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Ibovespa fecha em alta de 1,46%, no maior patamar desde o início de junho; dólar cai 0,87%, a R$ 5,08

Inflação americana estável em julho diminuiu aversão ao risco em todo o mundo e impulsionou índices

Vitor Azevedo

B3 Ibovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Ibovespa fechou em alta de 1,46% nesta quarta-feira (10), aos 110.235 pontos, em seu melhor patamar desde o início de junho e em sua sétima alta consecutiva, maior sequência de ganhos desde março. O principal índice da Bolsa brasileira acompanhou o que foi visto nos Estados Unidos, em um dia marcado pela queda da aversão ao risco.

O que motivou o otimismo do mercado, em grande parte, foi a divulgação do índice CPI de julho, que mede inflação americana. Os preços, por lá, ficaram estáveis, enquanto o mercado esperava alta de 0,2%.

“Mercado reagiu bem à publicação do CPI. A inflação mais baixa provocou um pequeno rally”, afirma  Ubirajara Silva, gestor da Galapagos Capital. “Porém, tanto o dólar quanto a curva de juros americana devolveram boa parte das baixas que tiveram após a publicação dos resultados”.

Apesar do recuo da inflação, o treasury yield para dez anos fechou neutro, a 2,79%, sendo que chegou a cair a 2,71% por volta das 11h30 (horário de Brasília). O DXY, índice que mede a força da moeda americana frente a pares de países desenvolvidos, por volta das 17h15, operava nos 105,2 pontos, mas chegou a ir a 104,63 pontos mais cedo.

O dólar comercial fechou em queda de 0,87% frente o real, a R$ 5,084 na compra e a R$ 5,085 na venda, após ter sido negociado a R$ 5,036 próximo das 10h.

“Acredito que parte dessa devolução se deve pelo fato de investidores terem olhado o dado mais a fundo”, abre Rodrigo Crespi, analista da Guide Investimentos. “Quando se olha um pouco mais, percebe-se que o núcleo da inflação continua a apresentar altas persistentes e a queda dos gastos com energia já era esperada”.

Leia também: Inflação nos EUA surpreende para baixo e anima mercados, mas pode ser um “falso sinal”

Alex Lima, estrategista-chefe da Guide Investimentos, vai na mesma linha. “O setor de serviços é um componente cuja variação anual mostra cada vez mais peso no núcleo, e sem tendência de queda por enquanto. Embora energia tenha moderado o headline anual, alimentação aumentou a contribuição sete pontos-base”, explica.

A curva de juros brasileira, que também registrou queda considerável durante o pregão, fechou próxima da estabilidade. Os DIs para 2023 tiveram sua taxa subindo um ponto, para 13,72%, bem como o para 2025, que foi a 11,91%. Os DIs para 2027 e 2029 tiveram seus yields avançando, respectivamente, dois e um ponto, para 11,73% e 11,96%.

No entanto, mesmo com a curva tendo apagado suas baixas, quem avançou no pregão foram, principalmente, companhias ligadas ao consumo e construtoras. As ações ordinárias da EzTec (EZTC3) avançaram 8,09%, as da JHSF (JHSF3), 7,97% e as da Americanas (AMER3), 7,64%.

“Quando temos essa queda da percepção de risco, setores que se beneficiam da atividade econômica, como o de consumo e o imobiliário, performam bem”, comenta Luiz Adriano Martinez, portfólio manager da Kilima Asset. “Os setores que foram mal, por sua vez, foram os que recebem fluxo de alocações quando há uma maior aversão ao risco. Utilities (energia e saneamento) não foi bem, nem materiais básicos”.

Entre as maiores quedas, ficaram as ações preferenciais do tipo B da Copel (CPLE6), com menos 1,92%, e as da Eletrobrás (ELET6), com queda de 1,46%. As unitárias da Engie (ENGI11) recuaram 1,74%.

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