Ibovespa Futuro cai com correção após 7 altas consecutivas; dólar futuro sobe a R$ 4,87

Pré-market opera com desempenho negativo dando um respiro após subir sem parar

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em queda nesta terça-feira (9) com correção após sete altas consecutivas do índice à vista. Os índices futuros das bolsas americanas também caem, após o Nasdaq renovar máxima histórica de fechamento e Dow Jones e S&P 500 voltarem a níveis de fevereiro retomando todas as perdas com o coronavírus.

No Brasil, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou, na segunda-feira à noite, que o governo Jair Bolsonaro retomasse a divulgação na íntegra dos dados acumulados de mortes e casos confirmados de Covid-19 no site do Ministério da Saúde. Ainda em destaque, está o julgamento de ações contra chapa de Bolsonaro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na pauta desta terça-feira.

Às 09h03 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para junho tinha baixa de 1,36% a 96.380 pontos.

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Já o dólar futuro para julho opera em alta de 1,04% a R$ 4,878.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 sobe um ponto-base a 3,14%, o DI para janeiro de 2023 tem alta de quatro pontos-base a 4,25% e o DI para janeiro de 2025 avança seis pontos-base a 5,81%.

Depois do rali desenfreado das últimas semanas, investidores calculam se essa recuperação dos mercados não ocorreu em um nível superior ao que será a recuperação da economia, que ainda sofre os efeitos do isolamento social imposto pela pandemia.

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“Estamos lidando com muitas incógnitas, apesar da reabertura das atividades econômicas ainda estarem no caminho certo”, disse, à Bloomberg, Frank Tsui, gerente sênior de fundos da Value Partners.

Na segunda-feira, o Banco Mundial informou que a economia global poderia sofrer uma retração de 5,2% em 2020, o que seria a maior recessão desde a Segunda Guerra Mundial. Essa retração também deixaria mais pessoas em situação de pobreza, em especial nos países emergentes.

Entre os indicadores, o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) subiu 1,36% na primeira prévia de junho, acima do esperado pelos economistas. A mediana das projeções compiladas no consenso Bloomberg apontava para um crescimento de 1,02%. Com o resultado, ficou para trás o recuo de 0,32% no mês anterior.

Enfrentamento da pandemia

E a divulgação dos dados sobre o contágio do novo coronavírus no Brasil ganha mais um capítulo. Na segunda-feira à noite, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinou que o governo Jair Bolsonaro retomasse a divulgação na íntegra dos dados acumulados de mortes e casos confirmados de Covid-19 no site do Ministério da Saúde.

Desde a semana passada, a pasta alterou horário e a a forma de divulgação dos números da Covid-19 no Brasil. O jornal O Estado de S. Paulo informou que a mudança se deu após o presidente Jair Bolsonaro pedir que o número de mortes publicados ficasse abaixo de mil.

A mudança na forma de divulgação levou um grupo de veículos a fechar uma parceria para buscar as informações junto às secretarias de saúde.

Pelas contas desse consórcio, o Brasil registrou 849 mortes por Covid nas últimas 24 horas, elevando o número total para 37.312. Pela publicação do Ministério da Saúde, foram 679 óbitos. O número atualizado de mortes acumuladas não está sendo mais informado pela pasta, mas ao somar esse último dado aos dias anteriores, o total seria de 37.134.

Cenário político

Os movimentos contrários ao governo de Jair Bolsonaro, como o Somos Democracia, marcaram um novo ato contra o atual governo para o próximo dia 14, apesar do avanço da Covid-19 no Brasil.

Além das críticas ao governo, os movimentos vão defender a democracia, pautas antirracista e o apoio ao SUS, segundo informou o jornal Folha de S.Paulo.

Em reação a esses movimentos, Bolsonaro definiu que irá intensificar a polarização com o PT para evitar o fortalecimento de siglas do centro.

Ainda em destaque, o julgamento de ações contra chapa de Bolsonaro no TSE está na pauta desta terça-feira. Conforme destaca o Valor, o TSE deve rejeitar primeiras ações que pedem cassação da chapa de Bolsonaro e Mourão.

A pauta de hoje na Corte eleitoral inclui dois processos que pedem o afastamento do presidente e seu vice por tirarem vantagem de uma invasão hacker a um grupo no Facebook durante a campanha eleitoral.

Nos bastidores do Tribunal, o entendimento é o de que esses processos são juridicamente frágeis e não têm chance de prosperar, mas os ministros não são tão categóricos quanto às outras quatro ações, que investigam o impulsionamento ilegal de mensagens por meio do WhatsApp, diz o jornal.

Panorama corporativo

As empresas brasileiras seguem buscando forma de equilibrar o seu caixa para lidar com a crise causada pela pandemia do novo coronavírus.

A siderúrgica CSN concluiu o reperfilamento de R$ 300 milhões em dívidas junto à Caixa Econômica Federal. Os valores iriam vencer entre este mês e setembro e agora foram transferidos para o período de 2021 a 2024.

As condições desse reperfilamento não foram divulgadas. A companhia informou que “segue negociando o alongamento de seu passivo financeiro, visando à preservação da liquidez necessária para executar sua estratégia de desalavancagem e geração de valor aos seus acionistas”.

Já a A Raízen Energia aprovou duas emissões de debêntures, que vão totalizar R$ 1,25 bilhão. Os recursos serão utilizados em investimentos na operação.

O vencimento dessas operações se dará em dez anos, segundo a companhia.

A B3 informou ainda que irá operar nos feriados paulistas de 9 de julho e 20 de novembro. No dia 11, Corpus Christi, não haverá pregão.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.