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SÃO PAULO – O Ibovespa ganhou força na reta final do pregão desta segunda-feira (27), virando para o positivo com notícias pontuais envolvendo a Petrobras e Vale, que passaram a subir forte e puxaram o índice. Em Wall Street o fim do dia também foi de recuperação, com o mercado fechando próximo da estabilidade pressionado pela incerteza com relação à política após a derrota sofrida pelo governo Donald Trump em seu plano de alteração no sistema de saúde.
O benchmark da Bolsa fechou com alta de 0,71%, aos 64.308 pontos, após chegar a subir 0,79% na máxima do dia. O volume financeiro ficou em R$ 6,514 bilhões. A Petrobras ganhou força e subiu mais de 2% com a notícia de que os acionistas da estatal aprovaram a proposta de venda da Suape e Citepe. Já a Vale, que chegou a cair mais de 2%, também passou a subir forte após a notícia publicada pela jornalista Sonia Racy de que Fábio Schvartsman será o novo presidente da empresa.
Os contratos de dólar futuro com vencimento em abril subiram 0,67%, sinalizando cotação de R$ 3,135. O dólar comercial, por sua vez, fechou em alta de 0,68%, a R$ 3,1294 na venda. Durante a tarde, o presidente do Fed de Chicago, Charles Evans, falou na possibilidade de quatro altas de juros nos EUA este ano. Além disso, pesou no câmbio o aumento da aversão ao risco no exterior e por aqui, com o mercado de olho nos próximos passos de Trump e no anúncio do governo brasileiro sobre o contingenciamento e aumento de impostos.
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No exterior, o dia foi bastante tenso com os riscos de Trump não conseguir entregar suas promessas após a derrota sexta-feira no Congresso. “O presidente prometeu, em 9 de fevereiro, um plano de corte de impostos em duas ou três semanas, e, até o momento, já se passaram seis semanas. A aversão ao risco sobe e o S&P começa a devolver os ganhos”, explicou José Faria Júnior, diretor da Wagner Investimentos, em relatório a clientes.
“Nas últimas semanas, comentamos que o risco estava muito baixo e que o S&P estava muito esticado e que uma reversão poderia acontecer em breve. Nesse momento, o S&P rompe a região de 2.340 pontos e tem potencial de queda de 5% sem perder a tendência de longo prazo”, completou o analista.
Os contratos de juros futuros, por sua vez, recuaram com os investidores passando a ver uma chance certa de corte de 100 pontos-base da Selic em abril, com a chance de uma reduação ainda maior (confira a análise clicando aqui). Os DIs com vencimento em janeiro de 2018 teve queda de 3 pontos-base, para 9,84%, enquanto os contratos para janeiro de 2021 caíram 3 pontos-base, a 9,85%.
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Destaques da Bolsa
As ações da Vale (VALE3; VALE5) viraram para alta após notícia do Estadão afirmar que Fabio Schvartsman será o novo presidente da mineradora e substituirá Murilo Ferreira a partir de maio. O executivo, considerado um dos dez mais do Brasil pela revista Forbes é atualmente CEO da Klabin. Com isso, a empresa de papel e celulose viu suas ações afundarem.
O analista da XP Investimentos Marco Saravalle aponta que é necessário aguardar confirmação, mas que a notícia é bem vista para a Vale pelo fato de Schvartsman ter feito um bom trabalho na Klabin, com ganhos de margens independente do cenário para papel e celulose e que possui um mérito muito grande nos últimos três anos através do projeto Puma. Além disso, afasta também o risco de influência política na companhia.
Com isso, a companhia se descola do movimento do minério, com a commodity negociada no porto chinês de Qingdao caindo 4,10% nesta segunda, a US$ 81,57 a tonelada, enquanto os contratos futuros do minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dailian registraram baixa ainda mais expressiva, de 5,17%, a 550 iuanes.
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Já a Petrobras (PETR3; PETR4) anunciou ao mercado hoje a aprovação do conselho para a recondução de Pedro Parente para um novo mandato na presidência, agora de dois anos. Parente foi eleito em maio de 2016 para continuar a gestão de Aldemir Bendine. Vale destacar que a companhia realizou Assembleia Geral Extraordinária, Rio de Janeiro nesta tarde, onde foi aprovada a alienação de 100% das ações detidas pela companhia na Petroquímica Suape e na Citepe para o grupo PetroTemex e Alpek.
