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Ibovespa fecha em alta de 0,62%, com commodities e alívio na política; dólar sobe 0,16%, longe das máximas do dia

Após o presidente Lula atacar a meta de inflação e independência do BC, ministro veio a público falar que não haverá interferências

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em alta de 0,62% nesta quinta-feira (19), aos 112.921 pontos. Após passar boa parte do dia em queda, o principal índice da Bolsa brasileira virou para o verde no fim do pregão, com ajuda de comentários da equipe do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva.

Ontem e hoje, o petista criticou em entrevistas a independência do Banco Central, o atual nível da taxa de juros brasileira e a cobrança por responsabilidade fiscal.

“A curva de juros voltou a se estressar na abertura, após ruídos políticos envolvendo a independência do Banco Central, mas devolveu parte da alta durante o dia, o que favoreceu a disposição ao risco em alguns setores, bem como o recuo do dólar durante o pregão”, afirma Leandro De Checchi, analista de Investimentos da Clear.

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Alexandre Padilha, ministro das Relações Institucionais, no meio da tarde, contudo, falou em redes sociais que não haverá intervenções no BC por parte do governo, ou quanto à meta de inflação – o que diminuiu o temor de investidores.

O dólar comercial ainda fechou em alta de 0,16%, a R$ 5,170 na compra e a R$ 5,171 na venda, mas bem longe das máximas de R$ 5,25. Já a curva de juros avançou em bloco. Os DIs para 2025 ganharam três pontos-base, a 12,61%. Os DIs para 2027 foram a 12,52%, com mais 7,5 pontos, e os para 2029, a 12,67%, com mais 12. O contrato para 2031 ficou em 12,74%, com ganho de 13 pontos.

“Mercados ontem e hoje estão ainda digerindo um pouco a questão do Lula ter criticado o Banco Central independente e também as falas criticando a meta de inflação”, diz Francisco Levy, estrategista-chefe da Empiricus Investimentos. “A reação do mercado, obviamente, impute um risco de inflação maior no futuro. A curva de juros sobe e o real se desvaloriza”.

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Entre os destaques do Ibovespa, apesar do pior sentimento quanto ao cenário interno, ficaram com as commodities. As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3;PETR4) ganharam, respectivamente, 3,40% e 3,03%. As ordinárias da 3R Petroleum (RRRP3) subiram 2,35% e as da PetroRio (PRIO3), 3,98%.

“A valorização das commodities segue apoiada na possibilidade de aumento de demanda pela China e favorece os papéis da Vale e Petrobras que sustentam mais um pregão positivo para o Ibovespa”, explica De Checchi.

Nos Estados Unidos, porém, o dia foi de queda. Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuaram, respectivamente, 0,76%, 0,76% e 0,96%.

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“O ambiente externo ainda realiza os números do varejo. Foi baixo, bom para a política monetária, mas trouxe o receio de a atividade econômica dos EUA estar desacelerando de forma mais acelerada, o que trouxe uma ducha de água fria sobre o crescimento e sobre as empresas”, complementa Levy.

Entre as maiores quedas do Ibovespa, mais uma vez, ficaram as ações ordinárias da Americanas (AMER3), que perderam 42,53% após a companhia entrar em recuperação judicial.