Ibovespa fecha em alta pelo quinto pregão seguido, com vacina e PEC em destaque; decisão do Copom segue no radar

Alívio com Ômicron puxa índice brasileiro para seu quinto pregão consecutivo de alta

Vitor Azevedo

B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Ibovespa fechou o pregão desta quarta-feira (8), na iminência da decisão do Banco Central sobre a taxa Selic, em alta de 0,50%, aos 108.095 pontos, após oscilar durante boa parte do dia. Foi o quinto pregão consecutivo de alta, algo não visto desde junho, e o volume de negociação foi de R$ 28,6 bilhões.

O índice brasileiro acompanhou, em grande parte, a movimentação do mercado americano, onde índices também ficaram entre altos e baixos – o S&P 500 fechou em alta de 0,31%, o Dow Jones subiu 0,10% e a Nasdaq avançou 0,64%.

O mercado brasileiro espera a decisão do Banco Central, com a expectativa de que a instituição eleve a taxa de juros em 1,5 ponto percentual, para 9,25%. “O mercado acredita que esse aumento vem, e ele já está precificado. O principal ponto do anúncio será a mensagem que virá após o Copom”, diz Alexandre Brito, gestor da Finacap Investimentos.

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Além disso, os investidores monitoraram também a questão da PEC dos Precatórios, que foi promulgada em uma sessão acalorada. Congressistas criticaram a movimentação dos presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira, que fatiaram o projeto, buscando a aprovação mais rápida dos pontos que eram de comum acordo entre as duas casas, uma vez que qualquer Proposta de Emenda à Constituição precisa ser aprovada, em todos as suas cláusulas de forma unânime.

Os artigos que não foram consenso devem agora voltar ao plenário na próxima semana. “O fato de R$ 60 bilhões terem já sido liberados para o Auxílio Brasil, que pode agora ser criado, diminuiu as incertezas, pois a demora aumentava a chance do Governo realizar outras manobras para bancá-lo e, dessa forma, aumentar ainda mais o Risco Brasil”, explicou Henrique Ester, especialista de mercados do InfoMoney.

Foi destaque também no pregão brasileiro a divulgação da variação das vendas do varejo logo pela manhã. O recuo de 0,10% divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou aquém da alta de 0,8% esperada pelo mercado. Houve, porém, quem interpretou a queda como algo positivo, uma vez que com uma possível desaceleração econômica, é possível que o Banco Central freie a alta dos juros no futuro próximo.

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Na sessão estendida, o DI para janeiro de 2023 caía 11 pontos-base a 11,37%; DI para janeiro de 2025 recuava 20 pontos-base a 10,64%; e o DI para janeiro de 2027 caia 19 pontos-base a 10,65%. O dólar comercial recuou 1,49%, ficando em R$ 5,534 na compra e a R$ 5,53 na venda.

Nos Estados Unidos, o mercado repercutiu de forma positiva o avanço do acordo entre democratas e republicanos para aumentar o teto da dívida no país. Ontem, o líder republicano no Senado, Mitch McConnel, sinalizou que o seu partido colaborará com os democratas, ao menos parcialmente, na questão. “Os títulos de dívida americanos são ativos livre de risco, e um default geraria uma cadeia de crescimento de risco para todos as bolsas internacionais”, explicou Esteter.

Pesou sobre os índices americanos, em determinado momento do pregão, a alta dos tresuries yields, que avançaram após a divulgação das ofertas de emprego JOLTs, que trouxeram uma criação de vagas outubro maior do que a esperada. O aquecimento do mercado de trabalho pode acabar por levar a uma antecipação do fim dos estímulos e ao aumento mais rápido da taxa de juros.

Essa perspectiva, porém, foi amenizada pelas recentes notícias positivas sobre a Omicron.  A nova variante do coronavírus, além de ter se mostrado menos agressiva dos que as anteriores, segundo a Pfizer pode ser “amenizada” com doses extras do imunizante.

O índice VIX, considerado “o índice do pânico”, recuou 8,27% e se aproxima  dos níveis de antes do surgimento da nova variante. O DXY, que compara a performance do dólar com uma cesta de moedas de diversos países, recuou 0,50%, mostrando também maior apetite por risco, com investidores tirando capital da maior economia do mundo, uma zona segura, e buscando outros países.

“Temos percebido nos últimos dias um aumento da entrada de capital estrangeiro no Brasil. Olhando um pouco para trás, relembramos que tivemos cinco meses consecutivos de queda do Ibovespa, muito por conta do cenário político e fiscal mas também acentuada pela Ômicron”, comenta Peterson Silva, estrategista de alocação e sócio fundador da Ébano Investimentos. “Por parecer ser menos agressiva, temos uma correção da queda”, comentou.

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