Ibovespa Futuro dispara mais de 3% após eleição de Biden e com boa notícia sobre vacina; dólar futuro cai a R$ 5,26

Pré-market mostra ganhos na esteira do avanço das bolsas internacionais

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em forte alta nesta segunda-feira (9) após a eleição do democrata Joe Biden como o novo presidente dos Estados Unidos. As vitórias nos estados de Nevada e Pensilvânia garantiram o número de delegados necessários para a eleição de Biden, tirando de lado boa parte das incertezas relacionadas ao pleito apesar da promessa de judicialização dos resultados pelo atual presidente Donald Trump.

Ajudando a animar ainda mais o mercado, a Pfizer e a BioNtech informaram que testes finais de sua vacina possuem cerca de 90% de efetividade em prevenção da Covid-19 em estudo em larga escala. As companhias disseram que vão submeter os resultados das três fases de testes, iniciadas em 27 de julho, para revisão pela comunidade científica.

As notícias sobre a corrida presidencial e sobre a vacina ofuscaram dados alarmantes sobre o coronavírus. No dia 4, os Estados Unidos foram o primeiro país a ultrapassar a marca de 100 mil novos casos de infecção pelo coronavírus registrados (com 107 mil). No dia 6, foram 132 mil casos. No dia 8, foram outros 101 mil casos, o maior número registrado no país em um domingo até o momento.

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No radar político, Jair Bolsonaro ainda não se pronunciou sobre a eleição nos EUA após a vitória de Biden, enquanto o noticiário dos jornais aponta para articulações políticas visando 2022.

Às 09h11 (horário de Brasília), o índice futuro para dezembro subia 3,68%, aos 104.780 pontos.

O dólar futuro com vencimento em dezembro registrava queda de 2,02%, a R$ 5,262.

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No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 cai cinco pontos-base a 3,26%, o DI para janeiro de 2023 recua seis pontos-base a 4,80%, o DI para janeiro de 2025 tem queda de nove pontos-base a 6,42% e o DI para janeiro de 2027 registra variação negativa de oito pontos-base a 7,17%.

Voltando aos EUA, analistas acreditam que há pouca chance de que consiga alterar o desfecho.
O mercado continua atento para os resultados dos votos para o Senado na Geórgia. Até o momento, democratas e republicanos estão empatados na contagem de número de senadores, cada um com 48 confirmados.

O resultado da Geórgia deve ser determinante sobre se os republicanos manterão o domínio sobre o Senado, ou se os democratas tomarão a frente.

O arranjo provável entre uma Presidência democrata e um Senado comandado por republicanos parece ser bem recebida pelo mercado. Este arranjo irá limitar drasticamente a capacidade de Biden de realizar reformas econômicas mais profundas, mantendo o status quo. Na Europa, os índices também têm alta nesta segunda.

Noticiário político

Em live realizada no fim de semana, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não citou a vitória de Biden e diz que não sabe se tentará reeleição. De acordo com informações do jornal O Globo, aliados de Bolsonaro defendem gestão com menos discurso radical após derrota de Trump.

Ainda no radar político, segundo a Folha de S. Paulo, Sergio Moro e Luciano Huck negociam aliança eleitoral para disputa da Presidência em 2022. O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública de Moro e o apresentador de TV encontraram-se em Curitiba para conversar sobre terceira via. Não se debateu quem seria cabeça de chapa, discussão que deve ocorrer ao longo de 2021; a articulação de centro também inclui João Doria, governador de São Paulo.

Também em destaque, o governo de Bolsonaroestá buscando formas de estabelecer controle sobre ONGs (Organizações Não Governamentais) na Amazônia, informa o jornal O Estado de S. Paulo. O movimento ocorre em um momento em que a vitória do democrata Joe Biden como presidente dos Estados Unidos gera expectativa de maior pressão sobre a escalada dos índices de desmatamento na Amazônia.

