Ibovespa estende os ganhos da maior alta do ano em meio a dados da China; dólar estável

Mercado enfrenta mais um dia de alta em meio a percepção geral de que a Bolsa brasileira está barata

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa opera em alta nesta quarta-feira (4), estendendo os ganhos da última sessão, na qual o índice à vista fechou na máxima e teve a sua maior valorização diária desde 21 de novembro de 2014. No radar doméstico, o governo deve testar sua força no Congresso nas votações da repatriação e da DRU, que foram adiadas para hoje. Entre os indicadores, a produção industrial caiu 10,9% em setembro, resultado menos pior do que a expectativa mediana do mercado segundo a pesquisa Bloomberg, que era de uma queda de 11,3%.

Às 10h27 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira subia 1,41%, a 48.732 pontos. Já o dólar comercial opera estável a R$ 3,7696 na venda, ao passo que o dólar futuro para dezembro ficava praticamente estável, com leve queda de 0,08% a R$ 3,798. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 tinha baixa de 2 pontos-base a 15,36%, enquanto o DI para janeiro de 2021 caía 6 pontos-base a 15,62%.

Ontem, a Bolsa subiu 4,76% impulsionada por um fluxo de capital estrangeiro que entrou logo depois da Hypermarcas vender a sua divisão de cosméticos para a Coty por R$ 3,8 bilhões. A percepção geral é de que com o real depreciado os ativos brasileiros estão baratos, o que apareceu nas falas do empresário Abílio Diniz no fim de semana e do ex-diretor do Banco Central, Luiz Fernando Figueiredo, hoje. 

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Segundo o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o projeto da repatriação poderá ser votado hoje. De acordo com a exposição de motivos do projeto de repatriação de ativos, governo espera arrecadar até R$ 100 bilhões com a regularização das contas de brasileiros no exterior. Ontem, o governo sofreu derrota na votação da Medida Provisória do Prorelit, programa de pagamento de dívidas tributárias.

Em meio ao quadro atual de deterioração das contas públicas, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que a CPMF é parte da solução, mas que não vai resolver todos os problemas.

Destaques da Bolsa
As ações da Petrobras (PETR3, R$ 10,65, +0,85%; PETR4, R$ 8,51, +0,35%) seguem em forte alta nesta sessão, depois de ter disparado 10% na véspera com a arrancada do petróleo. Nesta sessão, o petróleo brent era negociado acima de US$ 50 o barril, com o mercado atribuindo o movimento à greve de trabalhadores da estatal brasileira.

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A Petrobras estima que a greve de trabalhadores da estatal reduzirá em 8,5% a produção de petróleo do país na terça-feira e que 13% de gás deixará de ser disponibilizado na comparação aos níveis de produção diária anteriores à paralisação. O movimento coordenado pelas entidades sindicais interrompeu ou reduziu a produção de petróleo em diversas plataformas desde domingo. A Petrobras garantiu que não há previsão de desabastecimento de combustíveis no mercado.

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 SMLE3 SMILES ON 32,08 +5,25
 USIM5 USIMINAS PNA 3,06 +4,44
 GOAU4 GERDAU MET PN 2,93 +4,27
 SBSP3 SABESP ON 18,39 +4,19
 GOLL4 GOL PN N2 3,80 +3,83

Também do lado positivo, as ações da Vale (VALE3, R$ 18,14, +2,20%; VALE5, R$ 14,73, +2,29%) e siderúrgicas seguem disparada de ontem, em meio a notícias vindas da China. O governo chinês anunciou seu plano de 5 anos para estimular a economia local. O Banco Central chinês, sem intenção, acabou impulsionando a alta das bolsas asiáticas ao divulgar plano já existente há 5 meses de ligação entre as bolsas de Xangai e Hong Kong previsto para começar em 2015.

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 BBDC4 BRADESCO PN EJ 21,93 -0,74 -23,49 18,89M
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN ED 28,13 -0,11 -6,71 26,49M
 ABEV3 AMBEV S/A ON 19,59 -0,05 +23,54 10,14M


Entre as ações que não sobem estava apenas a do Itaú Unibanco (
ITUB4, R$ 28,13, -0,11%), que disparou mais de 3% ontem e a preferencial do Bradesco (BBDC4, R$ 21,93, -0,74%)

Cenário externo
Nos Estados Unidos, os futuros dos índices Dow Jones e S&P 500 operam praticamente estáveis com os investidores de olho no discurso da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, às 13h. O vice-presidente do Fed, Stanley Fischer e o presidente do Fed de Nova York, William Dudley falarão sobre assuntos regulatórios no comitê de assuntos financeiros também às 13h.

Enquanto isso, o dia é de alta para as bolsas europeias, seguindo os mercados americanos e asiáticos. Destaque para o noticiário corporativo, a mineradora Glencore sobe 5% em meio a notícias para reduzir o seu endividamento, enquanto a Volkswagen registra queda de 8% e afeta o desempenho do alemão DAX, em meio ao desenrolar sobre a fraude na emissão de poluentes.

No noticiário econômico, o crescimento empresarial da zona do euro continuou fraco no mês passado, uma vez que o grande programa de estímulo do Banco Central Europeu (BCE) tem tido pouco impacto aparente na atividade econômica ou nas pressões de preços, mostrou nesta quarta-feira o PMI. O PMI Composto final de outubro chegou a 53,9, contra preliminar de 54,0, mas acima da mínima de quatro meses de setembro de 53,6. O índice permanece acima da marca de 50 que denota expansão desde julho de 2013.

Já as bolsas de valores da China tiveram nesta quarta-feira o maior ganho diário em sete semanas, impulsionadas pelas expectativas de que um canal de negociações entre os mercados acionários de Hong Kong e Shenzhen possa ser lançado antes do fim do ano. No Japão, o dia também foi de ganhos, com o Nikkei em alta de 1,3%: destaque para o IPO de três empresas associadas ao Japan Post, enquanto os investidores corriam para garantir uma parte da oferta pública inicial de ações do grupo de 12 bilhões de dólares.

O mercado também foi sustentado pelos comentários de mais cedo do presidente da China, Xi Jinping, sobre a economia e sobre a proposta de Pequim para seu 13º plano quinquenal, projeto para o desenvolvimento social e econômico de 2016 a 2020.

Ainda no noticiário chinês, o PMI de serviços do Caixin/Markit subiu para 52,0 em outubro, ante a mínima de 14 meses em setembro de 50,5, atingindo o nível mais alto desde julho de 2015. Leitura acima de 50 significa crescimento.

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