Ibovespa fecha acima dos 108 mil pontos pela primeira vez na história; dólar perde os R$ 4,00

Mais um recorde foi quebrado, desta vez com uma boa ajuda do exterior, que trouxe avanço nas negociações entre EUA e China

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira (28) e terminou o pregão acima dos 108 mil pontos pela primeira vez na história. Já o dólar finalmente furou a barreira psicológica dos R$ 4,00, algo que não ocorria desde agosto.

Quem impulsionou o desempenho do mercado brasileiro hoje foi o cenário externo. As bolsas dos Estados Unidos subiram entre 0,5% e 1%, de modo que o S&P 500 atingiu máxima histórica, em 3.039 pontos.

O principal driver foi a guerra comercial, com China e Estados Unidos perto de terminar a fase 1 do acordo comercial. Isso ao mesmo tempo em que a União Europeia aprovou o pedido do Reino Unido para prorrogação do prazo do Brexit, que foi de 31 de outubro deste ano para 31 de janeiro de 2020.

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Com isso, o Ibovespa registrou alta de 0,77% a 108.187 pontos com volume financeiro negociado de R$ 14,902 bilhões.

Já o dólar comercial teve queda de 0,44% a R$ 3,9914 na compra e a R$ 3,9919 na venda. O dólar futuro para novembro caía 0,21% a R$ 3,998.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 fica estável a 4,40% e o DI para janeiro de 2023 registra perdas de três pontos-base a 5,38%.

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Sobre a guerra comercial, o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, disseram ter tido conversas produtivas com o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He. Assim, os riscos de um recrudescimento no conflito entre os dois países se reduz.

Nos EUA, os investidores também vão monitorar ainda a enxurrada de resultados, com mais de 140 empresas com divulgações previstas para essa semana. Hoje, o destaque fica, para após o fechamento do mercado, com Alphabet, controladora do Google. Antes da abertura, os investidores vão monitorar os números da AT&T e Spotify.

Por outro lado o investidor brasileiro praticamente ignorou a confirmação da vitória de Alberto Fernández em primeiro turno nas eleições argentinas. O desfecho do pleito no país vizinho já era esperado desde agosto, quando aconteceram as primárias no país.

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O peronista Fernández bateu o liberal Mauricio Macri por 48% a 40% e já anunciou que irá congelar preços por 180 dias para enfrentar a inflação, além de promover um aumento nos salários e corte nos juros. Também haverá um controle de capitais, que impede os argentinos de comprar mais de US$ 200 por mês.

Vale lembrar que a semana tem decisões de política monetária do Federal Reserve e do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira (30).

Noticiário Corporativo

A Samarco conseguiu todas as licenças ambientais necessárias para reiniciar suas operações, segundo informa a Vale (VALE3) em fato relevante. Nesta sexta, a companhia recebeu a Licença Operacional Corretiva (LOC) para o Complexo Germano, em Minas Gerais. A licença foi aprovada pela Câmara de Atividades Minerárias (CMI) do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam).

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A Petrobras Distribuidora (BRDT3) informou que vai realizar o pagamento de R$ 2,469 bilhões em dividendos na próxima terça-feira, 29 de outubro. O montante refere-se à segunda parcela de dividendos do exercício de 2018, segundo informou a companhia em aviso aos acionistas, divulgado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

No radar de resultados, a Hypera (HYPE3) teve lucro líquido de R$ 267,2 milhões no terceiro trimestre, alta de 10,3% sobre um ano antes, influenciado pela redução do imposto de renda, devido ao aumento dos juros sobre capital próprio. Já a Enel registrou lucro líquido de R$ 345,6 milhões no terceiro trimestre de 2019, ante R$ 2,8 milhões registrado em igual período em 2018.

Focus

Os economistas do mercado financeiro alteraram suas projeções para a Selic (a taxa básica de juros brasileira) no fim de 2019. O Relatório Focus trouxe nesta segunda-feira, 21, que a mediana das previsões para a Selic este ano foi de 4,75% para 4,50% ao ano. Há um mês, estava em 5,00%.

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Já a projeção para a Selic no fim de 2020 seguiu em 4,75% ao ano, ante 5,00% de quatro semanas atrás.

No caso de 2021, a projeção permaneceu em 6,50%, ante 6,75% de um mês antes. A projeção para a Selic no fim de 2022 permaneceu em 7,00%, mesmo porcentual de quatro semanas antes.

Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA – a inflação oficial do país), a projeção subiu de 3,26% para 3,29%.

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Para 2020, a estimativa de inflação caiu de 3,66% para 3,60%, na quinta redução seguida. A previsão para os anos seguintes não teve alterações: 3,75% em 2021, e 3,50% em 2022.

A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – subiu de 0,88% para 0,91%. As estimativas para os anos seguintes não foram alteradas: 2% em 2020; e 2,50% em 2021 e 2022.

A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar também permanece em R$ 4 para o fim deste ano e para 2020.

Bolsas Internacionais

Os índices de Nova York subiram hoje, diante dos sinais de avanços nas conversas entre EUA e China para finalização da fase um do acordo, que poderá ser assinado em meados de novembro, durante cúpula de países no Chile.

Na Ásia, o avanço das conversas levou os mercados a fecharem em alta e o yuan a se valorizar frente ao dólar. O Ministério do Comércio da China disse, no sábado, que os dois lados concordaram em tratar adequadamente as questões centrais da disputa, segundo a Reuters.

Entre os indicadores, o lucro das grandes empresas industriais da China recuou 5,3% em setembro, na comparação anual, e se somou ao declínio de 2,0% registrado em agosto. Segundo informou neste domingo o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês).

O resultado industrial chinês reflete aprofundamento da deflação dos preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) e vendas mais lentas. Ao longo dos primeiros nove meses deste ano, o lucro industrial caiu 2,1% em base anual. O setor automotivo, no período, registrou queda de 16,6%, afetado principalmente pela desaceleração econômica.

Na Europa, os principais mercados subiram, com investidores atentos à confirmação da extensão do prazo do Brexit para 31 de janeiro. Dessa forma, o Reino Unido poderá deixar a UE a qualquer momento antes da nova data.

Agora, o primeiro-ministro, Boris Johnson, precisa que o Parlamento britânico aprove o acordo de saída costurado com a União Europeia. Johnson aumentou a pressão sobre os líderes da oposição para realizar uma eleição geral antecipada em dezembro.

(Com Agência Estado, Agência Brasil, e Bloomberg)

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.