Ibovespa Futuro cai com coronavírus e correção das altas do petróleo após acordo da Opep; dólar sobe a R$ 5,11

Pré-market aponta para dia de perdas no mercado

Ricardo Bomfim

Painel de ações e gráfico (Crédito: Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em queda nesta segunda-feira (13) com os investidores atentos aos números de coronavírus no mundo. A pandemia se desacelerou na Europa, mas atingiu proporções preocupantes nos Estados Unidos, que agora têm 550 mil casos e 22 mil mortes.

No lado das commodities, o petróleo apresenta leve queda hoje, corrigindo parte do rali que ocorreu antes do acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). Ficou acertado que os maiores produtores do combustível cortarão a produção diária em 9,7 milhões de barris diários, inclusive com os Estados Unidos, Canadá, México e Brasil aceitando realizar cortes menores.

Às 09h10 (horário de Brasília), o Ibovespa Futuro registrava perdas de 0,93%, aos 77.520 pontos. Já o dólar futuro para maio tem baixa de 0,12% a R$ 5,112. O dólar comercial, por sua vez, apresenta alta de 0,4%, a R$ 5,109 na compra e R$ 5,111 na venda.

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No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 cai quatro pontos-base a 3,82%, o DI para janeiro de 2023 tem queda de seis pontos-base a 4,96% e o DI para janeiro de 2025 recua sete pontos-base a 6,60%.

Em Nova York, os investidores aguardam dados da economia americana e os resultados de algumas empresas, como JP Morgan Chase e Bank of America, que publicarão resultados do primeiro trimestre nesta semana.

Entre os indicadores locais, o Relatório Focus do Banco Central mostrou que os economistas do mercado agora esperam uma queda de 1,96% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, ante -1,18% na semana passada. Para 2021, a expectativa é de um crescimento de 2,7% na economia, acima dos 2,5% esperados na semana anterior.

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Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a projeção foi reduzida de 2,72% para 2,52% em 2020 e mantida em 3,5% para 2021.

A expectativa para a taxa básica de juros Selic ficou inalterada em 3,25% para 2020, porém foi cortada de 4,75% para 4,5% para 2021.

PEC do Orçamento

O Senado deve votar esta segunda-feira a chamada PEC do Orçamento de Guerra, que permite ao governo gastos além das regras fiscais previstas na Constituição para combater a pandemia.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, conversou com senadores na quinta-feira para vencer resistências à PEC, que também amplia o escopo das atuações do BC. A emenda poderia permitir ao BC negociar títulos privados e comprar títulos mais longos, que têm sido mais pressionados durante a crise.

Além disso, após críticas da equipe econômica, a Câmara dos Deputados avança para fechar um acordo e enxugar o projeto de socorro emergencial para Estados e municípios, destaca o Valor Econômico. Segundo o jornal, o novo parecer do relator Pedro Paulo (DEM-RJ) deve se limitar a estabelecer a compensação aos entes federativos e prefeituras pela queda da arrecadação de impostos em função da crise do coronavírus. A ideia de Rodrigo Maia é colocar a proposta em votação entre hoje e amanhã. O parecer deve sugerir que a União faça a recomposição do ICMS e do ISS nos próximos seis meses.

Impacto do coronavírus no PIB

Em uma videoconferência de quase quatro horas na noite de quinta-feira (9) com senadores considerados “independentes” pelo governo, Paulo Guedes afirmou que, caso a paralisação de boa parte de economia continue após julho, o PIB do Brasil poderá ter uma queda de 4% no ano.

Segundo apurou o jornal O Globo, o ministro também estimou que, se a propagação do coronavírus for contida em até três meses, a retração do PIB seria de 1,5%. Nas estimativas oficiais do governo, a previsão ainda é de crescimento nulo de 0,02%. Veja mais clicando aqui. 

Já o Banco Mundial projeta queda de 5% no PIB do Brasil devido a novo coronavírus. Se confirmada a projeção, será a maior recessão que o Brasil enfrentará em 120 anos. Segundo estatísticas históricas do IBGE, não há registro de uma queda tão grande da atividade desde 1901.

Vale destacar que, com a multiplicação de casos, o coronavírus está matando mais brasileiros fora dos grupos de risco, compostos por idosos e aqueles com comorbidades. Levantamento feito pelo jornal O Globo, com dados do Ministério da Saúde, mostra que, entre os dias 27 de março e 11 de abril, os óbitos de quem tem menos de 60 anos saltaram de 11% para25% do total, enquanto sem doenças pré-existentes, como diabetes e cardiopatias, passaram de 15% para 26%.

Para o Ministério, são fatores para a mudança de quadro do avanço da epidemia na periferia das cidades, onde há condições precárias de moradia e mais incentivo para a saída de casa para o trabalho, e a elevada incidência de outras doenças virais, como a influenza A e B, o que abre o organismo para a Covid-19. No domingo, em apenas 24 horas, o país registrou 1.442 novos casos e 99 mortes, para um total de 22.169 casos confirmados e 1.223 mortes.

Noticiário corporativo

A Petrobras esclareceu que enviou no dia 24 de março uma notificação de Declaração de Força Maior à petrolífera Enauta, sua parceira no campo de gás natural de Manati. Recentemente, a Enauta afirmou que não renegociará com a estatal o contrato de venda do gás natural extraído em Manati. Segundo a Petrobras, houve “redução estrutural na demanda por gás natural em todo o mercado brasileiro” por causa da epidemia do coronavírus e as consequentes quarentenas que mantém o comércio fechado. A Petrobras ainda propôs parcelar pagamento a distribuidoras de gás.

No radar corporativo, a Embraer fecha acordo suspensão temporária trabalho com sindicatos. Já a  Sabesp é autorizada reajustar tarifa, mas a calamidade adia aplicação. A Randon aprovou a recompra de até 13 milhões de ações preferenciais.

Atenção ainda para a prévia operacional de construtoras do primeiro trimestre. A Even teve vendas líquidas de R$ 256 milhões, enquanto a Direcional teve vendas contratadas de R$ 298 milhões.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.