Ibovespa Futuro cai seguindo exterior com proliferação da Covid nos EUA e frustração com pacote de estímulos

Pré-market registra perdas na esteira de uma série de notícias negativas no âmbito internacional

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

Publicidade

SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro tem queda nesta quarta-feira (28) conforme crescem as preocupações de que o aumento de novos casos de coronavírus paralise a recuperação da economia americana. Ao mesmo tempo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu que não haverá pacote de estímulos antes das eleições.

A média móvel de novas infecções pela Covid-19 nos EUA atingiu um recorde de 69.967, de acordo com dados compilados pela universidade Johns Hopkins. As internações por conta do doença cresceram 5% ou mais em 36 estados do país.

Por aqui, o ministro da Economia, Paulo Guedes, culpou a política pelo atraso na agenda de privatizações, ao passo que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), culpou a base aliada do governo pela demora.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Às 09h11 (horário de Brasília), o índice futuro para dezembro tinha queda de 0,96%, aos 97.905 pontos.

O dólar futuro com vencimento em novembro registrava alta de 0,62%, a R$ 5,742.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 sobe dois pontos-base a 3,49%, o DI para janeiro de 2023 tem alta de quatro pontos-base a 5,03%, o DI para janeiro de 2025 avança nove pontos-base a 6,79% e o DI para janeiro de 2027 registra variação positiva de oito pontos-base a 7,62%.

Continua depois da publicidade

Ainda sobre o coronavírus, na Europa, autoridades vêm instituindo novas restrições nas últimas semanas. A França registrou 52 mil novos casos no domingo, e dois terços da população do país já vivem sob um toque de recolher noturno.

De acordo com a imprensa francesa, o presidente Emmanuel Macron deve anunciar novas medidas de contenção do vírus na noite desta quarta-feira, e há especulação sobre a possibilidade de estabelecer um novo lockdown em certos locais do país.

Países do bloco europeu já adquiriram mais de um bilhão de doses de vacinas que estão sendo desenvolvidas contra o vírus.

Vale lembrar que hoje tem decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) depois do fechamento do pregão.

Perda de leitos e privatizações no SUS

Na terça-feira, um decreto do governo federal incluiu as unidades básicas de saúde no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), um programa de concessões e privatizações do governo federal. O documento é assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

O documento determina que sejam feitos estudos “de parcerias com a iniciativa privada para a construção, a modernização e a operação de unidades básicas de saúde”. O governo pretende estruturar projetos-piloto para esse tipo de parcerias, e afirmou à folha que analisa possíveis “modelos de negócios”.

A medida deve sofrer resistência, pois há temor de que afete políticas de saúde básica. Em vídeo divulgado na terça-feira, o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Pigatto, disse enxergar a privatização dos postos de saúde. Ele afirmou que o conselho estuda possíveis medidas legais.

Além disso, a Folha de S. Paulo estampa como reportagem de capa o fechamento de leitos de UTI após a queda do número de casos de covid no Brasil. Até janeiro, o setor privado tinha 22.586 leitos de UTI, e o SUS tinha 22.841, segundo dados do Conselho Federal de Medicina.

A partir de abril, o governo abriu outros 14.843 leitos de UTI para adultos e 249 pediátricos. Quase dois terços foram fechados, e restam 5.233 deste excedente.

Agora, secretários estaduais de Saúde dialogam com o governo para que mantenha pelo menos 5.000 dos novos leitos em regiões que sempre tiveram falta. Os leitos extras podem se mostrar necessários caso o Brasil apresente a aceleração de novos casos de coronavírus, como vem ocorrendo nos Estados Unidos e na Europa, onde há temor de um novo colapso de hospitais devido a internações.

Radar corporativo

Depois do fechamento, serão divulgados os números da Petrobras (PETR3PETR4), Vale (VALE3) e Bradesco (BBDC3BBDC4).

Para a mineradora, a expectativa é de um terceiro trimestre positivo, impulsionado por maiores preços e vendas de minério de ferro. A Petrobras, por sua vez, deve ter resultados sequencialmente melhores com a alta de 6,6% da produção de petróleo e o avanço de 30% do barril do Brent no período. O Bradesco deve ter lucros maiores do que os registrados nos dois primeiros trimestres e uma queda no custo de risco.

Na terça-feira, a Smiles anunciou lucro líquido de R$ 50,2 milhões no terceiro trimestre de 2020.
A Localiza anunciou lucro líquido acima das expectativas, de R$ 325 milhões, levando o Credit Suisse a reforçar a avaliação de outperform (expectativa de valorização acima da média do mercado).

E a Cielo anunciou lucro líquido de R$ 100 milhões. O Credit Suisse manteve recomendação neutra para a companhia (expectativa de valorização dentro da média do mercado).

As vendas brutas do Carrefour no terceiro trimestre atingiram R$ 19,3 bilhões, um resultado classificado como “excepcional” pelo Credit Suisse.

A Notre Dame acertou a compra do Hospital Santa Brígida, em Curitiba, por R$ 48,5 milhões.

A Localiza anunciou que elevou o plano de recompra de debêntures para $ 1,3 bilhão.

E o BNDES afirmou que votará em assembleia a favor de processo contra os irmãos Batista, donos da JBS.

A Petrobras anunciou a compra da plataforma P-71, no Espírito Santo, por US$ 353 milhões e ainda a alteração de sua política de dividendos, permitindo o pagamento de dividendos mesmo sem lucro contábil.

Treinamento gratuito: analista Charlles Nader explica como um trader ganha dinheiro, controla perdas, equilibra o emocional e multiplica capital

Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.