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Ibovespa fecha em queda de 2,04% e tem primeira baixa semanal em um mês; dólar avança 1,87% em 5 pregões

Noticiário sem grandes destaques, com investidores de olho em EUA, levou Ibovespa a registrar movimento mais forte de realização nesta sexta-feira

Vitor Azevedo

B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Ibovespa fechou em queda de 2,04% nesta sexta-feira (19), aos 111.496 pontos, e acumulou baixa de 1,11% na semana – após três semanas de altas consecutivas.

O principal índice da Bolsa brasileira acompanhou o que foi visto nos Estados Unidos, onde os principais benchmarks também registraram recuos consideráveis. Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq caíram, respectivamente, 0,86%, 1,29% e 2,01%. Em parte, os ativos de risco americanos sentiram impacto da alta dos juros – os treasuries para dez anos viram suas taxas avançarem 9,9 pontos-base, para 2,979%.

“A semana começou com expectativa da ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês). Ela veio e, de certa forma, trouxe o básico, com o diretores falando que irão combater a inflação e que serão duros se precisar, mas não deu parâmetros. O mercado continua dividido entre uma alta de 50 ou 75 pontos-base na próxima reunião”, comenta Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank.

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Segundo o especialista, a falta de novas notícias levou a um momento de realização após uma sequência de altas tanto no exterior quanto no Brasil – movimento intensificado, inclusive, pelo fim da temporada de balanços nos dois países, com as companhias tendo trazido resultados vistos como majoritariamente positivos.

“Na próxima semana temos outro evento importante, com conferência do Fed em Jackson Hole. O mercado também deve ficar esperando isso, buscando sinalizações, bem como previa dos PMIs”, acrescenta Bresciani.

O especialista, além disso, destaca que o pessimismo do mercado foi aflorado pela divulgação da inflação ao produtor da Alemanha de julho (IPP), que veio com alta de 5,3%, frente um consenso de 0,7%. A alta dos preços acima do esperado em uma das maiores economias do mundo ajuda a aumentar a expectativa de juros mais fortes e, decorrentemente, de menor crescimento econômico no mundo.

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“Fomos contaminados pelo mercado lá de fora, com a dúvida para onde vai o juros. A ata do Fomc não deu muita pista. Estamos dependendo das falas dos diretores do Fed, e alguns, recentemente, tentaram segurar os ânimos dos investidores após os dados da inflação mais fracos do que o esperado”, acrescenta Nicolas Farto, especialista da Renova Invest.

Todo esse clima de incerteza aumentou a perspectiva de aversão ao risco. O DXY, índice que mede a força do dólar frente a outras divisas, subiu 0,56%, para 108,08 pontos. Frente ao real, o dólar fechou estável, com leve queda de 0,08%, a R$ 5,168 na compra e na venda. Na semana, porém, a moeda americana avançou 1,87%.

A curva de juros brasileira caiu na ponta curta, com as taxas dos DIs para 2023 registrando queda de um ponto-base, a 13,72%, mas subiu em todo o restante. Os DIs para 2025 e 2027 viram seus rendimentos subindo, respectivamente, 13 e 11 pontos, para 12,15% e 11,84%. No fim da curva, os DIs para 2029 e 2031 tiveram, ambos, seus yields ganhando dez pontos-base, para 11,95% e 12,04%, respectivamente.

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Com a alta dos juros, figuraram entre as maiores quedas do Ibovespa companhias ligadas ao mercado interno e de crescimento. As ações ordinárias da Locaweb (LWSA3), da MRV (MRVE3) e da Magazine Luiza (MGLU3) tiveram baixas de, na sequência, 7,82%, 7,28% e 7,28%.

“Tivemos desempenho negativo também das commodities, com aço e petróleo caindo. Bancos também ficaram no negativo. A Bolsa, em geral, teve um dia de realização, com os agentes também sem interesse em ficar com o risco do final de semana”, complementa Phil Soares, chefe de análise de ações da Órama.

As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3;PETR4) caíram 4,07% e 5,18%, respectivamente. As da CSN (CSNA3) e da CSN Mineração (CMIN3) recuaram 2,84% e 5,09%.

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