Ibovespa engata 5ª alta e renova máxima de 17 meses à espera de Marina Silva

Índice apresentou volatilidade após ata do Fomc indicar alta de juros mais cedo que o esperado; medidas anunciadas por Mantega também foram destaque nesta quarta-feira

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Ibovespa chegou a mergulhar 300 pontos logo após a divulgação da ata do Fomc, às 15h, mas o mercado logo se recuperou e voltou para o campo positivo. O índice chegou a acompanhar o exterior ao perder força, mas a recuperação acabou se seguindo de uma alavancada do benchmark, que fechou o dia com alta de 0,73%, a 58.878 pontos, renovando assim sua máxima do ano. Com isso, o índice chegou a sua 5ª alta consecutiva, fato que não ocorre desde o início do rali eleitoral, quando o Ibovespa subiu 7 dias seguidos, em 17 de março. O volume movimentado na Bovespa atingiu R$ 7,361 bilhões.

Na ata, o Fed destacou que o mercado de trabalho está mais forte do que o esperado nos EUA, o que pode sinalizar uma alta de juros mais à frente. Alguns membros do Federal Reserve querem fazer um aumento “relativamente rápido” da taxa de juros, mostrou a ata da última reunião do Fomc (Federal Open Market Committee) divulgada na tarde desta quarta-feira. Apesar disso, eles não são unanimidade, e outros membros querem que mais dados de recuperação da economia sejam apresentados antes de qualquer movimento.

O documento também mostrou os ganhos do mercado de trabalho devem levar a uma alta mais acelerada nos juros, mas mesmo assim, a sensação é de que o setor ainda está longe de seu cenário normal. Na reunião ocorrida em junho, o Fed decidou por reduzir novamente seu programa de compra de títulos mensais em mais US$ 10 bilhões e manteve sua taxa juros próxima de zero.

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Além disso, o ministro da fazenda, Guido Mantega, fez hoje um anúncio de medidas para impulsionar o crédito. Segundo ele, as medidas visam simplificar e melhorar a regulação do sistema de crédito e não tem impacto inflacionário. Mais cedo, o Banco Central anunciou nesta manhã novas medidas para estimular o mercado de crédito com potencial para injetar R$ 25 bilhões na economia, em mais um esforço do governo federal para estimular a fraca atividade. 

Por fim, o mercado passou o dia aguardando a oficialização de Marina Silva como candidata à presidência pelo PSB. A reunião teve início por volta das 15h e até o fechamento do pregão ainda não havia ocorrido a coletiva. O deputado Beto Albuquerque (PSB-RS) confirmou ontem que será vice de Marina Silva na chapa do partido à Presidência da República. 

Destaques da Bolsa
À espera pelo anúncio da candidatura de Marina Silva na chapa do PSB hoje, as estatais – Petrobras (PETR3, R$ 20,12, +2,18%PETR4, R$ 21,36, +2,15%) e Eletrobras (ELET3, R$ 7,08, +2,91%ELET6, R$ 11,35, +2,07%) seguiram as alta dos últimos pregões. Com a valorização de hoje, a Petrobras atingiu seu maior patamar desde setembro de 2012, sendo o maior fechamento desde março do mesmo ano.

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Já as imobiliárias se destacaram após a fala de Mantega. Segundo ele, com as novas medidas, vai ficar mais fácil comprar imóvel financiado. “Um único cartório vai oferecer todas as certidões necessárias”, disse. De acordo com ele, haverá simplificação para recuperar crédito em atraso. O ministro ainda anunciou o lançado de letras garantidas. “A vantagem das letras é que não pagam IR (Imposto de Renda) e são mais garantidas que outros títulos”. Com as falas do ministro, as imobiliárias ganharam força, com as ações de Rossi (RSID3, R$ 1,28, +5,79%) liderando os ganhos do índice.

Entre as maiores altas do Ibovespa, as ações das empresas do setor elétrico seguem com forte alta nesta sessão. Nesta quarta-feira, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) autorizou o aumento médio de 37,78% nas contas de luz de clientes da Elektro.

Apesar do reajuste anunciado ser exclusivamente para os clientes desta distribuidora, a Aneel já autorizou outros altos reajustes para outras empresas do setor, devido ao aumento no preço de energia do país. Além disso, segundo o analista Elad Revi, da Spinelli, estes reajustes ajudam as companhias elétricas a cobrir os rombos que elas possuem nos caixas. Nesta sessão, destaque para as ações da CPFL Energia (CPFE3, R$ 21,96, +4,27%) e Copel (CPLE6, R$ 38,05, +4,76%).

Entre as maiores baixas, destaque para a MMX Mineração (MMXM3): apesar de negar os rumores de recuperação judicial, as ações tiveram novo dia de baixa, de 8,49%, devido às dificuldades da empresa. Na véspera os papéis da mineradora já haviam recuado 10% com os rumores do pedido de recuperação judicial.

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 RSID3 ROSSI RESID ON 1,28 +5,79 -37,25 10,15M
 CPLE6 COPEL PNB 38,05 +4,76 +28,19 41,63M
 CPFE3 CPFL ENERGIA ON 21,96 +4,27 +18,65 20,83M
 TBLE3 TRACTEBEL ON 38,85 +3,60 +8,10 45,03M
 HGTX3 CIA HERING ON 25,90 +3,35 -11,77 126,01M

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 MMXM3 MMX MINER ON 0,97 -8,49 -76,90 8,87M
 CIEL3 CIELO ON 42,00 -3,65 +30,33 127,80M
 BVMF3 BMFBOVESPA ON ED 12,91 -2,57 +19,68 122,07M
 BBSE3 BBSEGURIDADE ON EDR 33,70 -2,18 +43,41 181,31M
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 13,86 -1,70 +0,07 20,54M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN 21,36 +2,15 1,15B 901,23M 58.526 
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN EJ 37,69 +0,48 428,12M 346,85M 27.663 
 VALE5 VALE PNA 28,29 +1,91 365,58M 315,21M 25.489 
 PETR3 PETROBRAS ON 20,12 +2,18 309,52M 271,78M 21.280 
 BBDC4 BRADESCO PN 37,70 +0,53 256,29M 234,89M 20.188 
 BBAS3 BRASIL ON EDR 30,27 +1,50 189,43M 205,38M 14.457 
 BBSE3 BBSEGURIDADE ON EDR 33,70 -2,18 181,31M 136,18M 19.275 
 KROT3 KROTON ON 65,80 -0,14 139,75M 163,92M 6.482 
 CIEL3 CIELO ON 42,00 -3,65 127,80M 145,64M 14.214 
 HGTX3 CIA HERING ON 25,90 +3,35 126,01M 45,28M 11.390 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.