Ibovespa futuro cai, descolado do exterior, em dia de arrefecimento das curvas de juros

Mercado brasileiro opera descolado da maioria das bolsas internacionais na manhã desta quarta

Vitor Azevedo

(Getty Images)

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O Ibovespa futuro cai no início do pregão desta quarta-feira (9). O contrato, com vencimento em fevereiro, recuava 0,25%, aos 112.480 pontos, às 9h25 (horário de Brasília).

A performance vem descolada das principais bolsas mundiais, que, em sua maioria, avançam. Nos Estados Unidos, os futuros do Dow Jones, do S&P 500 e da Nasdaq sobem, respectivamente, 0,60%, 0,85% e 1,25%.

Na Europa, o DAX, da Alemanha, avança 1,62%. O CAC 40, da França, sobe 1,55%. O FTSE, do Reino Unido tem alta de 0,81%. O STOXX 600, de toda a Zona do Euro, ganha 1,59%.

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Por fim, na Ásia, a mesma tendência. O índice Shangai, da China continental, fechou com alta de 0,78%, o Kospi, da Coréia do Sul, com 0,81% e o Nikkei, do Japão, com mais 1,08%. O destaque fica para a o HSI, de Hong Kong, que avançou 2,06%.

“Os mercados globais amanhecem positivos, impulsionados por bons resultados das companhias. Até o momento, 60% das empresas presentes no S&P 500 reportaram seus balanços e 77% superaram as expectativas de lucro do consenso, segundo o FactSet”, comenta a XP Investimentos em morning call.

Os índices respiram mundo afora também por conta da queda das curvas de juros. Nos EUA, no pré-mercado, o rendimento dos títulos com vencimento em dois anos caem 13 pontos-base, para 1,328%. Na ponta longa, o título para dez anos recua 31 pontos, a 1,925% – ainda em patamares elevados, mas trazendo alguma folga.

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A tendência acontece também na Europa. Na Alemanha, maior economia do continente, o rendimento dos títulos com vencimento em dois anos caem 29 pontos-base, negativos em 0,325%, e os vincendos em dez anos caem 37 pontos, para 0,228%.

A folga de juros provavelmente explica o motivo de os índices com mais companhias de tecnologia, como a Nasdaq e o HSI, serem destaque nesta quarta.

Nos EUA, investidores continuam a esperar a publicação dos dados da inflação de janeiro, que será publicada nesta terça-feira. Na Europa, diminui a pressão sobre a curva de juros algumas publicações de dados macroeconômicos – Itália, Alemanha e Espanha, por exemplo, divulgaram que suas produções industrial em dezembro ficaram aquém dos consenso durante a semana.

Por fim, o preço do petróleo, commodity com peso alto nos índices de inflação, recua mais um dia. O barril Brent para abril cai 0,42%, a US$ 90,40, e o WTI para março recua 0,47%, a US$ 88,94. O andamento das negociações sobre o acordo nuclear do Irã e a diminuição das tensões na fronteira da Ucrânia auxiliam na movimentação.

“O mercado reagiu positivamente ontem depois que o presidente francês Emmanuel Macron disse que recebeu garantias do presidente russo Vladimir Putin de que não haveria escalada nas ações”, comentam os analistas da XP.

No Brasil, Ibovespa futuro repercute IPCA dentro do consenso

No cenário interno, investidores repercutem a publicação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro, que se deu há pouco. O índice avançou 0,54% na base mensal, ante consenso de 0,55%.

Além do IPCA, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística também divulgou que as vendas do varejo brasileiro em dezembro recuaram 0,1%, ante consenso de queda de 0,5%.

Apesar de ter sido a maior alta para um janeiro desde 2016 e o varejo ter apresentado uma queda menor do que a projetada, a curva de juros cai em bloco pelo número ter vindo dentro do esperado. “Um número ruim do IPCA hoje poderia levar a outra rodada de revisões para cima da perspectiva da taxa Selic pelos analistas de mercado”, comenta a XP.

O rendimento dos DIs com vencimento em janeiro de 2023 cai 1 ponto-base, para 12,11%. Os títulos vincendos nos primeiros meses de 2025, 2027 e 2029 veem suas taxas recuarem, respectivamente, oito pontos-base, nove pontos-base e oito pontos-base para 11,06%, 11,16% e 11,42%.

O dólar futuro cai 0,28%, a R$ 5,269. O comercial cai 0,27%, a R$ 5,246 na compra e na venda.

Ainda no Brasil, pesa no rendimento do Ibovespa futuro o resultado do Bradesco (BBDC4) – o banco, um dos maiores do país, frustrou parte dos analistas, com lucros menores do que esperado. O setor financeiro tem alto peso no principal índice da bolsa brasileira.

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