Ibovespa futuro registra alta; principais índices internacionais operam sem direção exata após Fomc

Índice brasileiro sinaliza que irá sustentar altas por mais um dia, enquanto exterior oscila

Vitor Azevedo

(Getty Images)

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O Ibovespa futuro registra alta no pregão desta quinta-feira (27), com o contrato de vencimento em fevereiro de 2022 subindo 0,43%, aos 112.545 pontos, às 9h22 (horário de Brasília).

O dia é de oscilação nos mercados internacionais, após o Comitê Federal de Mercado Aberto do Federal Reserve (Fomc, na sigla em inglês) manter a taxa de juros nessa quarta, mas trazer tons mais duros do que anteriormente.

Além disso, a fala de Jerome Powell, presidente do Fed, depois da decisão, para alguns analistas, faltou com esclarecimentos, tendo até mesmo acrescentado algumas incertezas, ainda que tenha reforçado preocupação com a inflação.

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“Uma frustração que o mercado teve foi no sentido de que o Powell não sinalizou qual seria o ritmo de elevação de juros no ano que vem. Ele disse que as pressões inflacionárias ainda estão incertas e a gente pode ter vários cenários construídos ao longo do ano sobre elevação de taxa de juros”, afirmou Juan Espinhel, especialista em investimentos da Ivest Consultoria.

Dan Kawa, da TAG Investimentos, observa que Powell levantou a possibilidade de alta de juros em todas as reuniões do Fed em 2022. “São sete até o final deste ano, com o mercado precificando apenas três altas de 25 pontos-base hoje”, escreveu o economista.

Em parte, essas incertezas são responsáveis pelo fato de os índices mundo afora estarem operando entre altas e baixas. Nos EUA, os futuros do Dow Jones e do S&P 500 subiam 0,13% e 0,35% após registrarem queda mais cedo, enquanto o Nasdaq avançava 0,55%. Além disso, investidores esperam também a publicação da prévia do produto interno bruto dos EUA no quarto trimestre, marcada para às 10h30.

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Na Europa, as movimentações também apontam para os dois lados, com investidores também monitorando a questão da Ucrânia. O DAX, da Alemanha, cai 0,59%, bem como o STOXX 600, de todo o continente, recua 0,29%. O FTSE, do Reino Unido, e o FTSE MIB, da Itália, sobem, respectivamente, 0,39% e 0,22%.

“O mercado passa a precificar cinco altas em 2022 (o consenso anterior apontava para 4). Isto posto, Powell não forneceu pistas adicionais sobre a trajetória de aperto da política monetária, tanto em termos de timing quanto de ritmo de elevação dos juros”, comenta a XP, em seu morning call. “As bolsas globais amanhecem sem direção definida, enquanto investidores digerem a decisão do Fed”, concluem.

Na Ásia, a queda foi mais acentuada. Além do tom mais hawkish do Federal Reserve, que normalmente já pesa sobre companhias de tecnologia (consideradas como “de alto crescimento”), pesou na região o fato de mais analistas terem reduzido o preço-alvo das ações da Alibaba (BABA34), por conta das ofensivas do governo chinês contra a empresa – no começo da semana, Jack Ma, fundador da empresa, foi acusado de participar de um enorme escândalo de corrupção. As ações caíram mais de 7%.

O HSI, de Hong Kong, teve baixa de 1,99%. O índice Shangai, da China continental, caiu 1,78%. Nikkei, do Japão, e Kospi, da Coréia do Sul, recuaram, respectivamente, 3,11% e 3,50%.

No Brasil, investidores de olho em PEC dos combustíveis

A agenda brasileira que repercute no Ibovespa futuro está um tanto esvaziada. Investidores continuam monitorando a questão da PEC dos combustíveis, ainda sem espaço no Orçamento 2022, bem como a movimentação de alas de congressistas para derrubar vetos presidenciais ao texto sancionado pelo presidente da República.

É destaque também a notícia de que governadores decidiram prorrogar o congelamento do ICMS sobre combustíveis a partir de 1º de fevereiro. A medida ainda precisa ser ratificada hoje pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz).

A curva de juros sobe em bloco. O DI com vencimento em janeiro de 2023 avança oito pontos-base, para 12,15%. O para o mesmo mês de 2025 sobe quatro pontos, indo a 11,20%. Na ponta longa, as altas são menos, o DI para o primeiro mês de 2027 sobe um ponto, indo a 11,24%, bem como o para 2029, que vai a 11,43%.

O dólar futuro recua 0,33%, a R$ 5,421. O comercial cai 0,41%, negociado a R$ 5,418 na compra e a R$ 5,419 na venda. A moeda brasileira opera no sentido oposto do índice DXY, que mede a força da moeda americana frente a sete outras divisas, que sobe 1,18%.

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