Ibovespa Futuro opera entre perdas e ganhos seguindo exterior e com desvalorização cambial no radar

Mercado continua fraco e investidores estrangeiros estão cada vez menos a vontade para manter capital em países emergentes

Ricardo Bomfim

Painel de ações e gráfico (Crédito: Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre praticamente estável nesta terça-feira (20) pressionado ainda pelas vendas em emergentes em meio ao cenário de Estados Unidos receosos em cortar juros e perspectivas de desaceleração da economia global.

Às 09h11 (horário de Brasília) o contrato Futuro do Ibovespa para outubro subia 0,22% a 100.400 pontos, enquanto o dólar futuro para setembro cai 0,4% a R$ 4,062. 

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 recua dois pontos-base a 5,45%, ao passo que o DI para janeiro de 2023 tem queda de um ponto-base a 6,42%. 

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Hoje pela manhã, os mercados internacionais operam em sentidos diversos, perto da estabilidade, cautelosos com a possibilidade de uma recessão global. Mas a principal preocupação no Brasil é com a desvalorização do real frente ao dólar, puxada pela saída de investimentos estrangeiro na B3, que se aproxima do recorde da série histórica iniciada em 1996, com saldo negativo de R$ 19,16 bilhões entre janeiro e 15 de agosto, destaca o jornal Valor Econômico

Com uma agenda de indicadores esvaziada, destacam-se os debates sobre a reforma tributária, com a rejeição de parte dos líderes da Câmara de um novo imposto aos moldes da antiga CPMF, e as trocas no comando da Receita Federal, com a saída do segundo integrante mais importante em meio à uma crise no órgão. 

Os investidores também seguem à espera do Jackson Hole desta semana, conferência que reúne economistas, acadêmicos, participantes do mercado e representantes do governo, onde o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, pode sinalizar outro corte de juros para setembro. “Além disso, a ata da última reunião será divulgada na próxima quarta e será monitorada atentamente”, destaca a equipe de análise da XP. 

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Já sobre os desdobramentos da guerra comercial, as tensões entre EUA e China também diminuíram um pouco depois que o secretário de comércio americano confirmou prorrogação das restrições à Huawei por mais 90 dias.

No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro oficializa, às 16h00, em cerimônia no Palácio do Planalto, a mudança na correção dos contratos de financiamento imobiliário, que passarão a ser reajustados pelo IPCA, ao invés da Taxa de Referência (TR).

Já na Argentina, os investidores seguem repercutindo a troca do ministro da Fazenda. Hernán Lacunza entra no lugar de Nicolás Dujovne, que pediu demissão após o presidente argentino, Mauricio Macri, tomar medidas populistas como o congelamento dos combustíveis e a redução dos impostos para a classe média. 

Noticiário Corporativo

A gestora de investimentos GoldenTree Asset Management, maior acionista da Oi, com 14,57% de participação, manifestou preocupação com as finanças da operadora e pediu a troca do presidente executivo, Eurico Teles.

“O conselho deve nomear um CEO (presidente executivo) que possa implementar a reestruturação operacional e buscar as oportunidades de valor agregado descritas pela empresa no seu recém lançado plano estratégico”, escreveu a acionista, numa carta enviada ao conselho de administração.

A carta tem data de 16 de agosto, dois dias após a divulgação do balanço da Oi referente ao segundo trimestre, quando foi revelado que o prejuízo da operadora subiu 24%, para R$ 1,6 bilhão, enquanto o dinheiro disponível em caixa recuou 17,4%, para R$ 4,3 bilhões.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informou que abriu inquérito para investigar eventual inobservância de deveres fiduciários de administradores da Vale por fatos ligados ao rompimento da barragem de Brumadinho (MG), ocorrida em 25 de janeiro e que deixou mais de 240 mortos. 

De acordo com a autarquia, o inquérito diz respeito aos deveres da companhia em relação aos seus acionistas e investidores. “Tal apuração não inclui atuação sobre questões relativas à legislação ambiental, as quais vêm sendo objeto de atuação das instituições competentes”, diz trecho do comunicado.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.