Ibovespa Futuro cai 1,5% com Argentina e guerra comercial; dólar volta a bater R$ 4,00

Mercado opera em forte baixa diante de riscos em todos os fronts internacionais

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em queda nesta segunda-feira (12) pressionado pelo cenário global. Lá fora, as bolsas caem ainda repercutindo a guerra comercial entre Estados Unidos e China. Por aqui, soma-se a isso a derrota sofrida pelo atual presidente da Argentina, Mauricio Macri, que ficou 15 pontos atrás da chapa Alberto Férnandez e Cristina Kirchner. 

Hoje, o Banco do Povo da China (PBoC) definiu a referência oficial para o yuan em 7,0211 por dólar, cotação mais fraca do que na sexta-feira, porém acima da prevista pelo mercado.

Às 09h11 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para agosto caía 1,5%, a 102.370 pontos. Já o dólar futuro para setembro sobe 1,34% a R$ 4,001. 

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No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 avança cinco pontos-base a 5,43%, ao passo que o DI para janeiro de 2023 registra ganhos de nove pontos-base a 6,44%. 

O revés político do liberalismo na Argentina leva os investidores às vendas aqui, já que fica claro que o governo brasileiro precisará lidar com a possibilidade de ter os vizinhos de fronteira como opositores à gestão atual. 

IBC-Br e Relatório Focus

Entre os indicadores, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,3% em junho na comparação mensal. A expectativa do consenso Bloomberg era de uma alta de 0,1%. 

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Na comparação com junho de 2018, o IBC-Br caiu 1,75% e no acumulado de 12 meses apresentou crescimento de 1,08%. 

Também foi divulgado o Relatório Focus do Banco Central, com as expectativas dos economistas do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos do País. A projeção de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) para 2019 foi reduzida de 0,82% para 0,81% nesta semana. Para 2020, a previsão manteve-se em 2,1%. 

Em relação ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) as projeções foram revisadas para baixo de 3,8% para 3,76% para este ano e mantiveram-se em 3,9% para o ano que vem. 

As projeções para o câmbio ficaram em R$ 3,75 para 2019 e R$ 3,80 para 2020. Já para a taxa básica de juros Selic houve uma redução de 5,25% para 5% nas expectativas para este ano. Para 2020, foram mantidas estáveis as estimativas em 5,5%. 

Bolsas Internacionais

Os principais mercados na Ásia-Pacífico fecharam em alta nesta segunda-feira, após uma semana volátil para os mercados globais, à medida que a crescente guerra comercial gera temor aos investidores. Os mercados da China continental se recuperaram das perdas da semana anterior e fecharam em alta na segunda-feira.

Uma moeda mais fraca torna as exportações de um país mais baratas e a administração do presidente Donald Trump reclama constantemente de que um yuan mais barato daria à China uma vantagem comercial.

Na sexta-feira, o presidente Donald Trump disse que não estava pronto para fazer um acordo com a China e questionou a próxima rodada de negociações comerciais. A decisão ocorre após os EUA afirmar que imporia uma tarifa de 10% sobre US$ 300 bilhões restantes das importações chinesas em 1º de setembro. A China respondeu suspendendo suas compras de produtos agrícolas dos EUA.

Causa tensão ainda o ambiente político em Hong Kong, depois que o aeroporto internacional cancelou todas as partidas para o restante do dia, citando sérios problemas devido à intensificação dos protestos. 

Noticiário Corporativo

A Petrobras vai se transformar, até 2022, numa empresa do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo, segundo o presidente da companhia, Roberto Castello Branco. O executivo disse que as atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural e também o refino vão se concentrar nesses três Estados.

O investimento planejado para o Rio de Janeiro é de US$ 54 bilhões nos próximos cinco anos. Parte desse dinheiro, US$ 20 bilhões vão ser gastos na Bacia de Campo, no norte fluminense, principalmente, para revitalizar campos produtores que entraram na fase de esgotamento e dependem de investimento para ganhar sobrevida.

Concluída a privatização, a BR Distribuidora pretende atuar em dez frentes para tentar alcançar rentabilidade compatível à obtida por concorrentes do setor privado. As medidas para modernizar a distribuidora foram definidas por um grupo de trabalho que inclui diretores e gerentes.

Entre as iniciativas, está a entrada no negócio de comercialização de combustíveis, comprando de diferentes fornecedores, inclusive no exterior, e vendendo até mesmo para concorrentes. Nessa linha, a BR avalia criar uma empresa para atuar no segmento de etanol.

O secretário de Coordenação e Governança das Estatais do Ministério da Economia, Fernando Soares, confirmou que o governo está trabalhando para fazer a privatização da Eletrobras pelo modelo de “follow on”, em que haverá pulverização do capital e a União deixará de ser acionista majoritária.

Segundo Soares, a ideia do governo é ainda em agosto apresentar um projeto de lei substitutivo prevendo a operação, que tem de ser aprovada pelo Congresso Nacional.

Ainda no corporativo, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu pela suspensão do bloqueio de R$ 3,7 bilhões da Braskem, derrubando a decisão do Tribunal de Justiça de Alagoas.

O relatório da Serviço Geológico do Brasil (CPRM), divulgado dia 8 de maio, havia responsabilizou diretamente a petroquímica, que pertence à Odebrecht e Petrobras, pelas rachaduras e afundamento em três bairros de Maceió. Em nota, o grupo disse que segue colaborando com as autoridades.

Controlada pelo Grupo Pão de Açúcar (GPA, a Sendas Distribuidora fará a emissão de R$ 8 bilhões em debêntures para arrecadar recursos para a compra das ações da Almacenes Éxito, na Colômbia. A operação faz parte da reorganização da estrutura do Casino na América Latina. A operação pode facilitar a venda a venda do GPA.

Entre os resultados corporativos, a Alpargatas registrou um lucro líquido consolidado de R$ 31,6 milhões no segundo trimestre, um desempenho 73% superior ao do mesmo período do ano passado. Já a fabricante de alimentos M.Dias Branco reportou um lucro de R$ 100,6 milhões, representando queda de 52%.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.