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Ibovespa Futuro opera em alta no primeiro pregão de abril, com atenção à reunião de Haddad e Campos Neto e avanço do petróleo

Dados da inflação americana e arcabouço fiscal seguem no radar dos investidores

Felipe Moreira

B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Ibovespa Futuro opera com alta nos primeiros negócios desta segunda-feira (3), com atenções voltadas para primeira reunião oficial entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, desde a divulgação do novo arcabouço fiscal, enquanto o foco internacional estava na disparada dos preços do petróleo.

O encontro está previsto para a partir das 17h, no ministério da Fazenda, com presença do secretário-executivo da pasta, Gabriel Galípolo, e de diretores do BC.

A reunião vem depois de na quinta-feira passada o governo ter apresentado sua proposta para o novo arcabouço fiscal, que sugere uma trava para impedir que os gastos federais cresçam mais do que a arrecadação, mas conta também com um limite mínimo para a evolução das despesas, que crescerão sempre acima da inflação.

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Às 9h18 (horário de Brasília), o índice futuro com vencimento em abril operava com alta de 0,43%, a 102.340 pontos.

Apesar de mais curta em função do feriado de Sexta-feira Santa, a semana tem dados econômicos importantes para os investidores, incluindo dados de vagas de emprego na terça-feira, relatório de folha de pagamento privado da ADP na quarta-feira e o relatório mensal de empregos na sexta-feira.

Em Wall Street, os índices futuros operam sem direção única, repercutindo a disparada dos preços do petróleo após a decisão da Opep de reduzir a produção de petróleo em até 1,66 milhão de barris por dia, o que reavivou os temores de mais inflação.

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Agentes do mercado já estão prevendo alta de até 20% nos preços do petróleo, para US$ 95 o barril, após anúncio surpresa da Opep.

Nesta manhã, Dow Jones Futuro subia 0,32%, S&P Futuro recuava 0,16% e Nasdaq Futuro tinha baixa de 0,75%.

Dólar

O dólar comercial operava em queda de 0,39%, cotado a R$ 5,049 na compra e na venda. Já o dólar futuro para maio caía 0,25%, a R$ 5,074.

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No mercado de juros, os contratos futuros operam com alta por toda a curva de juros. O DIF24 (janeiro para 2024) opera com alta de 0,03 pp, a 13,20%; DIF25, +0,04 pp, a 12,00%; DIF26, +0,02 pp, a 11,92%; DIF27, +0,02 pp, a 12,08%; DIF28, +0,02 pp, a 12,26%; e DIF29, +0,01 pp, a 12,51%.

Exterior

Os mercados europeus sobem em sua maioria, com os mercados de petróleo em foco após um corte surpresa na produção pela OPEP +, um grupo composto por membros da OPEP como a Arábia Saudita e grandes produtores de petróleo não pertencentes à OPEP, como a Rússia.

As ações de petróleo e gás lideraram os ganhos, enquanto os papéis de viagens e lazer registram perdas.

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Ásia

Os mercados asiáticos fecharam com alta em sua maioria, repercutindo dados de atividade econômica de vários países da região, bem como a disparada nos preços do petróleo.

O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) de manufatura Caixin/Markit da China para março foi de 50, abaixo das estimativas de 51,7 de economistas consultados pela Reuters.

Já atividade fabril do Japão mostrou uma contração mais fraca em cinco meses. O índice de gerentes de compras de manufatura subiu para 49,2% em março, acima dos 47,7% de fevereiro.

O PMI da Coreia do Sul, por sua vez, caiu para 47,6 em março, em comparação com 48,5 em fevereiro, a maior contração em seis meses.

A Coreia do Sul também registrou uma queda na produção industrial em fevereiro, liderada principalmente pelas empresas de semicondutores.

Já a taxa básica de inflação da Indonésia em março desacelerou para 2,94% na comparação anual em março, abaixo dos 3,09% registrados em fevereiro.

Enquanto isso, o Banco da Central da Austrália deve elevar sua taxa de juros de referência em 25 pontos-base na terça-feira, para 3,85%, de acordo com uma pesquisa da Reuters com economistas.

As cotações do minério de ferro na china, por sua vez, operam com baixa, com traders preocupados com uma nova intervenção do governo no mercado após o rali da semana passada.

O planejador de governo já emitiu vários alertas nas últimas semanas contra o entesouramento e a especulação, considerados culpados pela alta dos preços. A previsão de chuva e uma queda drástica na temperatura também impactaram o sentimento, com o clima devendo prejudicar a construção e impactar o consumo de aço.

Os preços do petróleo operam com alta nesta segunda-feira, após o corte de produção de petróleo da OPEP. Os cortes voluntários começarão de maio até o final de 2023, anunciou a Arábia Saudita, dizendo que era uma “medida de precaução” destinada a estabilizar o mercado de petróleo.

A medida vem após a decisão da Rússia de reduzir a produção de petróleo em 500 mil barris por dia até o final de 2023, de acordo com o vice-primeiro-ministro do país, Alexander Novak.