Ibovespa Futuro opera perto de zero de olho no exterior; PIB sobe 1,1% em 2018

A Petrobras teve lucro líquido de R$ 25,78 bilhões, conseguindo assim seu primeiro resultado positivo anual desde 2013

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – O mercado doméstico deve digerir o resultado da Petrobras e o PIB do ano passado, enquanto as bolsas internacionais são pressionadas pelo término abrupto da rodada de reuniões entre Donald Trump e Kim Jong-Un, presidente da Coreia do Norte, sem que um acordo fosse fechado. Os Estados Unidos também divulgam seu PIB de 2018 hoje.

Neste contexto, às 9h12 (horário de Brasília), o Ibovespa futuro tinha alta de 0,05%, a 98.005 pontos. O dólar comercial tinha alta de 0,38%, para R$ 3,744. 

No mercado de juros, o contrato futuro com vencimento em janeiro de 2021 subia de 7,07% para 7,09%, e o DI para janeiro de 2023 avançava de 8,19% para 8,21%.

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A economia brasileira cresceu 1,1% no ano passado, para R$ 6,8 trilhões, na segunda expansão seguida após a contração nos anos de 2015 e 2016. O número veio praticamente em linha com a estimativa mediana do mercado, que era de 1,2%, segundo a Bloomberg. O PIB per capita teve ligeira alta de 0,3% em termos reais, alcançando R$ 32.747 no ano passado.

No âmbito corporativo, a Petrobras teve lucro líquido de R$ 25,78 bilhões, conseguindo assim seu primeiro resultado positivo anual desde 2013. Além disso, a petrolífera registrou um Ebitda recorde de R$ 114,9 bilhões em 2018, mas o resultado do quarto trimestre ficou abaixo das expectativas. 

No cenário político, Brasília já está esvaziada de parlamentares que seguiram para suas cidades antes do feriado prolongado de Carnaval, mas a articulação política para obter a aprovação da reforma da Previdência no Congresso segue no radar dos investidores. Os parlamentares cobram as regras para a reforma dos militares e apoiadores da candidatura de Bolsonaro se mostram menos afeitos às novas regras de aposentadoria apresentadas e presidente pode perder sua maior fonte de apoio: a internet. 

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Enquanto isso, Bolsonaro recebe Juan Guaidó, presidente autoproclamado da Venezuela, sem as pompas de uma autoridade, mas em um claro recado ao mundo de que está do lado contrário ao de Nicolás Maduro. 

O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura

Bolsas mundiais

As bolsas dos Estados Unidos apontam para uma abertura em queda após a rodada de reuniões entre o presidente Donald Trump e o líder norte-coreano Kim Jong-Un, no Vietnã, terminar antes do previsto e sem um acordo. Foi o segundo encontro histórico de Trump e Jong-un, ocorrerá em duas etapas. 

Uma declaração divulgada pela Casa Branca diz que “os dois líderes discutiram diversos meios para avançar a desnuclearização e conceitos econômicos. Nenhum acordo foi fechado desta vez, mas suas respectivas equipes esperam se encontrar no futuro.”

Em entrevista coletiva, Trump declarou que os norte-coreanos “queriam que as sanções fossem suspensas por completo, mas nós não poderíamos fazer isso. Portanto, precisávamos nos retirar” . “Mesmo sem acordo, Kim prometeu que não vai reiniciar os testes nucleares e de mísseis”, acrescentou o presidente dos Estados Unidos. Kim não falou com jornalistas. 

Os líderes vinham tentando uma reconciliação antes da desnuclearização da Península Coreana.

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A interrupção da rodada de encontros sem acordo impactada negativamente as bolsas europeias, que operam em queda. Os principais índices das bolsas asiáticas também fecharam no negativo.

No mercado de commodities, os preços do petróleo recuam após o recorde de produção nos Estados Unidos e o enfraquecimento das indústrias na China. O minério de ferro sobe quase 2% no mercado futuro de Dalian, na China.

Reforma da Previdência 

O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, avaliou ontem (27) como “cláusula pétrea” e questão “inegociável” a obtenção de uma economia de no mínimo R$ 1 trilhão no período de 10 anos a partir da aprovação da proposta da reforma da Previdência. Segundo ele, não há condições de negociar este ponto com o Congresso Nacional. Cláusula pétrea é um dispositivo da Constituição que não pode ser alterado.

