Ibovespa Futuro cai mais de 1% apesar de sinais dos BCs pelo mundo; dólar tem leve alta

Mercado brasileiro começa a semana em queda, apesar da alta das bolsas asiáticas nesta segunda

Rodrigo Tolotti

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro inicia esta segunda-feira (2) em queda, se descolando do cenário mais otimista, principalmente na Ásia, após alguns bancos centrais indicarem ajudas ao mercado. Nesta madrugada, as bolsas asiáticas subiram após o Banco do Japão prometer “ampla liquidez” aos mercados, o que ajudou a deixar para trás os dados muito negativos da Markit, que confirmaram que a indústria chinesa despencou em fevereiro.

Às 09h22 (horário de Brasília), o índice futuro registrava perdas de 0,95%, a 103.960 pontos, amenizando as perdas após abrir com queda de 1,7%. Enquanto isso, o dólar futuro para abril sobe 0,07%, para R$ 4,492. O dólar comercial, por sua vez, avança 0,05%, cotado a R$ 4,4811 na compra e R$ 4,4831 na venda.

Com as sinalizações de alívios de BCs pelo mundo, os juros futuros caem forte. O contrato com vencimento em janeiro de 2022 recua 17 pontos-base, a 4,30%, enquanto o de vencimento em janeiro de 2023 cai 14 pontos-base a 4,98%, seguido pelas perdas de 10 pontos do vencimento em janeiro de 2025, a 5,91%.

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Vale destacar que na sexta-feira, a bolsa brasileira subiu mais de 1% após o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmar que o BC americano está monitorando o coronavírus, usará suas ferramentas e agirá de forma apropriada, se for necessário.

As bolsas europeias abriram em alta após o anúncio de que o Eurogrupo fará uma reunião de emergência na quarta-feira para discutir medidas de apoio econômico aos países mais atingidos pelo Covid-19, mas diminuíram a força durante o pregão. A Itália quer permissão para gastar 3,6 bilhões de euros com empresas, famílias e regiões mais atingidas pelo coronavírus.

O Banco da Inglaterra prometeu as medidas necessárias para garantir estabilidade financeira e monetária; o governo francês disse que ministros do G7 vão ter teleconferência esta semana para coordenar resposta ao vírus. O número de pessoas contaminadas se aproxima de 90 mil no mundo inteiro, com a China superando 80 mil casos e a Coreia do Sul os 4,2 mil.

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Indicadores econômicos

No Brasil, os mercados acompanham a divulgação do IPC-S da última semana de fevereiro, pela FGV, e do boletim semanal Focus, pelo Banco Central.

Já a balança comercial de fevereiro deve mostrar superávit de US$ 1,5 bilhão, segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg, depois de déficit revisado de US$ 1,73 bilhão na medição anterior. O resultado sai às 15h.

A Markit divulgará hoje às 10h o índice de gerentes de compras (PMI) em fevereiro da manufatura brasileira.

Política 

O Congresso volta nesta semana do recesso de Carnaval com dois temas centrais que deverão dominar as discussões na Câmara e no Senado a partir da terça-feira: os vetos do presidente Jair Bolsonaro à lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e o novo marco do Saneamento, que está no Senado.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, é favorável a aprovar o novo marco do Saneamento – que já passou pela Câmara – como está; já a questão da LDO é muito mais complexa, por envolve negociações entre os poderes Legislativo e Executivo. O presidente Jair Bolsonaro não quer que o governo federal abra mão de R$ 30 milhões em emendas parlamentares que ficarão sob controle de deputados federais e senadores. Os parlamentares exigem uma contrapartida da União.

Crédito 

O Banco Central que criar até o final de 2020 um sistema de intercâmbio de dados de clientes entre os bancos. O objetivo do chamado “open banking” é tornar disponível o histórico de pagamento dos consumidores e possibilitar uma maior competição entre as instituições financeiras, informa reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. Mas o plano já causa atritos entre pequenas, médias e grandes instituições e corre o risco de acabar inviabilizado.

Noticiário corporativo 

A operadora turística CVC (CVCB3) comunicou que encontrou erros e irregularidades contábeis nos valores repassados a operadores turísticos entre 2015 e 2019. Segundo a CVC, os erros podem alterar os seus resultados e foi constituído um comitê de auditoria para investigar o problema.

Já a construtora e incorporadora imobiliária You, inc, de São Paulo capital, entrou com pedido para oferta pública de ações na CVM e com pedido de registro de empresa de capital aberto na B3. No ano passado, a construtora You teve uma receita líquida de R$ 552,6 milhões, um crescimento de 52% sobre 2018.

Na temporada de resultados, a MRV Engenharia divulga balanço após o fechamento do pregão.

(Com Agência Estado, Agência Brasil e Bloomberg)

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.