Ibovespa Futuro opera entre perdas e ganhos com atenção a vacinas e 2ª onda da Covid

Pré-market fica levemente descolado do exterior, que ainda repercute o fechamento de escolas na cidade de Nova York

Ricardo Bomfim

Mercado - ações (Foto: Getty Images)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro opera entre perdas e ganhos nesta quinta-feira (19) enquanto as bolsas internacionais seguem repercutindo a decisão de um novo fechamento de escolas na cidade de Nova York para conter o avanço da segunda onda do coronavírus.

Apesar disso, por aqui as notícias sobre vacinas trazem maior ânimo. Depois da Pfizer e da BioNTech afirmarem que sua profilaxia teve 95% de eficácia em testes finais, hoje desembarcaram 120 mil doses da vacina chinesa Coronavac. Em torno de 97% dos que receberam a dose mais baixa da vacina chinesa tiveram produção de resposta imune.

Vale lembrar, contudo, que essa vacina ainda está na última fase de testes e precisa ser aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser aplicada na população.

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Às 09h12 (horário de Brasília), o índice futuro para dezembro subia 0,22%, aos 106.110 pontos.

O dólar futuro com vencimento em dezembro registrava leve variação negativa de 0,14%, a R$ 5,357.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 sobe dois pontos-base a 3,31%, o DI para janeiro de 2023 tem alta de dois pontos-base a 4,99%, o DI para janeiro de 2025 avança cinco pontos-base a 6,83% e o DI para janeiro de 2027 registra variação positiva de quatro pontos-base a 7,62%.

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As notícias para o Brasil, entretanto, não foram positivas ontem. A agência de classificação de risco Fitch Ratings reafirmou a nota de crédito soberano “BB-” para o Brasil, mas seguiu com perspectiva negativa, chamando a atenção para os riscos fiscais do país em um ambiente de incerteza política doméstica e ressurgimento global das infecções pelo coronavírus.

Resultados da vacina de Oxford

Segundo resultados publicados na quinta-feira na revista científica The Lancet, a vacina contra o coronavírus Sars-Cov-2 e a farmacêutica AstraZeneca é capaz de gerar resposta imunológica em adultos de todas as idades. Ela tem efeito inclusive sobre adultos com mais de 70 anos, que correm o maior risco de serem gravemente afetados pela Covid.

Os resultados foram divulgados a partir de teste clínico de fase dois. O estudo da AstraZeneca foi realizado com 560 pessoas saudáveis, divididas em três grupos, com faixas etéreas de entre 18 e 55 anos, 56 a 69 anos e 70 anos ou mais.

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De acordo com o trabalho publicado na The Lancet, no 14º dia após a aplicação houve um pico na quantidade de células T, ligadas à reação imunológica do corpo. Após 28 dias da aplicação da dose de reforço da vacina, anticorpos neutralizantes do coronavírus foram encontrados em 99% dos pacientes de todas as idades.

Os resultados mais recentes divulgados pela parceria entre as farmacêuticas Pfizer e BioNtech, pela farmacêutica Moderna e pelos pesquisadores russos responsáveis pela Sputnik V indicam mais de 90% de eficácia dos produtos, e são mais avançados do que estes da AstraZeneca, de fase 3. Mas ainda não foram apresentados em publicações científicas.

Até o momento, o produto da AstraZeneca é a principal aposta do governo federal para imunizar a população brasileira. O governo federal fechou um acordo com a empresa, que prevê a compra de 100 milhões de doses pelo Ministério da Saúde, e distribuição com uso da infraestrutura da Fiocruz, caso a vacina seja aprovada pela Anvisa.

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No Brasil, a vacina vem sendo testado em fase 3, sob coordenação e Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Na quarta-feira, a Pfizer anunciou que seu produto desenvolvido em parceria com a BioNTech tem 95% de eficácia, superior ao que o patamar de 90% informado anteriormente, e acima do patamar de 94% anunciado pela Moderna sobre seu produto.

No mesmo dia, a Pfizer informou que fez uma proposta ao Ministério da Saúde para que seu produto possa ser usado na vacinação de milhões de brasileiros contra a covid-19 no primeiro semestre de 2021.
Na terça-feira, a empresa havia feito uma audiência com o Ministério da Saúde, para apresentar o andamento dos estudos clínicos da vacina e o plano de imunização desenvolvido pela empresa.

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Pesquisa Ibope, violência e apagão no Amapá

Pesquisa Ibope realizada entre os dias 16 e 18 de novembro indica que Bruno Covas (PSDB) está à frente de Guilherme Boulos (PSOL) na disputa pela prefeitura de São Paulo. Os candidatos têm, respectivamente, 47% e 35% das intenções de votos. A pesquisa foi encomendada em parceria entre TV Globo e o jornal O Estado de S. Paulo.

E, após dois anos de sucessivos recordes de quedas no número de assassinatos no Brasil, o país voltou a registrar aumento da violência nos primeiros nove meses de 2020. Foram registradas 32.298 mortes violentas no período, alta de 4%. Os dados são do Monitor da Violência, iniciativa do portal G1 que compila dados oficiais de 26 estados e do Distrito Federal.

Em 2019, a forte queda no índice de homicídios foi comemorada pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, atribuindo então ao resultado de suas políticas públicas.

O aumento das mortes em 2020 ocorre apesar de o ano ter sido marcado pela pandemia do novo coronavírus, que impactou a atividade econômica e fez com que menos pessoas se expusessem nas ruas, à medida que estados e municípios adotaram medidas de isolamento social.

Após um segundo apagão total no Amapá na terça-feira, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que vai ao estado nesta quinta, ao lado de representantes do Operador Nacional do Sistema Elétrico, da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e da EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

A crise teve início em 3 de novembro, após uma forte chuva e uma explosão seguida de incêndio comprometer três transformadores na mais importante subestação de energia do estado, em Macapá. Questionado na quarta-feira sobre a crise, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não respondeu.

Na agenda econômica, a equipe econômica vê pautas prioritárias destravadas apenas após fevereiro, com a sucessão no Legislativo, eleição e crise no Amapá atrasando reformas, segundo aponta a Folha de S. Paulo.

Contudo, Paulo Guedes, ministro da Economia, mostrou otimismo com a recuperação da economia: Guedes diz que crescimento em 2021 pode ficar acima de 4%. Ele ainda afirmou que o efeito do pagamento do auxílio emergencial a trabalhadores informais em 2020 ainda terá reflexo na economia nos primeiros meses de 2021.

Radar corporativo

A companhia aérea Gol afirmou nesta quarta-feira nova ampliação de oferta de voos e estimou que poderá voltar a utilizar os aviões Boeing 737 MAX, que consomem menos combustível que os atualmente operados pela empresa, até o final do ano.

A empresa afirmou que em novembro está operando com 50% da programação de voos que teve no mesmo mês de 2019, ampliando a oferta no mês para 372 voos diários ante uma média de 363 em outubro.

A Petrobras tomou diversas ações para regularizar a oferta de gás para termelétricas desde meados de outubro, mas diante do salto na demanda pelo insumo para geração de energia ainda não conseguiu atender duas térmicas do Nordeste e uma terceira tem sido atendida apenas parcialmente, disse a estatal à agência de notícias Reuters.

A Vittia Fertilizantes e Biológicos pediu registro para uma oferta inicial de ações (IPO), envolvendo ofertas primária e secundária de seus papéis. O pedido de registro da oferta ocorre em um momento em o juro em mínima recorde leva empresas a avançarem com planos de abrir capital, mas muitas delas têm abandonando tais planos diante da volatilidade do mercado.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.