O caminho no Congresso, no entanto, segue tortuoso. A colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, conta que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, tem feito pressão para que o governo alimente seus seguidores na internet com argumentos favoráveis às mudanças na reforma da Previdência. Ele defende que a mesma máquina de propaganda usada na eleição de Bolsonaro seja acionada agora. Veja mais sobre a batalha da comunicação para a Previdência clicando aqui. 

Mas a estratégia não é tão simples quanto parece. A equipe de Guedes já recebeu sinais, no entanto, de que grupos majoritariamente bolsonaristas, como policiais civis, militares, federais e rodoviários, resistem à reforma.

Há ainda a reforma dos militares no caminho. Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo aponta que o aumento de salários para os militares das Forças Armadas e das gratificações para quem tem especializações são o ponto que trava o envio ao Congresso do projeto de lei que modifica as regras de aposentadoria da categoria. Deputados, por sua vez, condicionam a tramitação da reforma da Previdência ao envio do projeto dos militares.

Noticiário político

O presidente Jair Bolsonaro receberá Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela, hoje, às 14h (de Brasília), no Palácio do Planalto. O encontro foi confirmado pelo porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros. Apesar de o Brasil reconhecer Guaidó como presidente interino da Venezuela, o encontro não será tratado como uma visita de Estado.

Enquanto o governo volta a se posicionar contra Nicolás Maduro, reportagem da Folha de S. Paulo destaca que o primeiro mês da nova legislatura do Congresso termina hoje sem que a gestão de Bolsonaro tenha conseguido formar base aliada e com um isolamento progressivo de seu partido.

Agora, Bolsonaro busca contornar a irritação de líderes do Legislativo com o Planalto para diminuir a incerteza em relação à reforma da Previdência, principal pauta econômica do início do governo, e ao pacote anticrime do ministro da Justiça, Sergio Moro, outra bandeira do mandato.

O presidente tenta conter uma articulação do Centrão, que passou recados ao governo de que poderia procrastinar a reforma da Previdência, destaca o jornal. Bolsonaro se comprometeu a tornar reuniões com líderes rotineiras, ainda que não tenha fixado periodicidade. 

Noticiário corporativo

>> A Marfrig teve R$ 2,2 bilhões de lucro líquido no quarto trimestre de 2018, o que reverteu o prejuízo dos outros 9 meses do ano e resultou em um lucro líquido acumulado de R$ 1,4 bilhão em 2018. É o primeiro balanço desde o terceiro trimestre de 2015 em que a empresa reporta lucro contábil – e isso tem tudo a ver com a estratégia de retorno às origens iniciada nos últimos meses.

Em agosto de 2018, a Marfrig fechou a venda da Keystone, unidade internacional de alimentos processados, para a Tyson Foods por US$ 2,4 bilhões. Entre dezembro e fevereiro, a empresa fechou duas operações que reforçam o foco. Primeiro, a fábrica de hambúrgueres da BRF por R$ 100 milhões em Várzea Grande, no Mato Grosso. Depois, uma troca de frigoríficos com a Minerva por uma planta no mesmo complexo inicial por mais R$ 40 milhões. O impacto dessas duas operações será sentido apenas no balanço do primeiro trimestre deste ano, quando haverá a liquidação dos valores investidos.

Ainda sobre a empresa, a Marfrig Global Foods pode considerar uma oferta de ações dos EUA entre as opções para destravar valor e reduzir o custo de crédito, disse seu diretor executivo.

“Podemos olhar para o mercado americano se fizer sentido – não descartamos nada”, afirmou o CEO Jose Oliveira Miron, em uma entrevista em São Paulo, na quarta-feira. Embora não haja qualquer movimentação em curso, o executivo disse que a empresa está aberta a “boas soluções”.

>> A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou o rating das debêntures de infraestrutura da Vale de ‘Baa3’ para ‘Ba1’ em escala global e para ‘Aaa.br’ em escala nacional. A perspectiva para as notas é negativa.

De acordo com a Moody’s, o rebaixamento deve-se ao aumento dos riscos de crédito após a tragédia em Brumadinho, assim como as “consideráveis incertezas’ associadas ao impacto total.

