Ibovespa Futuro cai após disparada da véspera com acordo nos EUA; discurso de Bolsonaro gera incertezas

Pré-market mostra perdas diante do "sobe no boato, cai no fato" e aumento na tensão política no Brasil

Ricardo Bomfim

Painel de ações (Crédito: Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em queda nesta quarta-feira (25) no movimento conhecido como “sobe no boato, cai no fato” após o Congresso americano chegar a um acordo para aprovar o pacote de US$ 2 trilhões em estímulos para mitigar os efeitos do coronavírus na economia dos Estados Unidos.

Às 09h09 (horário de Brasília), o índice futuro do Ibovespa com vencimento em abril caía 1,88% a 67.500 pontos. Já o dólar futuro para abril recua 0,1%, a R$ 5,099.

O acordo nos EUA, que ainda é preliminar e deve seguir para votação no Senado e na Câmara dos Representantes já nesta quarta, acontece após dias de divergências que deixaram os mercados financeiros em suspense. Só depois irá à sanção de Donald Trump. Os detalhes do pacote serão revelados mais tarde nesta quarta-feira. Alguns pontos conhecidos: cada adulto receberá um cheque de US$ 1,2 mil, cada casal US$ 2,4 mil e cada criança um de US$ 500. Se o cidadão recebe mais de US$ 75 mil por ano e o casal mais de US$ 150 mil por ano, terão direito a um cheque de menor valor.

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Pequenas empresas terão US$ 350 bilhões para mitigar os efeitos da recessão. O líder da maioria Republicana no Senado, Mitch McConnell, disse que o pacote estabilizará “setores-chave na economia americana”. As empresas aéreas haviam pedido US$ 58 bilhões.

No Brasil, gera instabilidade o discurso do presidente da República, Jair Bolsonaro, que chamou novamente o coronavírus de “resfriadinho” e defendeu que as pessoas voltem a trabalhar para não haver desemprego. O discurso de Bolsonaro teria sido elaborado com a ajuda do seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro, e do chamado “gabinete do ódio” que funcionaria dentro do Palácio do Planalto, informa reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. No discurso, o presidente criticou o fechamento de escolas e do comércio no Brasil por causa da epidemia do coronavírus. “Sem pânico ou histeria venceremos o vírus”, que chegou e brevemente passará, disse o presidente.

Discurso de Bolsonaro

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que está com coronavírus, afirmou que o pronunciamento foi “grave” e cobrou uma liderança “séria, responsável e comprometida com a vida e a saúde da sua população”.

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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), considerou “equivocado” o pronunciamento e criticou o fato de Bolsonaro usar a estrutura de transmissão para distribuir ataques. “Desde o início desta crise venho pedindo sensatez, equilíbrio e união. O pronunciamento do presidente foi equivocado ao atacar a imprensa, os governadores e especialistas em saúde pública”, escreveu o presidente da Câmara em uma rede social.

Coronavírus avança no Brasil 

O Ministério da Saúde informou que pretende aplicar 22,9 milhões de testes do coronavírus no Brasil. A promessa envolve a produção acima da capacidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, a compra de kits no mercado internacional. O Brasil já registra 47 mortes – na noite deste terça-feira, de um paciente no Amazonas – e pelo menos 2.201 casos confirmados da doença.

Noticiário corporativo 

A Petrobras informou na noite de ontem que fechou um contrato de R$ 350 milhões para a compra e venda de asfalto com a Stratura, sua coligada e subsidiária da BR Distribuidora em Paulínia (SP). O acordo tem validade de seis meses. Já a Sul América adiou a sua Assembleia Geral Ordinária, que deveria ocorrer amanhã no Rio de Janeiro, para o final de abril, por causa da epidemia do coronavírus. A Usiminas vai receber R$ 393,9 milhões em acordo com fundo de pensão.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.