Ibovespa Futuro cai com reaquecimento da guerra comercial entre EUA e China; dólar sobe

Pré-market aponta para mais uma queda do benchmark, que já perdeu 3 mil pontos desde a quinta-feira

Ricardo Bomfim

Ações em queda (Crédito: Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em queda nesta quarta-feira (13) com os investidores preocupados por conta do reaquecimento da guerra comercial. Ontem, o presidente americano, Donald Trump, frustrou quem esperava por um adiamento nas tarifas à importação de carros europeus e dobrou a aposta no discurso mais agressivo contra a China.

Trump disse que o fechamento da fase 1 de um acordo com os chineses pode ocorrer rapidamente, mas ameaçou o país asiático afirmando que pode elevar ainda mais as tarifas se não se chegar a um consenso. Como resposta, o jornal chinês Global Times publicou que as declarações dos EUA “entediam” e que o governo americano “acredita em uma mentira contada mil vezes”.

Às 9h09 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para dezembro tinha baixa 0,44% a 106.435 pontos. Já o dólar futuro com o mesmo vencimento registrava ganhos de 0,05% a R$ 4,176.

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No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 avança três pontos-base 4,60% e o DI para janeiro de 2023 sobe um ponto-base a 5,72%.

Entre os indicadores, as vendas no varejo brasileiro cresceram 0,7% em setembro, acima da expectativa mediana dos economistas apurada pelo consenso Bloomberg, que apontava para um avanço de 0,6%. É o quinto resultado positivo consecutivo, período em que o segmento acumulou ganho de 2,4%. Comparado a setembro de 2018, o varejo cresceu 2,1%, sexta taxa positiva seguida.

Os investidores, especialmente os locados na América Latina, acompanham ainda a onda mundial de protestos, que além de Hong Kong – que hoje viveu o terceiro dia consecutivo de escalada de violência –, se espalhou no Chile, onde uma greve geral está prevista, e na Bolívia, onde a segunda vice do Senado, Jeanine Añez, em uma manobra e sem aval do Congresso, se declarou presidente, falando em convocar eleições “o mais cedo possível”.

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No Brasil, o presidente Jair Bolsonaro receberá o líder chinês Xi Jinping, no Palácio do Itamaraty, quando haverá a assinatura de Assinatura de Atos, declaração à imprensa e um almoço. Ainda sobre Bolsonaro, ele oficializou sua saída do PSL, partido pelo qual foi eleito presidente, anunciando a criação de uma nova legenda, a Aliança pelo Brasil.

No Congresso, o debate sobre uma nova Constituinte trouxe divergências entre os presidentes das duas Casas. Rodrigo Maia fez duras críticas à hipótese, que surgiu após sugestão de Davi Alcolumbre, em meio à discussão de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) sobre a prisão em segunda instância.

La fora, destaque para a fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, às 13h, no Comitê Econômico Conjunto do Congresso. Entre os indicadores, destaque, às 10h30, ao Índice de Preços ao Consumidor (CPI) e, às 14h, ao resultado fiscal americano.

Bolsas Internacionais

A ameaça do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na véspera, que sem um acordo com os chineses “haverá aumentos significativos das taxas”, ampliou o sentimento de aversão ao risco derrubando os futuros de Nova York e as bolsas. “O comércio deve ser justo e, para mim, deve ser recíproco. Somos competitivos como nenhuma outra nação”, disse.

Trump alertou ainda que uma vitória dos democratas em 2020 poderia colocar em risco os ganhos do mercado acionário obtidos ao longo de seu governo. Adicionalmente, cabe destacar que começam hoje os depoimentos relacionados ao seu processo de impeachment no Congresso.

Nos indicadores internacionais, em setembro frente agosto, a produção industrial da zona do euro, ajustada sazonalmente, aumentou 0,1%, segundo estimativas do Eurostat, o escritório de estatística da União Europeia. Em agosto de 2019, a produção industrial aumentou 0,4%.

Já o CPI do Reino Unido subiu 1,5% em outubro ante igual mês do ano passado, desacelerando em relação ao ganho anual de 1,7% observado em setembro e atingindo o menor nível desde novembro de 2016. O resultado veio em linha com as estimativas, mas afastou ainda mais a inflação da meta do Banco da Inglaterra, de 2%.

Destaque ainda para o relatório Perspectiva da Energia Global da Agência Internacional de Energia (AIE), afirmando que a produção de xisto dos Estados Unidos remodelará os mercados de energia globais nos próximos anos, reforçando a influência do país, em contraposição aos membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

A AIE afirma que, mesmo com o crescimento anual na produção americana desacelerando nos últimos anos, projeta que políticas já anunciadas significam que o país será responsável por 85% do aumento na produção global de petróleo até 2030.

Noticiário Corporativo

No corporativo, estão previstas as divulgações dos balanços de Natura, Via Varejo, Vivara, Centauro, Cogna, Aliansce, Eztec, Rossi, Light, Cemig, Taesa, Alupar, Randon, Bradespar, Qualicorp, Positivo e Hapvida.

Entre os resultados divulgados à noite, a MRV registrou lucro líquido de R$ 160 milhões no terceiro trimestre deste ano. A cifra é 8% menor que o valor registrado no mesmo período do ano passado (R$ 174 milhões). Já a Wilson Sons viu seu lucro líquido recuar 9,5% na comparação com o mesmo período de 2018, totalizando US$ 14 milhões. A CPFL Energia registrou lucro líquido de R$ 748 milhões, enquanto a Even lucrou R$ 16,5 milhões. Enquanto isso, a Trisul teve lucro de R$ 42,6 milhões.

A Petrobras iniciou o processo de venda de 100% de seus negócios de distribuição de combustíveis, lubrificantes e fertilizantes no Uruguai. O portfólio de ativos da estatal brasileira no Uruguai inclui uma rede de 90 postos, 16 lojas de conveniência, um terminal logístico de lubrificantes e uma planta de QAV, sendo a segunda maior distribuidora do país vizinho. Já o Magazine Luiza levantou R$ 4,73 bilhões com oferta de ações, segundo fontes consultadas pela Bloomberg.

(Com Agência Estado, Agência Brasil, Agência Senado e Bloomberg)

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.