Ibovespa Futuro acelera alta após PIB dos EUA vir levemente abaixo do esperado

Divulgado às 9h30, o PIB norte-americano mostrou crescimento de 0,8% no 1º trimestre de 2016, alta maior que o 0,5% apresentado na medição anterior

Marcos Mortari

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SÃO PAULO – Após intensificar os ganhos com a divulgação do PIB (Produto Interno Bruto) nos Estados Unidos, o Ibovespa Futuro zerou os ganhos a poucos minutos do início do pregão na Bovespa, nesta sexta-feira (27). Às 9h55 (horário de Brasília), o índice caminhava a 0,07% positivos, a 49.835 pontos. Na volta do feriado de Corpus Christi, que manteve a Bolsa fechada na véspera, o índice aponta para cautela do mercado, em linha com o comportamento dos investidores no exterior. Na máxima do dia (50.110), às 9h37, o contrato futuro marcava ganhos de 0,6%, mas logo minguou.

Divulgado às 9h30, o PIB norte-americano mostrou crescimento de 0,8% no 1º trimestre de 2016, alta maior que o 0,5% apresentado na medição anterior. No entanto, o resultado veio levemente abaixo do esperado – economistas esperavam expansão de 0,8%. Também consta no radar dos investidores nessa sessão a fala da chairwoman do Federal Reserve, Janet Yellen, previsto para o começo da tarde, e dados sobre a dívida pública brasileira em abril. Ainda no mercado internacional, destaque para o petróleo, cujos barris dão sequência à queda por correção de ontem, com o tipo brent recuando 1,39%, a US$ 48,90, e o WTI, 1,05%, a US$ 48,96%. Já o minério de ferro negociado no porto de Qingdao (China) fechou em alta de 3,37%, a US$ 51,15 a tonelada.

No noticiário doméstico, destaque para a política, com o vazamento de novos áudios minando lideranças importantes do PMDB e figuras próximas ao presidente interino Michel Temer. Até o momento, foram reveladas conversas entre o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado com os senadores Romero Jucá, Renan Calheiros e o ex-presidente José Sarney. Com o cerco se fechando à sigla, cresceram as percepções de que o comandante do Senado tenha sua situação política prejudicada, o que também, poderia atrapalhar o calendário célere para a votação do impeachment de Dilma Rousseff na casa, previsto para antes das Olimpíadas. O cenário de crise econômica e a urgência por medidas estruturantes, além da baixa popularidade de Temer e as acusações de nomes próximos a ele dão maior evidência a um cenário de novas eleições, o que atenderia aos anseios de nomes como o do ex-presidente Lula.

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Na Ásia, as bolsas chinesas fecharam o dia com leve queda, marcando a sexta semana consecutiva de perdas do índice de Xangai, com os dados dos lucros da indústria somando aos temores de que uma recente melhora da economia está acabando. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, recuou 0,06%, acumulando perda de 0,5% na semana. Enquanto o índice de Xangai teve queda de 0,03%, caindo 0,2% na semana. O índice Nikkei do Japão subiu impulsionado pelas expectativas de que Tóquio adiará um aumento do imposto sobre as vendas, ajudando a ampliar os ganhos da semana para 1,5%.

O crescimento dos lucros das empresas industriais da China desacelerou em abril, em linha com outros dados do mês que sugerem que a economia pode estar perdendo ímpeto novamente, após melhorar mais cedo no ano. Porém, no restante da região, as ações avançaram após dados dos Estados Unidos continuarem indicando que a economia vai bem.

Já as bolsas europeias operam próximo à estabilidade, com o DAX registrando alta de 0,10%, o FTSE em leve queda de 0,09% e o CAC em queda de 0,23%, com os mercados de olho em Janet Yellen. A presidente do Federal Reserve fala hoje em evento na Universidade de Harvard, em Massachussets, às 14:15 (horário de Brasília).

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Vale destacar que o Grupo dos Sete países mais industrializados do mundo (G7) alertou na noite de quinta-feira sobre os riscos para a economia global e pediu para que as respostas políticas sejam realizadas de forma conjunta. A reunião de dois dias termina hoje no parque natural de Ise-Shima, no Japão. “Desde nossa última reunião, os riscos para as perspectivas mundiais têm aumentado”, disseram os líderes do G7, em uma declaração conjunta. “Nos comprometemos a fortalecer nossas respostas políticas econômicas de forma conjunta e empregar uma combinação de políticas mais fortes e equilibradas, a fim de alcançar rapidamente um padrão de crescimento forte, sustentável e equilibrado”, apontou o comunicado.

(com Reuters e Agência Estado)

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.