As maiores altas, dentre as ações que compõem o índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
USIM5 | USIMINAS PNA | 4,40 | +8,64 | +7,32 | 86,99M |
CSNA3 | SID NACIONALON | 10,19 | +4,09 | -6,08 | 37,08M |
SMLE3 | SMILES ON ED | 60,30 | +3,97 | +44,65 | 51,20M |
BRFS3 | BRF SA ON | 37,09 | +3,60 | -23,13 | 122,10M |
CMIG4 | CEMIG PN | 10,54 | +3,23 | +36,71 | 3,97M |
As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o índice Bovespa, foram:
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Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
ELET3 | ELETROBRAS ON | 17,99 | -5,42 | -21,13 | 49,92M |
KLBN11 | KLABIN S/A UNT N2 | 13,72 | -3,72 | -21,85 | 6,86K |
FIBR3 | FIBRIA ON | 27,10 | -2,62 | -15,02 | 47,44M |
BBSE3 | BBSEGURIDADEON | 28,33 | -2,34 | +3,02 | 74,25M |
JBSS3 | JBS ON | 10,76 | -1,74 | -5,61 | 102,58M |
As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :
Código | Ativo | Cot R$ | Var % | Vol1 | Vol 30d1 | Neg |
---|---|---|---|---|---|---|
PETR4 | PETROBRAS PN | 13,77 | +2,15 | 427,58M | 605,05M | 29.713 |
CTIP3 | CETIP ON EJ | 49,00 | -0,10 | 316,87M | 174,52M | 12.417 |
ITUB4 | ITAUUNIBANCOPN | 38,56 | +0,73 | 236,96M | 391,26M | 16.663 |
CIEL3 | CIELO ON ED | 27,83 | +0,47 | 143,65M | 172,39M | 16.636 |
BBAS3 | BRASIL ON | 33,17 | -0,09 | 123,17M | 237,53M | 10.829 |
BRFS3 | BRF SA ON | 37,09 | +3,60 | 122,10M | 186,18M | 12.630 |
JBSS3 | JBS ON | 10,76 | -1,74 | 102,58M | 88,95M | 22.933 |
KROT3 | KROTON ON | 12,90 | -0,23 | 98,24M | 118,65M | 22.503 |
USIM5 | USIMINAS PNA | 4,40 | +8,64 | 86,99M | 76,49M | 12.959 |
GOAU4 | GERDAU MET PN | 5,07 | +0,80 | 81,64M | 113,25M | 15.035 |
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) IBOVESPA
Confira outros destaques
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Relatório Focus
As expectativas dos economistas consultados pelo Banco Central sobre os principais indicadores brasileiros mostraram tom mais otimista conforme aponta o relatório Focus da última semana, divulgado na manhã desta segunda-feira. De acordo com o levantamento, a mediana das projeções para a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) recuaram de 4,15% para 4,12% em 2017 e se mantiveram em 4,50% no ano seguinte. Para a taxa de câmbio também houve uma pequena mudança, com a mediana das projeções recuando de R$ 3,29 para R$ 3,28 neste ano, mas mantendo-se em R$ 3,40 para 2018. Já do lado da atividade econômica, as expectativas para o PIB (Produto Interno Bruto) apresentaram leve queda de 0,48% para 0,47% neste ano, ao passo que para o ano seguinte continuaram em 2,50%. Também houve alteração nas apostas dos economistas consultados pelo BC para a balança comercial, indo de US$ 48,10 bilhões para US$ 49,50 bilhões neste ano e de US$ 40 bilhões para US$ 41,20 bilhões no ano seguinte. A mediana das projeções para a taxa básica de juros — a Selic –, por sua vez, continuo em 9% em 2017 e em 8,50% no ano seguinte. Entre os cinco economistas que mais acertam em suas projeções — o chamado “top 5” — a mediana das estimativas para o IPCA seguiram em 3,90% para este ano e 4,50% para o seguinte, assim como a taxa de câmbio em R$ 3,35 e R$ 3,50, respectivamente. Já para a Selic, houve leve recuo de 9% para 8,88% neste ano, enquanto em 2018 seguiram em 8,50%. Política em Brasília Destaque ainda para as movimentações sobre a reforma da Previdência. Segundo informações do Broadcast, o presidente Michel Temer admitiu a possibilidade de incluir uma emenda na proposta de reforma da Previdência estabelecendo prazo de seis meses para que Estados e municípios promovam mudanças nos sistemas de aposentadoria dos servidores. Além disso, é esperado que o ministro relator da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), Edson Fachin, tome uma decisão sobre os 320 pedidos da Procuradoria-Geral baseados nas delações da Odebrecht. Destaque ainda para a repercussão das manifestações do último domingo em defesa da Operação Lava Jato e pelo fim do foro privilegiado, que tiveram adesão menor do que a esperada. Crise da Carne
O Brasil conseguiu reverter restrições da China, Chile e Egito, o que pode favorecer empresas do setor de carne, em especial JBS e BRF, que têm sido destaques negativos na bolsa desde que a PF deflagrou a operação Carne Fraca. Além disso, o Comissário da UE Vytenis Andriukaitis vem ao Brasil para discutir a questão da carne com o ministro da Agricultura, segundo o porta-voz da Comissão Europeia, Enrico Brivio. Vale destacar que o juiz federal Marcos Josegrei da Silva determinou a soltura de três presos na Operação Carne Fraca, da Polícia Federal. A decisão do juiz, que é responsável pela operação, foi tomada no sábado (25). Ele determinou a soltura de Rafael Nojiri Gonçalves, Antônio Garcez da Luz e Brandízio Dario Júnior. (Com Bloomberg, Reuters e Agência Estado)
Em Brasília, os destaques são o anúncio do corte de gastos do governo e um possível aumento de impostos que o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, anuncia na terça-feira. A estimativa é de que algo entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões virá de ajuste de tributos, aumento do IOF e do PIS/Cofins, inclusive sobre combustíveis, e eliminação de parte da desoneração sobre a folha de pagamentos.