>> A Petrobras reverteu o prejuízo de R$ 5,48 bilhões do quarto trimestre de 2017 e registrou um lucro líquido de R$ 2,10 bilhões entre outubro e dezembro de 2018. O resultado ficou bem abaixo dos R$ 8,91 bilhões esperados pelos analistas, segundo mediana apontada pela Bloomberg.

A companhia justificou o lucro por conta da redução do preço do barril do petróleo tipo Brent e das margens nas vendas de derivados, além da ocorrência de itens especiais, que totalizaram R$ 6,3 bilhões, incluindo um acordo com a ANP relacionado ao Parque das Baleias, impairment e perdas com contingências.

No acumulado do ano passado, a estatal conseguiu registrar um lucro líquido de R$ 25,78 bilhões, conseguindo assim seu primeiro lucro anual desde 2013. Além disso, a petrolífera registrou um ebitda recorde de R$ 114,9 bilhões entre janeiro e dezembro.

O endividamento da companhia teve forte queda desde o seu auge, em 2015, quando era de US$ 126,3 bilhões. No ano passado, a dívida da Petrobras ficou em US$ 84,4 bilhões.

Ainda no radar da companhia, a Petrobras afirmou não reconhecer responsabilidade sobre as alegações de investidores que entraram com 5 pedidos de arbitragem contra a empresa na Câmara de Arbitragem de Mercado da B3.

Por outro lado, a Petrobras disse que poderia usar metade do valor já pago por conta do acordo de assunção de compromissos celebrado com o Ministério Público Federal, “para satisfazer eventuais condenações nestas arbitragens”.

>> A Ambev registrou um lucro líquido de R$ 3,36 bilhões entre outubro e dezembro de 2018. As vendas líquidas somaram R$ 16,02 bilhões, acima da maior estimativa compilada pela Bloomberg, de R$ 15,55 bilhões. Já o Ebitda ajustado ficou em R$ 7,48 bilhões, com margem de 46,7%.

Já o lucro líquido ajustado, que exclui eventos extraordinários do resultado, foi de R$ 3,724 bilhões no quarto trimestre, queda de 17,3% na base anual e totalizando R$ 11,591 bilhões no consolidado do ano.

>> O Burger King apurou um lucro líquido de R$ 83,6 milhões no 4º trimestre de 2018, um aumento de 283% em relação ao mesmo período do ano anterior. Segundo a companhia, o resultado é reflexo de um crescimento da receita operacional, alavancagem operacional e ao efeito não recorrente do reconhecimento do imposto de renda deferido ativo no valor de R$ 30 milhões.

A receita líquida da companhia fechou o trimestre em R$ 718,1 milhões (+37,4%), enquanto o Ebitda (Lucros Antes e Juros, Impostos, Depreciação e Amortização, na sigla em inglês) somou R$ 109 milhões no trimestre, alta de 62,7%.

>> A Movida reportou um lucro líquido de R$ 52 milhões no 4º trimestre de 2018, alta de 160% em relação ao mesmo período de 2017. A companhia teve uma receita líquida de R$ 713 milhões (+25%) e um Ebitda de R$ 142 milhões (+66%).

>> A Gol apurou uma receita líquida de R$ 3,2 bilhões no 4º trimestre de 2018, alta de 10,1% com relação ao mesmo período do ano anterior. A companhia atribui o resultado à maior demanda com otimização na precificação. No período, o lucro operacional foi de R$ 672 milhões e o Ebitda somou R$ 851 milhões (+60,6%).

>> O grupo Fleury teve lucro líquido de R$ 58,2 milhões no quarto trimestre, queda de 10% sobre resultado obtido um ano antes. A  receita líquida foi de R$ 654,8 milhões, alta de 12,5%, e o ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 11,2%, para R$ 145,4 milhões. A margem ebitda recuou de 22,4% para 22,2%.

>> A EDP Brasil registrou lucro líquido de R$ 524 milhões no quarto trimestre, aumento de 161,3% na comparação anual. O resultado foi ajudado pela entrada de recursos após a venda de pequenas hidrelétricas à norueguesa Statkraft.

A receita líquida no trimestre foi de R$ 2,97 bilhões, queda de 16,1% na comparação anual, e o ebitda foi de R$ 847,3 milhões, valor 50,8% maior que o observado no mesmo trimestre de 2017.

(Com Agência Estado e Agência Brasil)