Ibovespa Futuro cai com temor de novas quarentenas e dados mistos da China; dólar futuro opera entre perdas e ganhos

Pré-market tem perdas acompanhando as bolsas internacionais após as fortes altas recentes

Ricardo Bomfim

(Getty Images)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em queda nesta quinta-feira (16) com as preocupações de que alguns países sejam obrigados a voltar a adotar medidas de isolamento social e os dados de varejo da China ofuscando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do gigante asiático. A atividade econômica do país se expandiu 3,2% no segundo trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado.

Além disso, a produção industrial da China cresceu 4,8% em junho ante igual mês do ano passado, como se esperava. Contudo, as vendas no setor varejista sofreram uma inesperada queda anual de 1,8% no mês passado, indicando que a maior economia da Ásia ainda tem algumas fraquezas na retomada.

Já na Europa, há ainda a expectativa com a reunião do Banco Central Europeu (BCE). O programa de compra de títulos não deve ser alterado. Em junho, esse programa foi elevado para 1,35 bilhão de euros.

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No radar político, após a Câmara buscar protagonismo, o governo apresentará a 1ª etapa da sua reforma tributária até sexta, disseram fontes à Bloomberg. Ainda no Congresso, veto de Jair Bolsonaro a artigo do marco do saneamento recebe críticas, enquanto o Senado aprovou ajuda ao setor aéreo.

Às 09h06 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para agosto caía 0,53% a 101.455 pontos.

Já o dólar futuro para agosto tem leve alta de 0,07% a R$ 5,378.

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No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 sobe dois pontos-base a 3,05%, o DI para janeiro de 2023 ganha dois pontos-base a 4,15% e o DI para janeiro de 2025 avança três pontos-base a 5,63%.

Pós-pandemia

O movimento Direitos Já elaborou um documento com propostas do que considera uma “agenda mínima” para a economia no pós-pandemia, segundo reportagem do jornal “Folha de S.Paulo“. O documento tem participações de Rogério Studartm Mônica de Bolle, José Oreiro e Nelson Marconi.

O manifesto deve ser entregue a parlamentares. Entre as sugestões estão a manutenção do auxílio emergencial até o fim do ano, enquanto se cria uma renda básica, e a formação de um conselho nacional para a retomada, com membros do governo federal, de estados e municípios.

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Ainda no radar, quatro entidades do setor da construção civil (SinduScom, Secovi, Abrainc e Sintracon) se manifestaram contra o aumento no preço de cimento, que desde meados de junho cresceu 10%.

Eles consideram o movimento “inadmissível e injusto”, segundo reportagem do jornal “O Estado de São Paulo“. As entidades afirmam que o momento é de dificuldade e por isso o aumento não deveria ter sido feito.

Agenda do Legislativo e do governo

Segundo a Bloomberg, o Ministério da Economia apresenta 1ª etapa da reforma tributária até sexta-feira. O texto vai tratar da unificação do PIS/Cofins, que servirá como base para a criação de um Imposto sobre Valor Agregado (IVA), disseram as pessoas, que pediram anonimato porque as discussões não são públicas. A proposta ainda não incluirá a criação de um imposto sobre transações, disseram as fontes.

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Em entrevista, Paulo Guedes afirmou que o Imposto sobre transações abre caminho para reduzir outros tributos e vai entrar no debate. O ministro disse que quer anunciar de 3 a 4 grandes privatizações.

Ainda no radar, o Senado aprovou a Medida Provisória 925, que socorre o setor aéreo durante a pandemia de Covid-19. Como foi alterada, dependerá de sanção do presidente Jair Bolsonaro para virar lei. A proposta flexibiliza uma série de regras para empresas e passageiros após o impacto nos voos em função do novo coronavírus.

De acordo com a medida, as companhias aéreas terão um prazo de até 12 meses para devolver aos consumidores o valor das passagens compradas entre 19 de março e 31 de dezembro de 2020 e canceladas em razão do agravamento da pandemia. A proposta traz também outras ações emergenciais ao setor de aviação civil para mitigar os efeitos da crise.

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Ainda no radar, ao assinar a sanção do novo marco legal do saneamento e vetar o trecho que garantia a renovação dos contratos das empresas estaduais do setor por mais 30 anos, o presidente Jair Bolsonaro conseguiu, em um único gesto, impor uma derrota aos governadores e pavimentar uma nova crise na relação do Executivo com o Congresso.

O dispositivo barrado por Bolsonaro – negociado pelo próprio governo durante a tramitação do marco – causou imediata reação dos Estados e de parlamentares, que prometeram empenho para derrubar o veto e retomar a proposta original.

O trecho suprimido foi crucial para derrubar resistências à nova lei do saneamento no Congresso. O Senado avalizou a proposta no último dia 24. O marco proíbe que os municípios fechem, a partir de agora, contratos sem licitação com as empresas estatais de saneamento, prática que dominou o mercado nas últimas décadas. Com isso, a iniciativa privada poderá entrar com força no segmento e trazer os investimentos necessários para a universalização, na avaliação do governo.

Panorama corporativo

A Petrobras concluiu a venda de sua participação nos dez campos que compõem os Polos Pampo e Enchova para a Trident Energy do Brasil.

Segundo fato relevante, a operação foi concluída com o pagamento de US$ 365,4 milhões. A operação ainda prevê o pagamento contingente de um valor adicional de US$ 650 milhões (US$ 200 milhões já haviam sido anunciados).

Já a JHSF levantou R$ 433 milhões em seu follow-on, com a preço da ação fixado em R$ 9,75.

Os recursos serão utilizados para reforçar a estrutura de capital da companhia, para realização da expansão da sua estratégia digital, projetos de expansão do segmento de incorporação e renda recorrente (shopping center).

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.