Ibovespa Futuro cai 3% com tensão entre EUA e China e reação aos ADRs; dólar futuro encosta em R$ 5,60

Índice tem forte correção pós-feriado diante de aumento das tensões entre EUA e China

Rodrigo Tolotti

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro começa a semana em forte queda acompanhando o aumento da tensão no exterior e refletindo o desempenho dos ADRs brasileiros durante o feriado da última sexta-feira, quando o índice Dow Jones Brazil Titans 20 caiu mais de 4%.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou a China de esconder a epidemia do coronavírus para armazenar suprimentos médicos e equipamentos para combater a doença, enquanto o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, afirmou existirem “fortes evidências” de que a Covid-19 foi criado em um laboratório em Wuhan.

As declarações de Pompeo contrastam com informações da inteligência americana, que na semana passada afirmou que a Covid-19 é natural e não foi desenvolvida pela biotecnologia.

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Às 09h05 o índice futuro registrava queda de 3,02%, aos 77.680 pontos, enquanto o dólar futuro para junho registrava alta de 1,56%, para R$ 5,580.

Já no mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 sobe 10 pontos-base em 3,72%, enquanto o DI para janeiro de 2023 tem alta de 15 pontos, para 4,96%. O contrato para janeiro de 2025 avança 17 pontos-base a 6,72%.

No exterior, os futuros nos EUA têm queda de cerca de 1%, enquanto as bolsas na Europa caem mais de 3% após ficarem fechadas na sexta – com exceção do Reino Unido, onde o recuo é menor já que a bolsa abriu. Já na Ásia, é feriado na China e Japão, mas Hong Kong fechou com queda de 4,18%.

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Ainda em destaque, os investidores também estão avaliando os esforços dos países que estão começando a diminuir o isolamento em meio ao medo de uma segunda onda da pandemia do coronavírus.

Na Itália, 4,4 milhões de pessoas voltam hoje ao trabalho na chamada “fase 2” da reabertura da economia, das quais 2,8 milhões no Norte do país europeu.

Política 

O presidente Jair Bolsonaro esteve ontem em uma manifestação em Brasília (DF), na qual alguns milhares de partidários de extrema direita voltaram a pedir o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF), do Congresso e até um golpe militar. Os manifestantes também criticaram o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, chamado no sábado de “Judas” por Bolsonaro.

Da rampa do Palácio do Planalto, Bolsonaro disse que chegou “ao limite” e não tolerará mais interferências dos outros dois poderes da República. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) rechaçou as declarações, bem como os ministros do STF, e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Na manifestação, militantes de extrema-direita agrediram um jornalista e um motorista do jornal O Estado de S. Paulo. Segundo o jornal O Globo, a Procuradoria-geral da República investigará o caráter antidemocrático da manifestação.

Ainda no radar político, a Câmara dos Deputados deve votar nesta segunda, em sessão virtual marcada para as 11h, a proposta de auxílio financeiro a estados e municípios para combate aos efeitos da pandemia da covid-19. Ao todo, serão destinados R$ 125 bilhões, incluindo repasses diretos e suspensão de dívidas.

O Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus (PLP 39/2020) foi aprovado na noite de sábado (2) pelo Senado, na forma de um substitutivo apresentado pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP). Por ser um texto diferente do aprovado pelos deputados, a matéria retorna para nova análise. Se aprovada sem alterações, a primeira parcela do pagamento do auxílio emergencial aos estados, municípios e ao Distrito Federal está prevista para 15 de maio. Veja mais clicando aqui. 

Pandemia 

O Brasil tornou-se ontem o nono país a passar a marca dos 100 mil infectados pelo coronavírus, segundo dados do Ministério da Saúde, com 101.147 casos confirmados e 7.025 mortes pela doença. São Paulo é o estado mais atingido, com 31.772 casos confirmados e 2.627 mortes. O Rio de Janeiro tem 11.139 casos com 1.010 mortes. Apenas do sábado para domingo, foram confirmados 4.588 novos casos no Brasil e 275 mortes.

Noticiário corporativo 

O Itaú Unibanco, maior banco privado do país, e a Gol Linhas Aéreas, divulgam resultados do 1º trimestre nesta segunda-feira. A Enel São Paulo, maior distribuidora de energia elétrica do país, divulgou resultados do 1º trimestre e informou lucro líquido de R$ 115,2 milhões – um crescimento de 124,8% sobre igual período de 2019.

No geral, os resultados financeiros da distribuidora melhoraram, mas a quantidade de energia elétrica fornecida caiu, segundo a empresa, porque fez pouco calor no verão e a epidemia do coronavírus reduziu as compras da indústria e comércio em março. Em outra notícia, a operadora logística e de fretes marítimos Log-In informou que recebeu seu navio contêiner Endurance, que entrou em operação em 1º de maio.

(Com Agência Brasil)

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.