Ibovespa espera votação na Grécia e dólar sobe com fala de presidente do Fed

Índice fica entre números positivos da China, cenário indefinido no Brasil e a correção após dois pregões consecutivos de alta

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa opera em queda nesta quarta-feira (15), à espera da votação no parlamento da Grécia das medidas de austeridade. O mercado deixa de lado os dados melhores que o esperado de crescimento da economia chinesa. Por aqui, há uma apreensão no mercado diante da visita da agência de classificação de risco Moody’s, que se encontrará com representantes do Banco Central e do Ministério da Fazenda. Além disso, senadores e governadores não receberam bem a proposta de reforma do ICMS apresentada ontem pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, dificultando o ajuste fiscal. 

Às 12h38 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira tinha baixa de 0,56%, a 52.938 pontos. Ao mesmo tempo, o dólar comercial sobe 0,56%, a R$ 3,1540 na compra e a R$ 3,1560 na venda. O câmbio repercute a fala da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, na Câmara dos Estados Unidos, reiterando que o banco central dos EUA busca elevar os juros ainda este ano. Ela ainda disse que a decisão de aumentar os juros pode vir em qualquer uma das próximas reuniões. 

Além dela, a residente do Federal Reserve de Kansas City, Esther George, afirmou ontem que “é a hora” para o Fed elevar a taxa de juros, para refletir as sólidas melhorias na economia do país.

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Sobre as medidas de austeridade da Grécia, segundo relatório ao mercado da equipe de análise da XP Investimentos, a perspectiva é de que o pacote de reformas seja aprovado, mas para tanto o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, terá de contar com o apoio dos partidos de oposição.

Após a aprovação o texto segue para a votação de parlamentos nacionais, que devem votá-lo até o final de semana. O FMI (Fundo Monetário Internacional) segue questionando a capacidade da Grécia de cumprir as reformas prometidas no programa de resgate e alertou que a zona do euro deve se comprometer com uma reestruturação de dívida para assegurar o plano. O FMI acredita que a Grécia necessitará mais injeções de capital e que o país precisará de uma reestruturação de dívida maior.

Ações em destaque
Os papéis da Petrobras (PETR3, R$ 13,40, -0,81%; PETR4, R$ 11,92, -0,67%) registram perdas. Nos destaques, uma reportagem da Folha de S. Paulo aponta que a estatal estuda privatizar até 80% da rede de gasodutos no País por meio de sua subsidiária TAG (Transportadora Associada de Gás). A venda da TAG é parte do pacote de desinvestimento anunciado em março, dentro do esforço da companhia para reduzir o endividamento.

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As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 CSAN3 COSAN ON 23,07 -3,27
 SUZB5 SUZANO PAPEL PNA 14,63 -2,73
 ELET3 ELETROBRAS ON 6,02 -2,43
 OIBR4 OI PN 5,43 -2,34
 FIBR3 FIBRIA ON 41,05 -2,29

Segundo o jornal, a possíveis investidores têm sido apresentado três modelos para a operação: a venda de 80% com transferência do controle e a venda de fatias de 49% ou 60%, com manutenção do controle da estatal.

As ações de bancos como o Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 31,43, -1,29%) e Bradesco (BBDC3;, R$ 28,09, -0,81%; BBDC4, R$ 28,83, -1,17%) recuam refletindo o cenário doméstico negativo. Assim como eles, Banco do Brasil (BBAS3, R$ 24,04, +0,46%) também cai. 

Do mesmo modo, as ações da Vale (VALE3, R$ 17,50, -1,80%; VALE5, R$ 14,70, -1,08%) operam na ponta negativa, mesmo com o fechamento em alta do minério de ferro spot no porto de Qingdao, que subiu 0,98%, a US$ 50,55. 

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 GFSA3 GAFISA ON 2,59 +1,97
 CPFE3 CPFL ENERGIA ON 19,76 +1,91
 POMO4 MARCOPOLO PN N2 2,52 +1,61
 GGBR4 GERDAU PN 6,62 +1,53
 HYPE3 HYPERMARCAS ON 21,32 +1,38

Entre as altas, as ações da Gerdau (GGBR4, R$ 6,62, +1,53%) operam no azul depois de desabarem na véspera após anunciar uma reestruturação de suas operações, envolvendo um desembolso de quase R$ 2 bilhões para compar fatias minoritárias em suas controladas. Tanto o “timing” do negócio quando o valor pago foram questionados pelo mercado, levando ontem os papéis das duas companhias a queda de 7,5% e 10,5%, respectivamente. Com a desvalorização, as ações da Gerdau fecharam a R$ 6,52, no menor patamar desde 1° de agosto de 2005. 

Embora com movimento não tão acentuado, as demais siderúgicas listadas na Bolsa também caíram ontem, em meio a dados ruins para o setor e depois de um dia de euforia no mercado na segunda-feira. Hoje, os da Usiminas (USIM5, R$ 4,33, +1,41%) sobem. 

Grécia e China trazem alta
A quarta já começa movimentada para os principais índices acionários mundiais, com destaque, mais uma vez, para China e Grécia. O dia é de leves altas para as bolsas europeias, à espera da votação sobre as medidas de austeridade do governo da Grécia. Já na Ásia, o crescimento do PIB chinês animou, mas não o suficiente para a nova queda de Xangai, que teve baixa de 3,02%.

Na Europa, segundo o ministro das Finanças da Grécia, Euclid Tsakalotos, muitas das medidas no acordo fechado com os credores da Grécia terão efeito recessionário mas remover a perspectiva de saída do país da zona do euro vai ajudar a compensar o impacto e trazer investimentos. “É um acordo difícil, um acordo que só o tempo irá mostrar se é economicamente viável”, disse ele a parlamentares antes de uma votação crucial sobre o pacote ainda nesta quarta-feira.

Na China, o PIB cresceu 7% no segundo trimestre na comparação anual, acima das expectativas do mercado, que eram de uma expansão de 6,8%. Já a produção industrial do país em junho subiu 6,8%, contra um avanço esperado de 6%. As vendas do varejo também cresceram mais do que as projeções, ficando em 10,6% ante estimativas de 10,2% previstos para junho pela mediana dos analistas de mercado.

Já no Japão, o banco central do país deixou inalterada a política monetária e manteve em grande parte suas projeções otimistas sobre a inflação nesta quarta-feira, mesmo que a fraqueza das exportações e dos gastos das famílias o tenha forçado a cortar sua projeção de crescimento econômico.