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Ibovespa fecha em alta de 2,78%, aos 112.754 pontos, e acumula ganhos de quase 6% na semana; dólar cai 1,63%

Semana agitada de indicadores econômicos e balanços foi positiva para ativos de risco, com Ibovespa tendo melhor semana desde novembro de 2020

Vitor Azevedo

B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Ibovespa fechou em alta de 2,78% nesta sexta-feira (12), aos 112.754 pontos e acumulando um avanço de 5,91% na semana, a melhor para o índice desde a semana encerrada em 6 de novembro de 2020. O principal índice da Bolsa brasileira acompanhou, em parte, o movimento visto nos Estados Unidos.

Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq avançaram, respectivamente, 1,27%, 1,73% e 2,09%.

“Lá fora, os índices tiveram alta robusta e a Bolsa brasileira acabou acompanhando”, avalia Phil Soares, chefe de análise de ações da Órama. “Ao longo desta semana, tivemos indicadores de inflação americanos, de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) e ao produtor (PPI), que vieram ainda estão altos, mas reduzindo nos últimos 12 meses”, completa.

Os treasuries americanos tiveram mais um dia de queda, com as taxas dos títulos para dez anos recuando cinco pontos-base, para 2,837%. Além do recuo da inflação, a curva repercute também a queda do petróleo Brent, de 1,60%, com o barril negociado a US$ 98,02.

“A gente teve também hoje a publicação de um relatório de produção de petróleo na Rússia, que trouxe uma queda menor do que a esperada, algo relevante pois se trata de um dos principais produtores mundiais”, comenta Soares. “O arrefecimento da alta do petróleo também ajuda a trazer menor perspectiva de alta para inflação”.

Felipe Moura, analista da Finacap Investimentos, destaca que a inflação, agora aparentemente arrefecendo, era um dos principais temores dos investidores.

“No Brasil, tivemos o IPCA de julho com deflação, puxado por combustíveis e energia, bem como nos EUA. Tudo isso fortalece a percepção de que o risco macroeconômico está diminuindo”, explica Moura.

Com a menor aversão ao risco, o dólar fechou em queda de 1,63%, a R$ 5,073 na compra e a R$ 5,074 na venda. Na semana, acumulou queda de 1,83%.

A curva de juros brasileira, por sua vez, também recuou. O DI para 2023 teve sua taxa recuando dois pontos-base, para 13,70%. Os contratos para 2025 e 2027 viram seus yields recuarem, respectivamente, 17 e 16 pontos, para 11,77% e 11,60%. No fim da curva, os juros para 2029 e 2031 viram seus rendimentos caindo 15 e 18 pontos, para 11,82% e 11,93%.

“Além disso, as empresas brasileiras estão reportando resultados extraordinários. Nos últimos dias, Banco do Brasil (BBAS3) e algumas varejistas trouxeram ótimos números”, comenta o especialista da Finacap. “Resumindo um pouco toda a conjuntura, o mercado começa a focar sua atenção à agenda microeconômica, aos resultados das empresas”.

De acordo com Moura, o Ibovespa estava, ultimamente, negociando a um valuation muito descontado e, agora, investidores estão voltando suas atenções para os ativos de risco.

“A sinalização do fim do ciclo de aperto de juros pelo banco central brasileiro foi um evento muito importante para a renda variável brasileira, principalmente os negócios domésticos”, complementa Roberto Chagas head de investimentos de renda variável da EQI Asset.

Entre as maiores altas do Ibovespa desta sexta-feira, ficaram as ações ordinárias da Magazine Luiza (MGLU3), com mais 17,76%, da Via (VIIA3), com mais 13,98%, e da Hapvida (HAPV3), com mais 16,97%. Além de impulsionadas pela queda de juros, as três companhias divulgaram ontem seus balanços do segundo trimestre, que foram bem recebidos pelo mercado.

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