Ibovespa fecha acima dos 110 mil pontos pela primeira vez na história

Mercado registrou ganhos na esteira do arrefecimento da guerra comercial e de dados positivos da economia brasileira

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira (4) e atingiu pela primeira vez em sua história os 110 mil pontos, impulsionado pela possibilidade de ser fechado um acordo comercial entre Estados Unidos e China antes do próximo dia 15, quando passaria a vigorar o aumento de 10% para 15% nas tarifas americanas contra US$ 125 bilhões em produtos chineses.

A alta de 4% nas cotações do petróleo antes da reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e o dado positivo da produção industrial no Brasil, confirmando os bons números que apareceram no Produto Interno Bruto (PIB) ontem, também animaram os investidores.

O Ibovespa subiu 1,23%, a 110.300 pontos, encerrando a sessão na máxima do dia. O volume financeiro negociado foi de R$ 18,036 bilhões.

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Já o dólar comercial teve leve variação negativa de 0,09%, a R$ 4,2016 na compra e a R$ 4,2023 na venda. O dólar futuro com vencimento em janeiro de 2020 registrava leves ganhos de 0,04%, a R$ 4,1212.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 caiu quatro pontos-base a 4,68% e o DI para janeiro de 2023 recuou sete pontos, para 5,82%.

O principal driver macro desta sessão foi a notícia da Bloomberg de que os EUA e a China estão chegando mais perto de um acerto em relação às tarifas que seriam revertidas em um acordo comercial da primeira fase.

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Segundo a reportagem, os comentários da véspera de Trump subestimando a urgência de um acordo não deveriam ser entendidos como um indicativo de que as negociações estão paralisadas. Uma fonte disse que a legislação americana que busca sancionar autoridades chinesas por questões de direitos humanos em Hong Kong e Xinjiang não deve afetar as negociações.

Além disso, entre os indicadores, a produção industrial brasileira cresceu 0,8% em outubro frente a setembro, um pouco abaixo das expectativas dos economistas compiladas no consenso Bloomberg, de 0,9%. Na comparação com outubro de 2018 (série sem ajuste sazonal), a indústria avançou 1,0%, após alta de 1,1% em setembro.

Já nos EUA, o setor privado criou 67 mil empregos em novembro, segundo pesquisa com ajustes sazonais divulgada hoje pela ADP. O resultado veio bem abaixo das expectativas de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam geração de 150 mil postos de trabalho no mês passado. A ADP também revisou a geração de vagas em outubro ligeiramente para baixo, de 125 mil para 121 mil.

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É importante lembrar que nem sempre as leituras negativas de números da economia americana são ruins para o mercado, uma vez que aumentam as chances dos membros do Federal Reserve se sentirem confortáveis para reduzir as taxas de juros do país, o que elevaria o apetite por risco no mercado financeiro global.

Voltando à guerra comercial, apesar de terem melhorado as relações com a China, o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, ressaltou que o governo Trump não descarta a imposição de tarifas sobre automóveis importados da Europa. Ele não anunciou uma decisão em novembro sobre a imposição de taxas adicionais sobre carros na região.

Noticiário corporativo

A Petrobras (PETR3; PETR4) pretende fazer uma nova oferta para vender a fatia que ainda detém na BR Distribuidora, disse Roberto Castello Branco, presidente da estatal, em entrevista ao Valor Econômico. A previsão é que a oferta aconteça ainda em 2020.

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O executivo disse que o plano estratégico da companhia, anunciado na semana passada, não faz menção à taxa de câmbio por ser extremamente difícil fazer uma previsão.

A Câmara aprovou a urgência e pode votar nesta quarta novo marco legal do saneamento, segundo o site da casa. O relator da proposta, deputado Geninho Zuliani (DEM-SP), espera que o texto seja aprovado.

Contudo, a resistência de parlamentares da bancada nordestina e de deputados de centro sobre o texto pode frustrar as tentativas de o projeto ser votado ainda nesta semana pelo plenário da Câmara, adiando a apreciação para a próxima semana.

Além disso, haverá a definição do preço por ação em oferta primária de Lojas Marisa. A C&A Modas, por sua vez, teve a sua cobertura iniciada pelo Morgan Stanley e Bradesco BBI com recomendação equivalente à compra. A Hapvida acertou a aquisição da Medical por R$ 294 milhões.

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
BPAC11 3.89993 70.6
WEGE3 3.28883 31.72
ITUB4 2.97535 36.34
TIMP3 2.7717 14.09
B3SA3 2.4735 49.3

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
JBSS3 -2.78373 27.24
SUZB3 -2.67009 37.91
MRFG3 -2.5732 10.98
RADL3 -2.16309 108.1
BRDT3 -2.08407 27.72

(Com Agência Câmara, Agência Brasil e Bloomberg)

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.