Ibovespa sobe mais de 2% com otimismo pela recuperação econômica global; dólar cai a R$ 4,97

Mercado caminha para sétima alta consecutiva do principal índice acionário da B3

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa opera no positivo nesta segunda-feira (8) e aponta para a sétima alta consecutiva do índice em meio à recuperação econômica de países desenvolvidos, flexibilização de quarentenas nos estados brasileiros e alívio na tensão política institucional.

As bolsas americanas seguem registrando ganhos devido ao dado publicado na última sexta-feira de que a economia americana criou 2,5 milhões de empregos em maio, número muito melhor que o esperado pelos economistas, que previam perda de 7,5 milhões de vagas, segundo o consenso Bloomberg.

Às 13h33 (horário de Brasília) o Ibovespa subia 2,34% a 96.848 pontos.

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Enquanto isso, o dólar comercial tem baixa de 2,11%, a R$ 4,8798 na compra e R$ 4,8823 na venda. Já o dólar futuro para julho opera em queda de 1,94% a R$ 4,877.

O Banco Central vendeu hoje 10.450 contratos de swap cambial tradicional com vencimento em fevereiro de 2021 de uma oferta total de 12 mil.

Roberto Campos Neto, presidente do BC, disse que as saídas de capital irão se acomodar e as contas externas vão melhorar. Por outro lado, Campos Neto destacou que problemas de liquidez podem se tornar problemas de solvência se não forem bem gerenciados.

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No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 sobe seis pontos-base a 3,15%, o DI para janeiro de 2023 tem alta de sete pontos-base a 4,26% e o DI para janeiro de 2025 avança oito pontos-base a 5,88%.

Entre os indicadores, os economistas do mercado financeiro agora projetam que o Produto Interno Bruto (PIB) deva cair 6,48% em 2020, mais do que previam na semana passada, quando se esperava uma retração de 6,25%, mostrou o Relatório Focus do Banco Central.

Para o próximo ano, a previsão do mercado financeiro permaneceu em alta de 3,50%.

Os analistas reduziram, de 1,55% para 1,53%, a estimativa de inflação para 2020. Para 2021, o mercado financeiro manteve em 3,10% sua previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

A previsão dos analistas para a taxa Selic, ao fim de 2020, ficou estável em 2,25% ao ano.

Atenção ainda para o cenário para commodities. O minério de ferro passa dos US$ 100 no mercado de Cingapura e na China. A razão para isso é o choque de oferta causado pela Vale, que precisou suspender a operação no complexo de Itabira.

O pregão também é positivo para o petróleo. O do tipo Brent chega perto dos US$ 43 após os maiores produtores de petróleo concordarem em estender os cortes de produção. A Petrobras anunciou um aumento de 10% no preço da gasolina nas refinarias a partir de terça-feira.

O ministro de Energia da Arábia Saudita, Abdelaziz bin Salman, afirmou que é fundamental manter o pacto atual de redução e que a perspectiva para o futuro é otimista, mas o mundo enfrenta “tempos desafiadores” em razão da pandemia do novo coronavírus.

O mercado também fica de olho nos dados da balança comercial da China. As exportações da China em maio caíram 3,3% sobre um ano antes, depois de uma alta surpreendente de 3,5% em abril, segundo dados divulgados ontem. Enquanto isso, uma queda mais acentuada que a esperada nas importações, de 16,7%, sinalizou pressão crescente sobre fábricas do país.

As leituras de comércio da segunda maior economia do mundo colocam pressão sobre autoridades do país para adotarem mais medidas de estímulo para um setor que é crítico para a renda de mais de 180 milhões de pessoas. O comércio externo representa cerca de um terço da economia da China.

Passos para a recuperação no Brasil

A falta de um plano unificado para a saída da pandemia do novo coronavírus pode fazer com que o Brasil sofra por mais tempo os efeitos da doença, segundo o jornal O Estado de São Paulo.

As diferenças regionais também podem fazer com que o Brasil conviva com mais tempo com a Covid-19.

O país enfrenta ainda a divulgação de dados divergentes sobre a doença pelo próprio Ministério da Saúde. No domingo, a pasta divulgou que o número de mortes confirmadas em 24 horas tinha sido de 1.382 mortes. Depois, alterou o número para 525. O número total de mortes com o número revisado ficou em 37.312. O Ministério da Saúde não esclareceu o que levou a essa modificação.

Ainda em destaque, depois de forte reação de especialistas, políticos e integrantes do Judiciário sobre a forma de divulgação dos dados do coronavírus nos últimos dias, o governo anunciou um recuo e prometeu retomar a divulgação detalhada dos impactos da doença.

Além da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro também enfrentou uma série de protestos contra seu governo. As manifestações, que contribuíram para o aumento da aglomeração de pessoas, ocorreram em diversas cidades do país.

Noticiário corporativo

A principal notícia desse início de semana é a suspensão das operações do complexo de mineração de Itabira (MG) da Vale, atendendo a determinação da Justiça do Trabalho. O local tem uma produção mensal de 2,7 milhões de toneladas de minério de ferro.

A Vale informou que, apesar da suspensão, não é necessária revisar a projeção de produção de minério para o ano. Isso porque a empresa já tinha feito uma provisão relacionada à pandemia do coronavírus de 15 milhões de toneladas.

Ainda assim, pode ocorrer um “desabastecimento temporário de pelotas para o mercado interno”, o que atingiria as siderúrgica do complexo de Tubarão (SC).

Enquanto isso, a Petrobras anunciou que as exportações de óleo combustível subiram 231% em maio.

Já a A SulAmérica divulgou acordo para a compra da operadora de planos de saúde Paraná Clínicas. O acordo foi fechado com a Rede D’Or no valor de R$ 385 milhões.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.