Ibovespa fecha último pregão do ano com ganhos de 0,89%, aos 60.952 pontos

Apesar da alta, última semana do ano registrou leve queda, mas alta de 7,41% no ano; "fiscal cliff" seguiu como principal referência nesta sessão

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O último pregão de 2012 foi de alta para o Ibovespa, após três sessões em queda. O índice chegou a perder forças com a abertura das bolsas norte-americanas no início da tarde; entretanto, após a divulgação dos dados da agenda norte-americana, o índice voltou a registrar forças, fazendo com que ele fechasse o ano ganhos de 0,90%, aos 60.952 pontos. Contudo, esta alta não evitou a leve baixa de 0,09% do benchmark em sua última semana. No ano, a alta foi de 7,40%. O giro financeiro foi de R$ 5,93 bilhões.

O mercado seguiu de olho na agenda de indicadores norte-americana. O Chicago PMI, que mede a atividade industrial na região, registrou 51,6 pontos, o melhor nível desde agosto e levementa acima das projeções compiladas pelo Briefing.com. Além disso, o Pending Home Sales, mostrou uma alta de 1,7% na venda de casas existentes em novembro, também levemente acima do esperado pelo mercado. 

Além disso, seguiram no radar as discussões nos EUA para tentar chegar ao tão esperado acordo para salvar o país do “fiscal cliff”. Os políticos norte-americanos têm até o dia 31 para chegar a um acordo, o que, se não ocorrer, pode levar o país a uma recessão ao ter que adotar um pacote automático de corte de gastos e aumento de impostos.

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Altas e baixas
O principal destaque positivo fica com as ações da Vanguarda Agro (VAGR3), com alta de 5,31%, mas de apenas 2 centavos em relação a sessão anterior. Em seguida, aparecem os ativos da TIM Participações (TIMP3), com ganhos de 3,80%, aos R$ 8,20. 

Já na ponta negativa, aparecem as ações da Rossi Residencial (RSID3) e da JBS (JBSS3), amabas com leves baixas de 0,66%, aos R$ 4,55 e R$ 6,00, respectivamente. 

Na semana, as ações da Rossi registraram a maior queda do índice, com desvalorização de 6,38%, enquanto os papéis da Gol (GOLL4) tiveram a maior alta, com ganhos de 14,67%, aos R$ 12,90. Vale ressaltar ainda as fortes perdas dos papéis ordinários da Petrobras (PETR3) na semana, com queda de 6,37%, pressionando o índice no período. 

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Enquanto isso, no mês de dezembro os destaques de alta e baixa ficaram, respectivamente, para os papéis da MMX Mineração (MMXM3, R$ 4,45, +26,77%) e da Marfrig (MRFG3, R$ 8,48, -26,90%). No ano, quem registrou a maior alta foi a Hypermarcas (HYPE3; R$ 16,62, +95,53%), enquanto o posto de ativo com maior desvalorização no Ibovespa foi a OGX Petróleo (OGXP3; R$ 4,38, -67,84%). 

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 VAGR3 V-AGRO ON 0,41 +5,13 +35,67 5,79M
 TIMP3 TIM PART S/A ON 8,20 +3,80 -9,51 20,73M
 GFSA3 GAFISA ON 4,71 +3,74 +14,32 34,46M
 ELPL4 ELETROPAULO PN EJ N2 16,80 +3,70 -47,40 23,83M
 BTOW3 B2W VAREJO ON 17,00 +3,66 +88,89 18,88M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

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 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 BRFS3 BRF FOODS ON 42,19 -1,19 +16,28 238,44M
 MRFG3 MARFRIG ON 8,48 -0,82 -0,70 21,18M
 RENT3 LOCALIZA ON 37,50 -0,74 +48,55 19,61M
 JBSS3 JBS ON 6,00 -0,66 -1,32 15,14M
 RSID3 ROSSI RESID ON 4,55 -0,66 -39,81 23,95M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN 19,52 +0,57 545,48M 24.345 
 PETR3 PETROBRAS ON 19,55 +0,26 293,73M 13.185 
 VALE5 VALE PNA 40,87 +0,17 259,97M 13.553 
 BRFS3 BRF FOODS ON 42,19 -1,19 238,44M 3.558 
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN EJ 33,39 +0,63 208,21M 17.256 
 BBDC4 BRADESCO PN EJ 35,17 +0,63 174,75M 17.255 
 BVMF3 BMFBOVESPA ON 14,00 +1,60 113,87M 14.857 
 AMBV4 AMBEV PN EDJ 85,58 -0,07 110,70M 5.301 
 CIEL3 CIELO ON 56,99 +1,53 103,25M 6.110 
 BBAS3 BRASIL ON 25,60 +2,15 102,54M 11.881 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
 

“Fiscal cliff” seguiu como grande referência
Em uma semana encurtada pelo feriado de Natal, o índice operou com volume reduzido. Com poucas referências nacionais, – sendo a principal delas a nova dedução de compulsórios de depósitos à vista com empréstimos para setores privilegiados da economia -, o foco seguiu nos EUA. As discussões sobre o abismo fiscal continuaram.

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Caso a presidência e o Congresso norte-americano não cheguem a um acordo até a próxima segunda-feira, um pacote automático de corte de gastos e aumento de impostos entrará em vigor já em janeiro. Isso levará o país ao chamado abismo fiscal e provavelmente a uma recessão em 2013. Desta forma, o presidente dos EUA, Barack Obama, cancelou as suas férias de final de ano no Havaí, sendo que o presidente norte-americano Barack Obama se reunirá com os líderes do Congresso para tratar sobre o assunto. Já a Câmara dos Deputados do país que será feita uma reunião no próximo domingo, às 21h (horário de Brasília), para tentar chegar ao tão esperado acordo para salvar o país do “fiscal cliff”.

Além disso, esteve no radar uma carta enviada ao Congresso pelo secretário do Tesouro do país, Timothy Geithner, avisando que o país atingirá o teto da dívida na noite de ano novo. Para evitar um calote, ele tomará medidas extraordinárias, o que deve dar uma folga de US$ 200 bilhões ao país. A estimativa é que os EUA ganhem mais alguns meses com essa quantia, mas caso eles caiam no abismo fiscal os efeitos das medidas de Geithner são incertos.

Já na Europa, o destaque ficou com a França, que viu o seu PIB (Produto Interno Bruto) final do terceiro trimestre ser revisado para 0,1% de expansão – a leitura inicial indicava crescimento de 0,2%. O retorno ao crescimento informado no mês passado, devido a uma recuperação do consumo das famílias, surpreendeu após expectativas iniciais de que a França entraria em recessão até o final do ano.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.