Ibovespa Futuro cai com correção apesar de bom humor no mercado internacional; dólar futuro sobe a R$ 5,31

Pré-market registra perdas num clássico "sobe no boato, realiza no fato"

Ricardo Bomfim

(scyther5/Getty Images)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em queda nesta quinta-feira (28) em um clássico movimento de “sobe no boato, cai no fato” após o presidente da República, Jair Bolsonaro, sancionar o pacote de ajuda a estados e municípios vetando o dispositivo que aumentava os salários de servidores públicos no último dia do prazo. Nas últimas sessões, o índice subiu de maneira relevante.

Lá fora, as bolsas seguem em alta, ainda que com ganhos mais modestos em relação às últimas sessões, repercutindo as esperanças com um reaquecimento da economia em meio à reabertura dos comércios em diversos países e com os avanços da ciência no desenvolvimento de uma vacina contra o coronavírus.

Na Europa, os investidores avaliam o pacote de estímulo que totaliza 2,4 trilhões de euros (o equivalente a US$ 2,6 trilhões) em gastos totais para combater os impactos do coronavírus na economia.

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Por outro lado, a China elevou a aposta nas tensões com os Estados Unidos e o Legislativo do país aprovou a controversa lei de segurança nacional para Hong Kong.

Já no Brasil, a taxa de desemprego subiu para 12,6% no trimestre até abril, apontou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa, segundo consenso Bloomberg, era de que a taxa de desemprego no Brasil iria acelerar para 13,3% no mês passado.

Às 09h15 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para junho caía 0,7% a 87.395 pontos.

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Já o dólar comercial tinha alta de 0,68%, a R$ 5,3176 na compra e R$ 5,3188 na venda. O dólar futuro para junho subia 0,63% a R$ 5,309.

Tensão política

O tom político em Brasília sobe novamente após a operação da Polícia Federal autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que atingiu apoiadores do governo. Após reunião com ministros na noite de quarta-feira, é esperada uma reação do presidente Jair Bolsonaro.

Segundo o jornal “Folha de S. Paulo“, o presidente teria dito a auxiliares que o Executivo não poderia aceitar essa operação calado. Uma das medidas definidas é que a Advocacia-Geral da União (AGU) entre com um pedido de habeas corpus para impedir o depoimento do ministro da Educação, Abraham Weintraub, ao STF.

A sua intimação faz parte do mesmo inquérito que apura o disparo de fake news investigado pelo STF e que levou a uma onda de mandados de busca e apreensão ao longo da quarta-feira envolvendo deputados apoiadores do governo, empresários e blogueiros.

Veto confirmado

A lei de socorro a estados e municípios foi sancionada na quarta-feira à noite e publicada na edição desta quinta do “Diário Oficial da União”. Entre os principais vetos está o que impede o aumento do salário de servidores até o fim de 2021, que era bastante esperado pelo mercado.

Esse veto foi pedido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, como contrapartida para ajudar Estados e municípios e lidar com as perdas causadas pela pandemia do coronavírus.

Na mensagem de veto, Jair Bolsonaro afirmou que o dispositivo aprovado “viola o interesse público por acarretar em alteração da economia potencial estimada”.

Panorama corporativo

Apesar da incerteza causada pela pandemia do novo coronavírus, os investidores têm demonstrado apetite pelo risco, o que favorece a emissão de títulos e outros valores mobiliários pelas empresas.

Foi esse apetite por risco que garantiu à Petrobras a emissão de US$ 3,25 bilhões em títulos de dívida externos por meio da subsidiária Petrobras Global Finance B.V..

A operação foi dividida em duas operações. Um total de US$ 1,5 bilhão com vencimento em 2021 e rendimento ao investidor (yield) de 5,6% ao ano. Já uma parcela de US$ 1,75 bilhão irá vencer em 2050 com um retorno ao investidor de 6,9% ao ano.

Segundo o jornal “O Estado de São Paulo”, a demanda chegou a US$ 15 bilhões e fez com que a companhia suspendesse os planos para a emissão de R$ 3 bilhões em debêntures.

Já na área operacional, a estatal informou que iniciou os procedimentos para dar acessos aos demais produtores de gás no Brasil às suas unidades de processamento do insumo. A medida atende o plano do governo federal Novo Mercado de Gás, que busca atrair investidores para o setor.

Dentro da temporada de balanço, a varejista C&A registrou no primeiro trimestre do ano um prejuízo líquido de R$ 55,4 milhões, ante lucro de R$ 751 milhões nos primeiros três meses de 2019. Após a conclusão do primeiro trimestre, a C&A emitiu R$ 500 milhões em notas promissórias pelo prazo de três anos, além de R$ 350 milhões em CCBs (Cédula de Crédito Bancário) pelo prazo de um ano.

Já a Arezzo registrou lucro líquido de R$ 26 milhões no primeiro trimestre do ano, uma alta de 12% na comparação com igual período de 2020. O melhor resultado decorre da ativação de créditos tributários que geraram um efeito líquido de R$ 20 milhões.

A Rumo registrou no primeiro trimestre um prejuízo líquido de R$ 274 milhões, ante um lucro líquido de R$ 27 milhões em igual período de 2019.

Fora da temporada de balanços, o Tribunal de Contas da União (TCU) proibiu, na quarta-feira, o Banco do Brasil em fazer anúncios em sites que veiculem fakenews. A decisão atende a um pedido do Ministério Público.

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(Com Bloomberg)

Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.