Ibovespa Futuro vira para alta e dólar acelera queda após EUA criarem menos empregos que o esperado

Mercado tem mais um dia de pessimismo no começo do mês, desta vez provocada pela ansiedade antes de dados dos EUA

Ricardo Bomfim

Gráfico de ações (Crédito: Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro vira para alta e o dólar futuro acelera alta nesta sexta-feira (4) com os Estados Unidos em foco por conta do Relatório de Emprego, que mostrou a criação de 136 mil novas vagas de emprego em setembro, contra expectativa de 145 mil. A taxa de desemprego caiu para 3,5%, contra 3,7% esperados.

Investidores devem ainda acompanhar a participação do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em evento às 15h (horário de Brasília).

Às 9h38 o contrato futuro do Ibovespa para outubro sobe 0,43% a 101.150 pontos, enquanto o dólar futuro para novembro recua 0,17% a R$ 4,086.

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Nos juros futuros, o DI para janeiro de 2021 cai 2 pontos-base a 4,86%, DI para janeiro de 2023 recua 2 pontos-base a 5,96% e o DI para janeiro de 2025 tem queda também de 2 pontos-base, a 6,58%

Por aqui, busca-se um acordo na divisão dos recursos do megaleilão do pré-sal, que ainda divide senadores e deputados e ameaça paralisar a tramitação da reforma da Previdência, que só precisa ser aprovada em segundo turno no Senado para finalmente ser enviada à sanção presidencial e passar a valer.

O governo entrou com uma solução conciliadora, dividindo os R$ 106,5 bilhões do leilão de modo que estados, municípios e parlamentares fiquem cada um com 10% ante os 15% anteriormente combinados, que seriam repartidos entre prefeitos e governadores. Mais 3% seriam distribuídos aos estados produtores de petróleo.

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No corporativo, destaque para o pedido da Caixa de falência da Odebrecht. Destaque ainda para as declarações do secretário especial de desestatização, Salim Mattar, de que o governo não pretende privatizar em seu mandato a Caixa, o Banco do Brasil e a Petrobras.

Payroll

Os Estados Unidos criaram 136 mil novas vagas de emprego em setembro, segundo dados divulgados pelo Departamento do Trabalho nesta sexta.

O resultado veio abaixo da mediana das projeções dos economistas consultados pela Bloomberg, que esperavam um acréscimo de 145 mil empregos. Em julho, a criação de empregos foi de 130 mil.

Já a taxa de desemprego em setembro ficou em 3,5%. A expectativa era de manutenção em 3,7%.

Enquanto isso, não houve ganho médio salarial por hora ante o mês anterior, ante expectativa de alta de 0,2% no comparativo mensal.

Noticiário Corporativo

Com dívidas de cerca de R$ 100 bilhões e em processo de recuperação judicial (RJ), a Odebrecht enfrenta, agora, um pedido de falência de um dos seus maiores credores, a Caixa. O banco estatal busca ainda que a Justiça dê aos credores o direito de nomear novos administradores para o conglomerado e suas subsidiárias em uma assembleia. Já o Banco do Brasil solicitou à Justiça a anulação da RJ, obrigando o grupo a apresentar uma nova proposta, diz a Folha.

Enquanto isso, a Braskem, principal ativo do grupo Odebrecht, anunciou ontem a distribuição de dividendos obrigatórios correspondentes a 25% do lucro líquido ajustado, no montante de R$ 667,418 milhões. Os dividendos serão pagos com base na posição acionária de hoje, porém a empresa ainda não divulgou a data.

Ainda no corporativo, destaque para as declarações do secretário especial de desestatização, desinvestimentos e mercados, Salim Mattar, de que a Caixa, o Banco do Brasil e a Petrobras não serão privatizadas pelo governo do presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, porém, Bolsonaro é favorável ao movimento de privatizações e de redução do tamanhos do Estado. No caso da Eletrobras, Mattar ressaltou que a sua venda depende do Congresso.

A Gol informou os dados prévios de setembro, que apontaram, no mercado doméstico, aumentos de 7% na oferta (ASK) e de 11,5% na demanda (RPK). A taxa de ocupação doméstica ficou 82,0%, alta de 3,3 p.p. ante setembro do ano passado. De forma consolidada, com as operações internacionais, a oferta avançou 11,0%, com o aumento de 10,7% no total de assentos e de 10,1% de decolagens. A demanda total subiu 15,5% e a taxa de ocupação foi 81,2%.

Bolsas Internacionais

Enquanto aguardam pelos dados do Payroll nos EUA, as bolsas internacionais e os futuros de Nova York operam de forma mista. Além da guerra comercial e do processo de impeachment contra o presidente Donald Trump, as preocupações se voltam aos indícios de desaceleração econômica norte-americana.

Se por um lado a piora nos indicadores de emprego e atividade econômica acendeu o sinal amarelo, por outro pode ajudar a determinar as decisões de politica monetária do Fed. Especialmente hoje, após a maratona de indicadores da economia desta semana, Powell irá discursar, o que pode trazer novos caminhos a serem perseguidos pela autoridade monetária.

A CNBC cita que os participantes do mercado já estimam em quase 90% de chance a possibilidade de o banco central dos EUA reduzir as taxas de juros em 25 pontos base em outubro, segundo o CME Group. O Fed já cortou as taxas de juros duas vezes este ano, enquanto os formuladores de políticas tentam limitar as consequências causadas pela guerra comercial entre EUA e China.

Com o mercado chinês fechado, a bolsa do Japão fechou em alta, enquanto a de Hong Kong em baixa, com o aumento das tensões políticas em meio à uma onda de protestos contra Pequim – o que levou o país a proibir, a partir de amanhã, o uso de máscaras nas ruas.

Na Europa, as bolsas operam de forma mista no início desta manhã, após abrirem em alta, no aguardo da divulgação do Payroll. Na região, o debate sobre o Brexit segue, com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, dizendo que está “aberto, mas não convencido” pelas propostas do primeiro-ministro britânico Boris Johnson sobre um acordo.

(Com Agência Estado, Agência Brasil e Bloomberg)

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.