Ibovespa Futuro opera entre perdas e ganhos com cautela na guerra comercial; dólar cai seguindo Chile

Pré-market registra perdas ainda na esteira das negociações comerciais entre Estados Unidos e China

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em queda nesta sexta-feira (29) pressionado pelas bolsas internacionais, que ainda refletem a assinatura do presidente americano Donald Trump de uma lei em apoio aos manifestantes de Hong Kong. Apesar do discurso duro, as autoridades da China ainda não anunciaram qual será a retaliação tomada contra os Estados Unidos.

Às 9h17 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para dezembro caía 0,05%, a 108.590 pontos. Já o dólar futuro com o mesmo vencimento registrava perdas de 0,07%, a R$ 4,186. O dólar comercial, por sua vez, tem queda mais forte, de 0,48%, a R$ 4,1959 na venda, acompanhando o peso chileno, que se recupera com ganho de quase 4% em relação à moeda americana após anúncio de intervenção do Banco Central do país.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 cai dois pontos-base 4,67% e o DI para janeiro de 2023 recua dois pontos, para 5,85%. Os juros futuros acompanham baixa do dólar após desemprego recuar dentro do previsto em outubro na sequência da revisão positiva dos dados da balança comercial na véspera.

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Entre os indicadores desta sexta, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua, mostrou uma queda na taxa de desemprego de 11,8% para 11,6% no trimestre encerrado em outubro. O dado veio em linha com a mediana das estimativas do consenso Bloomberg.

No Brasil, após o cheque especial, governo busca alterações no cartão de crédito. Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, o parcelamento de compras sem juros está na mira e uma das medidas em análise é restringir o número de parcelas deste tipo de operação, que é visto pela equipe econômica como uma forma de crédito.

Cartão e Cheque Especial

Depois de travar os juros do cheque especial em 8% ao mês (o equivalente a 150% ao ano), a equipe econômica mira agora as operações com cartão de crédito, segundo o Estadão. Uma das distorções apontadas pelo Banco Central (BC) – e que o governo quer atacar – é a possibilidade de parcelar as compras no cartão de crédito sem juros.

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Segundo apurou o Estado, uma das medidas em análise é restringir o parcelamento nesse tipo de operação. Na prática, o parcelamento sem juros acaba funcionando como uma forma de crédito. “Alguém paga essa conta”, disse ao Estado uma fonte da equipe econômica que acompanha os estudos para um novo desenho para o produto.

A alteração das regras, no entanto, deve demorar um pouco mais pela “complexidade” de funcionamento desse tipo de meio de pagamento. Para vender parcelado aos seus clientes sem juros, os lojistas pagam uma taxa mais alta para o emissor do cartão.

O governo já fez mudanças na regulação do cartão, mas não está satisfeito com os juros cobrados nessa linha de crédito, que chegaram a 317,22% ao ano em outubro passado, de acordo com dados do Banco Central.

A decisão de limitar os juros foi criticada pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que falou em “tabelamento de preços”, e, segundo especialistas, pode prejudicar a oferta de crédito pelos bancos e ter um efeito contrário ao desejado pelo Banco Central (BC), diz o Globo.

O BC informou ainda que colocou em consulta pública, até 31 de janeiro de 2020, “propostas normativas para implementação no País do Sistema Financeiro Aberto (Open Banking) e do Ambiente Controlado de Testes para Inovações Financeiras e de Pagamento (Sandbox Regulatório), bem como para disciplinar a atividade de escrituração de duplicata escritural”.
De acordo com o BC, as três ações buscam “aumentar a eficiência do Sistema Financeiro Nacional, fomentando a inovação, a transparência, a concorrência e a inclusão financeira e estão inseridas na Agenda BC#”.

O open banking é um conceito que prevê o compartilhamento dos dados bancários dos clientes, com prévia autorização do titular. A partir disso, será possível a um cliente bancário visualizar, por exemplo, em um mesmo aplicativo, o extrato consolidado de todas as suas contas bancárias e investimentos.

Noticiário Corporativo

No noticiário das empresas, a Petrobras selecionou Sinopec, da China, Mubadala, de Abu Dhabi, e Ultrapar e Raizen do Brasil, para a segunda rodada de venda de refinarias, segundo informaram fontes à Reuters. Ultrapar, Raizen e Mubadala não comentaram; Petrobras e Sinopec não comentaram imediatamente à agência. Já a PetroRio comprou fatia de Frade da Petrobras por US$ 100 milhões.

Na Usiminas, a siderúrgica aprovou o adiamento da reforma do Alto Forno na Usina de Ipatinga em 12 meses. A Iguatemi exerceu direito e adquiriu shoppings por R$ 260,1 milhões.

Na Alliar, Sami Foguel foi eleito CEO, Fernando Terni renuncia. A Fleury acertou a compra da Inlab por R$ 90 milhões e a Telefônica alienou 1.909 torres para Telxius por R$ 641 milhões. Já o GPA convocou AGE para 30 de dezembro para tratar de migração para Novo Mercado.

Por fim, o Banco do Brasil aprovou distribuir R$ 502,3 milhões em JCP relativos ao quarto trimestre de 2019. Os JCPs serão pagos em 30 de dezembro tendo como base a posição acionária de 11 de dezembro.

(Com Agência Estado, Agência Brasil, e Bloomberg)

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.