Ibovespa Futuro cai com investidores atentos a coronavírus e com expectativa por PIB “catastrófico” nos EUA

Pré-market mostra perdas diante do noticiário internacional

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em queda nesta quinta-feira (30) em meio às preocupações com o avanço do coronavírus e expectativas pela divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos referente ao segundo trimestre deste ano.

As projeções são de uma contração de 34% em base anualizada, maior da série histórica, uma vez que não havia apuração trimestral do PIB durante a Grande Depressão da década de 1930. De acordo com analistas consultados pela CNBC, um número catastrófico é amplamente esperado. Mais cedo, a Alemanha já mostrou uma retração de 10,1% na sua economia no segundo trimestre, maior do que a esperada pelos especialistas.

No Brasil, continua a fazer preço a temporada de resultados, que teve Vale, Bradesco, Ambev, Usiminas, Pão de Açúcar, TIM, Localiza, Ecorodovias, Cesp, Duratex, entre outras.

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Às 09h13 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para agosto cai 0,64% a 104.700 pontos.

Enquanto isso, o dólar comercial sobe 0,57% a R$ 5,2005 na compra e a R$ 5,2018 na venda. Já o dólar futuro para agosto tem alta de 0,77% a R$ 5,211.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 registra ganhos de três pontos-base a 2,75%, o DI para janeiro de 2023 tem valorização de três pontos-base a 3,80% e o DI para janeiro de 2025 avança três pontos-base a 5,43%.

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Ontem, o Federal Reserve manteve as taxas de juros dos EUA entre 0% e 0,25% ao ano e o presidente da instituição, Jerome Powell, disse que a autoridade monetária irá utilizar de todas as suas ferramentas para garantir a recuperação da economia.

Embora o Fed tenha garantido a liquidez, há uma grande expectativa em relação à divulgação do resultado das empresas do setor de tecnologia. De acordo com Yang, esse setor é crítico para o sentimento de mercado. Apple, Amazon e Alphabet divulgam seus resultados nesta quinta-feira.

E segue no radar os investidores as preocupações com o avanço dos casos de Covid-19. Já são mais de 17 milhões de pessoas contaminadas no mundo e 670 mil. Países da Europa registram o aumento de casos. É também motivo de preocupação o grande número de infectados nos Estados Unidos e Brasil.

Radar corporativo

A Vale registrou um lucro líquido de US$ 995 milhões no segundo trimestre deste ano, revertendo um prejuízo de US$ 133 milhões em igual período de 2019.

O Ebitda ajustado proforma, excluindo US$ 130 milhões de despesas relacionadas a Brumadinho e US$ 85 milhões de doações relacionadas à Covid-19, totalizou US$ 3,586 bilhões, recuo de 22,5% no comparativo anual. Já o Ebitda ajustado foi de US$ 3,371 bilhões, alta de 8,8%.

A mineradora calcula ainda que os gastos para lidar com a pandemia da Covid-19 totalizaram US$ 112 milhões no primeiro semestre, incluindo doações.

A margem Ebitda, que é a relação percentual entre a receita líquida e a geração operacional de caixa, passou de 34% no segundo trimestre de 2019 para 45% ao final de junho de 2020.

Já o Bradesco registrou um lucro líquido recorrente de R$ 3,873 bilhões no segundo trimestre, queda de 40,1% na comparação com o mesmo período do ano anterior. O lucro contábil foi de R$ 3,506 bilhões, recuo de 42,0%.

Essa queda foi causada, principalmente, pelo aumento das despesas com provisões para perdas no crédito (PDD), que subiram 154,9% na comparação com o segundo trimestre do ano anterior, ficando em R$ 8,890 bilhões.

A carteira de crédito expandida cresceu 0,9% no trimestre e 14,9% em 12 meses, chegando a R$ 661,1 bilhões ao final de junho. A inadimplência (atrasos acima de 90 dias) caiu para 3,0%, ante 3,7% no primeiro trimestre e 3,2% no segundo trimestre de 2019.

Também foi pior o resultado apresentado pela Tim. O lucro líquido ajustado da empresa caiu 24%, para R$ 260 milhões. O Ebitda ficou praticamente estável, em R$ 1,98 bilhão.

A companhia apresentou uma proposta de reorganização societária. O plano envolve a incorporação da empresa controladora TIM Participações pela subsidiária integral TIM SA, com listagem desta no segmento Novo Mercado da B3.

O Grupo Pão de Açúcar (GPA) registrou um lucro líquido de R$ 333 milhões no segundo trimestre do ano, uma queda de 20,3% na comparação anual. Esse recuo ocorreu mesmo com o aumento das vendas ocorrido em meio à pandemia da Covid-19. A companhia é dona das bandeiras Pão de Açúcar, Assaí e Extra.

Desconsiderando as vendas da Via Varejo, na qual o GPA vendeu sua participação em meados do ano passado, o lucro foi de R$ 274 milhões, ante R$ 65 milhões no segundo trimestre de 2019.

O Ebitda cresceu 83,2%, para R$ 1,54 bilhão e a margem Ebitda ajustada passou de 6,6% para 7,6%. As despesas, no entanto, também tiveram forte elevação.

Saindo da temporada de balanços, o Grupo de Moda Soma levantou R$ 1,823 bilhão em sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). Desse total, R$ 1,35 bilhão vai para o caixa da empresa.

O valor da ação foi fixado em R$ 9,90, no centro da faixa indicativa de preço que ia de R$ 8,80 a R$ 11. Os papéis começam a ser negociados na B3 na sexta-feira.

A Soma é dona de marcas como Animale e Fábula.

Desoneração em troca de imposto

O Ministério da Economia estuda propor uma desoneração de até 25% na folha de pagamentos, atingindo todas as faixas salarias, segundo o jornal “Folha de S.Paulo”. A proposta anterior era fazer a desoneração apenas sobre os rendimentos de até um salário mínimo.

Essa alteração, no entanto, está atrelada à criação de um novo imposto, aos moldes da antiga CPMF, que irá incidir sobre pagamentos. Esse novo imposto teria uma alíquota de 0,2% e poderia arrecadar R$ 120 bilhões ao ano.

Leilão 5G

As mudanças tributárias propostas pelo governo vão encarecer os serviços de telecomunicações e devem adiar os investimentos na tecnologia 5G no país, segundo reportagem do jornal “Folha de S.Paulo”.

Segundo a reportagem, o presidente da SindiTelebrasil, Marcos Ferrari, afirmou que a alíquota de 12% proposta com a unificação do PIS e Cofins é elevada e por isso irá propor uma alíquota diferenciada para o setor.

O SindiTelebrasil calcula que a alíquota de 12% eleva em 2,7 pontos percentuais a carga média das empresas de telecomunicações com tributos indiretos, que era de 46,7% em 2019. Cálculos preliminares indicam que a alíquota neutra para o setor seria de 6% a 7%.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.