Biden é historicamente ligado à causa ambientalista. Em debate contra Trump no final de setembro, afirmou que, caso eleito, “começaria imediatamente a organizar o hemisfério e o mundo para prover US$ 20 bilhões para a Amazônia, para o Brasil não queimar mais a Amazônia”. Ele afirmou que a comunidade internacional ofereceria os US$ 20 bilhões para que o Brasil deixasse de destruir a floresta.

“E se não parar, vai enfrentar consequências econômicas significativas”, afirmou.

O Estadão diz que obteve acesso a documentos elaborados pelo Conselho Nacional da Amazônia Legal, colegiado criado em 1985, durante a ditadura militar, extinto em 1995, recriado pelo governo Bolsonaro e atualmente presidido pelo vice-presidente, general Hamilton Mourão.

Segundo o jornal paulista, o documento foi encaminhado por Mourão a ministros, e tem como objetivo “garantir a prevalência de interesses nacionais sobre os individuais e os políticos”. A meta seria “obter controle de 100% das ONGs que atuam na Região Amazônica, até 2022, a fim de autorizar somente aquelas que atendam os interesses nacionais”. O documento prevê “criar um marco regulatório para a atuação das ONGs”.

O estado do Amapá opera sem energia em grande parte dos municípios desde a terça-feira passada (3), após um transformador ser destruído por um incêndio. No sábado (7), o aparelho foi substituído.
No domingo (8), o estado divulgou o cronograma de rodízio de fornecimento de energia elétrica em 13 municípios atingidos pelo apagão. O fornecimento total só deve ser estabelecido no próximo final de semana, afirma o Ministério de Minas e Energia, sem citar um dia exato.

Brasil deve cair no ranking de maiores economias

Com a redução do PIB (Produto Interno Bruto) em decorrência da crise impulsionada pela pandemia, somada à acentuada desvalorização do real frente o dólar, a economia brasileira deve sofrer forte queda em 2020. Até o final do ano, o Brasil deve deixar de figurar entre as dez maiores economias do globo, segundo dados do FMI (Fundo Monetário Internacional) compilados pela FGV (Fundação Getulio Vargas) e repercutidos pelo jornal Valor.

Segundo as projeções do FMI, o PIB brasileiro deve retrair em 5,8% em 2020. Quando se converte os valores em dólares, contabilizando, portanto, a retração do valor do real, o recuo será de 28,3% em 2020 em comparação com 2019.

Dessa forma, o país deve cair três posições em ranking das maiores economias do mundo, da nona posição para a 12ª, sendo ultrapassado por Canadá, Coreia do Sul e Rússia. O Brasil já chegou a ocupar a posição de sétima maior economia, quando o real estava valorizado.

A economia brasileira também sofre com a disparada no índice de inflação IGP-M, que tem elevado o custo da dívida pública. Entre janeiro e setembro de 2020, o gasto com encargos na parcela do endividamento bruto atrelado ao IGP-M dobrou em relação ao mesmo período de 2019, para R$ 20 bilhões. A crise fiscal e juros baixos têm tornado mais difícil para o país atrair investimentos.

Radar corporativo

A Latam, maior companhia aérea da América Latina, reportou na sexta-feira (6) prejuízo líquido de US$ 573,1 milhões no terceiro trimestre, afetado pela pandemia do coronavírus.

O lucro líquido da companhia de alimentos M. Dias Branco foi de R$ 265 milhões no terceiro trimestre, reportou a empresa. Foi um salto de 97,3% na comparação anual.

A SLC Agrícola reportou prejuízo líquido de R$ 35,7 milhões no terceiro trimestre, recuo de 63,2% frente o mesmo período do ano anterior.

O grupo americano de energias renováveis Rio Energy está em conversas para vender ativos de geração eólica que possui no Brasil.  A Petrobras concluiu venda do campo de Baúna à Karoon, por US$ 150 milhões.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.