Ibovespa futuro opera em queda, em dia marcado por cautela e com situação fiscal no radar

Investidores aguardam a publicação do payroll americano e, no Brasil, monitoram a possibilidade de um novo furo no teto de gastos

Vitor Azevedo

(Gearstd/Getty Images)

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O Ibovespa futuro opera em queda no início do pregão desta sexta-feira (3). Às 9h15, o contrato do principal índice da Bolsa brasileira recua 0,82%, aos 111.995 pontos, acompanhando os principais índices americanos.

O dia lá fora é marcado por cautela. Investidores aguardam a publicação do Payroll americano, marcada para às 9h30 – a expectativa é que o relatório de empregos não-agrícolas traga a criação de 325 mil vagas contra as 428 mil de abril.

O Dow Jones futuro cai 0,44%, aos 33.072 pontos, o S&P 500 cai 0,68%, aos 4.147 pontos e o Nasdaq recua 1,08%, aos 12.755 pontos.

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“Investidores aguardam a divulgação dos dados do mercado de trabalho americano, a serem divulgados ainda nesta manhã. Dados mais fortes que o esperado poderão indicar um aperto monetário mais intenso por parte do Federal Reserve, uma vez que o mercado de trabalho segue apertado e os empresários relataram no “Livro Bege” que o preenchimento de vagas segue sendo um dos maiores desafios” comenta a XP Investimentos, em seu morning call.

Na Europa, os principais índices também operam sem tendência exata. O DAX, de Alemanha, avança 0,10%, bem como o STOXX 600, de todo o continente, que sobe 0,02%. O CAC 40, da França, recua 0,05%. A Bolsa de Londres, por sua vez, está fechada, em meio às festividades de comemoração de 70 anos do trono da Rainha Elizabeth II.

Os investidores, no Velho Continente, ainda estão digerindo os números da inflação da zona do euro, que atingiu 8,1% em maio, superando as expectativas e marcando o sétimo recorde consecutivo. Além disso, eles acompanham de perto o Banco Central Europeu (BCE) em busca de sinais sobre o ritmo e a escala dos aumentos das taxas de juros necessários para conter os preços ao consumidor.

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Na Ásia, os índices chineses estão fechados, por conta do feriado do Barco-Dragão. Nikkei, do Japão, e Kospi, da Coreia do Sul, fecharam em alta, com ganhos de, respectivamente, 1,27% e 0,44%.

Em commodities, com o mercado chinês fechado, o minério de ferro não tem grandes variações. O barril do petróleo Brent tem leve queda, de 0,29%, aos US$ 117,27.

Ibovespa futuro repercute produção industrial

No Brasil, investidores repercutem a publicação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que trouxe que a produção industrial do país em abril avançou 0,10%, dentro do consenso.

A curva de juros opera mista. Na ponta curta e no meio da curva, os DIs para 2025 e 2027 tem suas taxas, ambos, um ponto base, a 13,44% e 12,49%. Na ponta longa, os DIs para 2027 e 2029 têm suas taxas caindo dois pontos, os dois, para 12,36% e 12,45%.

Apesar de a produção industrial ter vindo dentro do consenso, a curva de juros segue pressionada pelo risco fiscal. “O governo continua discutindo uma forma de subsidiar combustível aos consumidores. Uma possibilidade é declarar “calamidade”, o que permitiria ao Tesouro gastar acima do teto constitucional de gastos”, explica a XP.

Segundo os analistas da corretora, no entanto, essa estratégia impediria o governo de aumentar os salários dos servidores públicos – outra meta do presidente Bolsonaro. Jornais locais indicam que uma alternativa é apresentar uma Proposta de Emenda Constitucional para permitir esses gastos extra-teto, em modo semelhante ao que o governo fez durante a pandemia.

O real perde força contra o dólar. O contrato futuro avança 0,20%, a R$ 4,848. O dólar comercial sobe 0,49%, a R$ 4,811 na compra e a R$ 4,812 na venda.

Análise técnica por Pamela Semezatto, analista de investimentos e especialista em day trader da Clear Corretora

Ibovespa

“Índice fechou o dia no positivo ontem e, se der continuidade hoje, podemos esperar pelo teste nos 115 mil pontos. Sem sinais de vendas por enquanto, segue com tendência indefinida no curto prazo e tendência de alta no curtíssimo prazo”.

Dólar

“Dólar futuro não conseguiu fechar acima da resistência de R$ 4,860 e mostrou um dia de equilíbrio ontem. Para confirmar um novo movimento de baixa, ainda precisa romper o fundo anterior de R$ 4,700”.

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