Ibovespa futuro opera em queda, com baixa das commodities, Copom e Fed no radar

Com restrições na China, petróleo e minério despencam; investidores monitoram ainda primeiro dia de reunião do Copom e Fed

Vitor Azevedo

(Gearstd/Getty Images)

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O Ibovespa futuro opera em queda no começo do pregão desta terça-feira (15). Às 9h35 (horário de Brasília), o contrato com vencimento para abril recua 0,45%, aos 110.295 pontos, em um dia marcado, até então, pela falta de direção das bolsas internacionais.

Nos Estados Unidos, os futuros avançam levemente. Investidores, por lá, operam com cautela, aguardando a decisão do Federal Reserve sobre a nova política monetária na maior economia do mundo, marcada para sair amanhã. Os contratos do Dow Jones, do S&P 500 e da Nasdaq para junho avançam, respectivamente, 0,06%, 0,14% e 0,34%.

Com as novas restrições na China, com mais de 17 milhões pessoas confinadas (inclusive em grandes centros econômicos) após novo recorde de casos de covid-19,  o preço das commodities continuam recuando – o que pode impactar a performance companhias como a Petrobras (PETR3;PETR4) e a Vale (VALE3) durante o pregão.

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O preço do contrato do barril de petróleo Brent para maio recua, próximo das 9h, 7,46%, a US$ 98,96. O preço do barril WTI para abril, por sua vez, cai 7,90%, a US$ 94,87. Já a tonelada do minério de ferro negociada em Dalian teve baixa de 4,61%, 756.000 iuanes, ou US$ 118,58.

Apesar de derrubar o preço das commodities, as restrições no gigante asiático, do outro lado, continuam impactando pesadamente os ativos de risco. O índice de Shanghai, um dos mais importantes da China, caiu 4,95% e foi a sua mínima em 52 semanas. O HSI, de Hong Kong, retrocedeu 5,72%, para seu menor nível desde fevereiro de 2016.

O esperado é que, mais uma vez, diversas cadeias produtivas sejam impactadas – a Foxconn, maior fornecedora da Apple, por exemplo, é uma das companhias que já anunciaram a interrupção do seu funcionamento.

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Além de tudo isso, investidores monitoram possíveis novas interferências do governo chinês em companhias de tecnologia, após relatório do JPMorgan divulgar que a Tencent pode ser indiciada por lavagem de dinheiro e que ao menos 28 ações de internet do país não são “veículos investíveis” nos atuais cenários geopolíticos.

“O dia começou marcado pelo medo dos investidores de que a China amplie sua aliança com a Rússia, assim como a intervenção do governo em setores estratégicos como o de tecnologia. Além disso, o país anunciou mais uma série de novos lockdowns, devido à maior onda de Covid que o país já viu desde o início da pandemia”, comenta a XP Investimentos, em seu morning call.

Na Europa, as tensões com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia continuam, com as negociações sobre um possível cessar-fogo travadas. “Em meio a relatos de intensificação de bombardeio de Kiev, a quarta rodada de negociações entre autoridades russas e ucranianas, realizada na segunda-feira, não produziu avanços. No entanto, os países acordaram em continuar as conversas nesta terça-feira”, afirma a XP.

No cenário interno, investidores de olho no Copom

No Brasil, se a queda das commodities é prejudicial a várias companhias que têm peso relevante no Ibovespa, do outro lado, ela tira a pressão da curva de juros durante o primeiro dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e afasta, até mesmo, certo temor fiscal, uma vez que autoridades vêm sinalizando desagrado com os reajustes de combustíveis.

“Ontem, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que não vê necessidade de decretar estado de calamidade, medida ventilada como solução de viabilizar recursos para subsidiar a gasolina. Pacheco acredita que o esforço deveria vir da Petrobrás, cujos lucros estariam demasiadamente altos. Outras soluções estão sendo estudadas, como aumentar temporariamente o Auxílio Brasil, pois seria um gasto mais focado na população mais pobre, enquanto a área política do governo gostaria de desonerar de impostos federais a gasolina”, lembra a XP.

O rendimento dos DIs com vencimento em janeiro de 2023 cai nove pontos-base, para 13,15%. Já o do DI para o primeiro mês de 2025 recua 20 pontos, para 12,47%. Na ponta longa, as taxas dos DIs para 2027 e 2029 têm baixa de, respectivamente, 20 e 18 pontos, para 12,295 e 12,39%.

A moeda brasileira ganha ainda força frente ao dólar, com o contrato da moeda americana para abril caindo 0,58%, a R$ 5,122.

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