 104.485 pontos.

Nos Estados Unidos, os futuros do Dow Jones, do S&P 500 e da Nasdaq recuam, respectivamente, 0,77%, 1,04% e 1,64%. Por lá, investidores continuam repercutindo o fato de a inflação ao consumidor ter avançando 0,3% em abril, acima do consenso de 0,2%.

“Mercados amanhecem negativos enquanto ainda digerem os dados de inflação ao consumidor (CPI) dos EUA, que veio acima das expectativas e mantém viva a possibilidade de o Fed acelerar ou alongar o ciclo de aperto do juro americano”, comenta a XP Investimentos, em seu morning call.

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Na Europa, os índices têm forte queda. O DAX, da Alemanha, cai 1,70%. O FTSE, do Reino Unido, recua 1,93%. O CAC 40, da França, tem baixa de 2,24%. O STOXX 600, de toda a zona do Euro, retrocede 1,63%.

Por lá, além de pesar o sentimento geral causado pela inflação ainda forte nos Estados Unidos, investidores repercutem também a publicação de dados mais fracos do que o esperado no Reino Unido – o país divulgou, mais cedo, uma produção industrial, números do serviço e prévia do produto interno bruto (PIB) frustrando o consenso.

Na Ásia, a perspectiva de alta dos juros se fez pesar sobre as companhias de tecnologia, que foram as principais quedas – a chinesa Alibaba (BABA34) caiu mais de 6,5% e o japonês SoftBank, conhecido por investir em companhias do setor, despencou 8%.

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A bolsa de Shanghai, com menor exposição às techs, ficou próxima da estabilidade. O HSI, de Hong Kong, porém, caiu 2,24%. O Nikkei, do Japão, recuou 1,77%. O Kospi, da Coreia do Sul, teve baixa de 1,63%.

Além da perspectiva de alta de juros nos EUA, na Ásia, pesa sobre os índices o fato de a autoridade monetária de Hong Kong ter anunciado a recompra de HK$ 1,59 bilhão para fortalecer a moeda local, o que deve tirar liquidez da economia local.

Nas commodities, o minério de ferro viu seu preço cair 1,36% no porto de Dalian, com a tonelada negociada a US$ 117,17. O petróleo também recua, com o Brent negociado a US$ 105,56.

Ibovespa futuro repercute dados do serviço e também inflação

No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que, em março, o volume de serviços no país cresceu 1,70% na base mensal, ante consenso de 0,80%.

Apesar de sinalizar que a economia brasileira continua aquecida – com o setor de serviços representa quase 70% do PIB nacional – o índice também pode trazer pressão para a curva de juros, pressionando a inflação. Ontem o mesmo IBGE divulgou que a inflação de abril avançou 1,06%, acima do consenso, apesar de desacelerando em relação em março.

A curva de juros de médio e longo prazo recuam, após abrirem em leve alta no início da sessão. O rendimento do DI com vencimento em janeiro de 2023 tem alta de dois pontos-base, indo a 13,34%, e o do DI para 2025 recua quatro pontos, para 12,40%. Na ponta longa, os DIs para janeiro de 2027 e 2029 veem suas taxas recuarem 0,06 p.p, a 12,24% e 0,05 p.p, a 12,35%, respectivamente

O dólar volta a avançar sobre o real, com o contrato futuro subindo 0,85%, a R$ 5,22. O dólar comercial avança 0,81%, a R$ 5,185 na compra e a R$ 5,186. O DXY avança 0,56%.

Análise técnica por Pamela Semezatto, analista de investimentos e especialista em day trader da Clear Corretora

Ibovespa

“Índice teve candle de alta ontem, mas com muito pavio superior. Isso nos indica que, por enquanto, é só um movimento de repique. Para pensarmos em compras, precisamos de dias com deslocamento na alta e de preferência que passe acima do último topo (intermediário), que está em 108.370 pontos”.

Dólar

“O dólar futuro continua acima do suporte de R$ 5,13 e, enquanto estiver acima desse ponto, ainda indica mais altas. A próxima resistência está em R$ 5,270. Caso volte abaixo desse suporte, podemos ter uma retomada para a tendência de baixa”.

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