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SÃO PAULO – Depois de alcançar seu melhor fechamento em mais de 4 meses na véspera e subir mais de 2% no intraday, o Ibovespa não resistiu ao espírito mais conservador de embolso de lucros dos investidores e terminou esta terça-feira (8) com queda de 1,01%, a 51.629 pontos, em mais um movimento de correção técnica do recente rali. O volume financeiro negociado na Bovespa foi de R$ 10,45 bilhões – bem acima da média de R$ 7,20 registrada nos últimos 21 pregões -, indicando a força da movimentação dos investidores neste dia de realização.
O dia parecia ser de novas altas: durante a manhã, o otimismo de um mercado ainda sorrindo com os resultados da pesquisa eleitoral Datafolha do fim de semana, o Ibovespa chegou a subir 2,37%, na máxima do pregão, aos 53.393 pontos. No entanto, o anseio pela realização dos ganhos falou mais alta e as ordens de venda voltaram a prevalecer, assim como nos últimos dois dias da semana anterior – outros dois pregões vistos pelos especialistas como “correções” em um rali que já dura 3 semanas.
“Esta queda se caracteriza como um movimento de correção após a expressiva alta, dentre outros fatores, do noticiário eleitoral, que fizeram ações de energia e de estatais registrarem ganhos ‘exagerados'”, destaca o analista da Leme Investimentos, João Pedro Brugger.
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Com isso, contribuíram para o dia na bolsa principalmente as ações que mais aproveitaram a alta dos últimos dias. É o caso de Petrobras (PETR3, R$ 15,40, -2,84%; PETR4, R$ 15,99, -2,86%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 24,19, -2,85%) e Eletrobras (ELET3, R$ 7,30, -1,35%; ELET6, R$ 11,82, -1,34%), além dos bancos, puxados pelo Bradesco (BBDC3, R$ 33,95, -3,03%; BBDC4, R$ 32,38, -1,97%). As ações das estatais chegaram a subir mais de 3% nesta manhã, enquanto os papéis do banco privado atingiram sua máxima histórica antes de virar para queda no intraday.
Maiores altas e quedas do pregão
As maiores perdas do dia no índice foram registradas pelos papéis da Usiminas (USIM5, R$ 9,59, -6,07%), puxados pela notícia de que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) julga na próxima quarta-feira (9) a operação envolvendo a compra das ações da siderúrgia mineira pela CSN (CSNA3, R$ 9,61, -2,24%). Há dois anos, o Cade, em medida preventiva, impediu a CSN de comprar novas ações da Usiminas.
Em compras na Bolsa, a siderúrgica já havia atingido 15,91% do capital social da concorrente. A CSN também foi proibida de indicar membros para o conselho fiscal e administrativo da Usiminas. Agora, o Cade vai avaliar quais os impactos de uma concorrente do porte da CSN ter participação nas deliberações da Usiminas. Se julgar que isso gera riscos, pode determinar que a operação seja desfeita toda ou em parte.
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Enquanto isso, as ações da Vale (VALE3, R$ 33,26, -0,24%; VALE5, R$ 30,08, +0,10%) terminaram o dia mais próximo do zero a zero, após chegarem a registrar altas na casa dos 3% em meio às expectativas por estímulos na China.
Já do lado positivo, ganharam destaque as ações do setor imobiliário, com destaque para a PDG Realty (PDGR3, R$ 1,64, +7,89%), Gafisa (GFSA3, R$ 3,80, +4,40%) e Cyrela (CYRE3, R$ 13,59, +3,35%). O mercado segue na expectativa pela Ata do Copom (Comitê de Política Monetária) na próxima quinta-feira (10) e pelos dados de inflação com a divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) na próxima quarta-feira.
