Ibovespa Futuro fica estável após 5 altas consecutivas e à espera de votação de vetos

Dia é de realização dos fortes ganhos dos últimos pregões tanto aqui quanto lá fora; dólar e DIs registram ganhos

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro opera estável nesta terça-feira (6), com leve tendência dos investidores a realizar uma sequência de 5 altas consecutivas que resultaram em um acúmulo de 8,29% de ganhos em 5 pregões para o índice à vista. No noticiário macro, o mercado inteiro fica à espera da votação no Congresso dos vetos presidenciais a pautas bomba por aqui. Enquanto isso, no exterior, o dia também é marcado pela realização dos ganhos recentes. 

Às 9h19 (horário de Brasília), o contrato futuro do Ibovespa para outubro ficava estável, com leve variação positiva de 0,02%, a 47.670 pontos. Já o dólar futuro para novembro tinha alta de 0,39%, a R$ 3,962. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 sobe 1 ponto-base a 15,48%, ao passo que o DI para janeiro de 2021 avança 3 pontos-base a 15,38%.

Na questão mais importante do dia, a dos vetos, as expectativas são de que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os mantenha, no que seria a primeira vitória do governo desde o anúncio da reforma ministerial na sexta-feira. A sessão de análise dos vetos ocorre às 11h30. 

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Por outro lado, nem todas as batalhas devem ser vencidas pela gestão Dilma hoje. A mais complicada promete ser o julgamento das contas públicas da presidente no TCU (Tribunal de Contas da União). Apesar de todos os esforços da Advocacia-Geral da União para afastar o relator do processo, o ministro Augusto Nardes, sob a acusação de que ele antecipou o seu voto na questão, o tribunal deve manter o julgamento para amanhã (7). “O governo tenta intimidar TCU, mas não vamos nos acovardar”, disse Nardes.

Ainda trazendo instabilidade, os rumores de que, após a reforma ministerial, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva busca substituir Joaquim Levy por Henrique Meirelles no Ministério da Fazenda só crescem. E, de acordo com o colunista do Valor Econômico, Raymundo Costa, citando fontes do PT, a entrada de Meirelles no lugar de Levy resolveria metade dos problemas da presidente Dilma Rousseff, pois sinalizaria ao mercado que o intervencionismo da presidente ficou para trás.

Mostraria que Lula está efetivamente no comando, o que todos aqueles ao lado do ex-presidente evitam falar abertamente para não ferir a suscetibilidade de Dilma e atrapalhar mais uma vez a mudança, afirma o colunista. “Meirelles seria um ministro forte ligado a Lula; Levy, um ministro sem força para se opor à heterodoxia da presidente da República”, destaca.

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Por fim, relatório da agência de classificação de risco, Moody’s, diz que previsão para o Brasil é de contração de 3% na atividade econômica em 2015. “Não vemos como a posição fiscal do Brasil pode melhorar no curto prazo, dada a falta de consenso político, que tem impedido a administração atual de entregar superávits primários grandes o suficiente para conter o aumento da proporção da dívida do governo”, diz Mauro Leos, vice- presidente e diretor de crédito sênior da Moody’s. 

Além disso, ele afirmou que a agência não acredita que o Brasil possa atingir um crescimento real de 2% e superávits primários de, pelo menos, 2% do PIB (Produto Interno Bruto) até 2017-18, resultados que são necessários para estabilizar a relação dívida/PIB.

Cenário externo
O mercado tem um dia de correção lá fora após os fortes ganhos dos últimos dois pregões por conta das expectativas de que o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, eleve os juros apenas n ano que vem. Isso evita, por ora, a dor de cabeça do momento em que o aumento da rentabilidade dos títulos da dívida norte-americana, considerados os ativos financeiros mais seguros do mundo, trará uma queda no apetite de risco global. 

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 Entre as commodities, o petróleo tipo Brent subia cerca de 0,4% nesta sessão, após avançar 2,3% ontem, liderado pelo avanço da gasolina nos Estados Unidos e pela disposição da Rússia de se reunir com outros grandes produtores de petróleo para discutir as condições do mercado.

Enquanto isso, na Europa, o dia oscila entre leves ganhos e perdas depois de rali com o Federal Reserve e após dados da Alemanha decepcionarem. Os pedidos às fábricas Alemanha em agosto registraram queda de 1,8% na comparação mensal, ante estimativa de queda de 0,5%. O índice anterior foi revisado de queda de 1,4% para queda de 2,2%.

Já no Japão, o índice Nikkei do Japão teve alta de 1%, ampliando sua recuperação ante a mínima de oito meses alcançada há uma semana. “Uma das duas maiores e mais persistentes preocupações [o aumento de juros nos EUA] tem diminuído, então os investidores estão assumindo riscos”, disse o vice-presidente de investimento do Sumimoto Mitsui Trust Bank, Masashi Oda, referindo-se às expectativas de uma alta de juros pelo Fed no curto prazo.

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As ações japonesas ganharam novo impulso com a especulação de que o banco central do país pode expandir seu programa de apoio à economia vacilante. O BC iniciou nesta terça-feira sua reunião de política monetária, na qual deve manter a política monetária.

Sinais de recuperação nos preços das commodities ajudaram a aliviar as preocupações com a desaceleração global e impulsionaram as ações de companhias de energia e recursos.

O Ibovespa Futuro é um bom termômetro de como será o pregão, mas nem sempre prevê adequadamente movimentos na Bolsa a partir do sino de abertura.

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