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Ibovespa fecha em queda de 2,22%, com tombo de bancos e atenção à eleição nos EUA; dólar sobe 0,74%, a R$ 5,18

Resultado do Bradesco e apreensão de investidores com eleição para Congresso americano foram as principais pautas do dia

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em queda de 2,22% nesta quarta-feira (9), aos 113.580 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira recuou puxado, principalmente, por ações do setor financeiro, mas acompanhando também o cenário externo.

Os papéis preferenciais do Bradesco (BBDC4) tiveram a maior queda do índice, com baixa de  17,38%, seguido dos papéis ordinários da mesma instituição financeira, que caíram 16,01% – no maior recuo em um pregão da história do banco.

“O destaque negativo do dia fica para o Banco Bradesco, com as ações reverberando os resultados apresentados pela empresa”, explica o analista Antônio Sanches, da Rico Investimentos. “A alta da PDD (Provisão para devedores duvidosos) indicou a preocupação de um crescimento da inadimplência dado o cenário macroeconômico desafiador, com aumento do nível de endividamento das famílias e a alta taxa de juros”.

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O mau humor com os papéis do Bradesco acabou contaminando levemente outras ações do setor, que têm peso relevante no Ibovespa – as ações ordinárias do Banco do Brasil (BBAS3) caíram 2,65%, as preferenciais do Itaú (ITUB4), 4,80% , e as unitárias do Santander (SANB11), 5,96%.

“Há o temor do mercado de que o resultado do Bradesco principalmente no que tange a inadimplência, contamine os demais bancos”, justifica Luiz Adriano Martinez, portfólio manager da Kilima Asset.

O medo de que a inadimplência das famílias esteja alta no Brasil ajudou também a puxar a curva de juros pra cima. Os rendimentos dos DIs para 2025 ganharam cinco pontos-base, indo a 12,02%, e os dos DIs para 2027, 4,5 pontos, a 11,90%. Na ponta longa, os contratos para 2029 ganharam cinco pontos, a 12,01%, e os para 2031, seis pontos, a 12,08%.

Por fim, os investidores, no cenário local, continuam acompanhando o noticiário político. “O foco, neste ponto, se mantém na transição e nas informações que devem vir de Lula [presidente eleito], principalmente das negociações envolvendo as contas públicas”, diz Luiz Souza, operador de renda variável da SVN Investimentos.

Ibovespa foi impactado também por exterior

Além das notícias internas, o Ibovespa foi contaminado também por Wall Street, com todos os principais índices americanos fechando em queda: Dow Jones com menos 1,95%, S&p 500 com menos 2,08% e Nasdaq com menos 2,48%.

“A bolsa americana opera em baixa, com o mercado ainda de olho e digerindo os resultados das eleições legislativas nos Estados Unidos. A expectativa era que o Partido Republicano teria ampla maioria no Congresso, o que até então não está acontecendo uma vez que os democratas vêm surpreendendo“, debate Souza.

O Partido Republicano, nos Estados Unidos, é historicamente visto como o preferido do mercado, por seus representantes serem, normalmente, contra alta de impostos e gastos do Estado.

“A disputa no Senado continua acirrada e o resultado pode significar o fim da política fiscal expansionista que Biden vinha promovendo. Obstáculos para aumentar os gastos podem ajudar a reduzir as pressões inflacionárias no país, tornando o trabalho do Fed (Banco Central americano) em manter a inflação sob controle um pouco mais fácil”, explica Antonio Sanches.

Além disso, por lá, investidores se posicionam com cautela também por conta da publicação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), marcada para esta quinta-feira.

“É o dado que ditará o que acontecerá com os juros nos Estados Unidos. Se vier acima do esperado, provavelmente o Fed terá um tom mais hawkish. Se vier abaixo, podemos ter um afrouxo”, acrescenta o operador da SVN.

O dólar, com tudo isso, se fortaleceu mundialmente. O DXY, que mede a força da moeda americana frente a outras divisas de países desenvolvidos, ganho 0,76%, indo aos 110.47 pontos. Frente ao real, a divisa dos Estados Unidos subiu 0,74%, a R$ 5,181 na compra e a R$ 5,182 na venda.

“O dólar acompanha a movimentação dos pares internacionais e se valoriza frente ao real, demonstrando novamente demanda pela moeda americana abaixo dos R$ 5,15. Isso reflete de alguma forma a aversão ao risco às vésperas da divulgação do IPCA e CPI (EUA), que devem trazer bastante volatilidade e pautar o rumo dos mercados na sessão de amanhã”, pontua Leandro De Checchi , analista da Clear Corretora.