As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:
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Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
USIM5 | USIMINAS PNA | 9,59 | -6,07 | -32,51 | 130,71M |
SUZB5 | SUZANO PAPEL PNA | 7,84 | -4,74 | -15,15 | 64,20M |
FIBR3 | FIBRIA ON | 23,91 | -4,55 | -13,53 | 54,36M |
KLBN4 | KLABIN S/A PN N2 | 2,33 | -4,51 | -4,15 | 18,54M |
SANB11 | SANTANDER BR UNT N2 | 12,62 | -3,37 | +4,05 | 66,50M |
As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:
Cód. | Ativo | Cot R$ | % Dia | % Ano | Vol1 |
---|---|---|---|---|---|
PDGR3 | PDG REALT ON | 1,64 | +7,89 | -9,39 | 104,42M |
OIBR4 | OI PN | 3,13 | +5,39 | -12,81 | 55,51M |
GFSA3 | GAFISA ON | 3,80 | +4,40 | +7,65 | 44,60M |
CYRE3 | CYRELA REALT ON | 13,59 | +3,35 | -5,63 | 61,49M |
NATU3 | NATURA ON | 41,11 | +3,29 | +2,71 | 112,11M |
As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :
Código | Ativo | Cot R$ | Var % | Vol1 | Vol 30d1 | Neg |
---|---|---|---|---|---|---|
PETR4 | PETROBRAS PN EJ | 15,99 | -2,86 | 1,14B | 593,50M | 69.898 |
VALE5 | VALE PNA | 30,08 | +0,10 | 678,84M | 467,72M | 40.024 |
ITUB4 | ITAUUNIBANCO PN ED | 34,61 | -1,45 | 676,60M | 360,79M | 33.509 |
BBDC4 | BRADESCO PN EJ | 32,38 | -1,97 | 630,11M | 303,01M | 35.009 |
PETR3 | PETROBRAS ON EJ | 15,40 | -2,84 | 398,52M | 207,53M | 42.805 |
BBAS3 | BRASIL ON | 24,19 | -2,85 | 341,04M | 170,47M | 28.325 |
ABEV3 | AMBEV S/A ON ED | 16,82 | -0,47 | 300,77M | 169,69M | 31.781 |
ECOR3 | ECORODOVIAS ON | 13,56 | +1,12 | 229,99M | 20,49M | 7.046 |
BVMF3 | BMFBOVESPA ON | 11,59 | -0,69 | 201,56M | 139,53M | 29.817 |
VALE3 | VALE ON | 33,26 | -0,24 | 200,41M | 179,63M | 17.310 |
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
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Perspectivas para PIB são cortadas novamente pelo FMI
Colaborou para o movimento de correção dos investidores a nova revisão negativa do FMI (Fundo Monetário Internacional) para a economia brasileira. Pela 4ª vez, ele cortou a previsão para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2014, avaliando que a expansão neste ano será de 1,8%, menor do que em 2013, de 2,3%.
Segundo o FMI, a economia brasileira está sendo afetada pelas restrições de oferta no mercado interno, especialmente em infraestrutura, e pelo contínuo fraco crescimento do investimento privado. Também pesa a “perda de competitividade e a baixa confiança empresarial”. Para o restante da economia, o FMI espera que, depois de dois anos de recessão, a zona euro volte ao crescimento com taxas de 1,2% e 1,5% em 2014 e 2015, além de traçar um quadro positivo para a economia dos EUA, esperando uma expansão de 2,8% neste ano.
No noticiário econômico brasileiro, foi divulgado a produção industrial do país de fevereiro, revelada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com uma expansão de 0,4% frente ao mês anterior, refletindo resultados positivos em sete dos quatorze locais pesquisados.
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Recuperação em Wall Street; dólar vai a R$ 2,20
Mais uma vez, o desempenho das principais ações da bolsa brasileira se descolou do movimento visto nos Estados Unidos. Por lá, os três principais índices acionários terminaram o dia entre a estabilidade (Dow Jones) e os ganhos de 0,77% (Nasdaq, após completar na véspera sua pior sequência de três dias desde 2011).
Na contramão de sua tendência natural em dia de queda da bolsa, o dólar teve um novo dia de forte queda em comparação com o real. Nesta terça-feira, a moeda americana mostrou desvalorização de 0,77%, cotada a R$ 2,2030 na venda, mas ainda mantendo-se em seu menor patamar desde 30 de agosto, quando valia R$ 2,1905 – título conquistado já no pregão da véspera.
Outros destaques
Na Europa, a terça-feira marcou o segundo dia seguido de quedas, com o índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações do continente, fechou em queda de 0,2%, a 1.333 pontos. As tensões crescentes na Ucrânia também contribuíram para conter o apetite dos investidores por riscos. Manifestantes pró-Moscou no leste da Ucrânia tomaram armas em uma cidade e declararam uma república separatista em outra, ações que Kiev descreveu na segunda-feira como parte de um plano orquestrado pela Rússia para justificar uma invasão.
Do lado macroeconômico, os dados não foram suficientes para animar os investidores. Na França, o déficit comercial apresentou uma melhora no mês de fevereiro, enquanto a economia do Reino Unido continua a dar sinais de uma recuperação após os números de produção industrial e de manufatura ficaram acima da estimativa do mercado. Mesmo assim, as ações no continente continuem em queda.
Já na Ásia, o Banco Central japonês do país manteve sua política monetária nesta terça-feira e não alterou a visão de que a economia deve continuar a se recuperar moderadamente, sinalizando confiança de que o país está progredindo firmemente.