Ibovespa dispara no fim do pregão e fecha em alta de 1,6% com EUA e petróleo; dólar cai a R$ 5,82

Mercado tem arrancada no final da sessão e consegue retomar os 79 mil pontos

Ricardo Bomfim

Publicidade

SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira (14) após uma disparada nos últimos minutos de pregão. O índice passou a maior parte da sessão em baixa, com dados fracos dos Estados Unidos se somando à mensagem cautelosa do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, na véspera.

No meio da tarde, as Bolsas americanas viraram para alta e impulsionaram o mercado por aqui, puxado principalmente pelo desempenho das ações de bancos, que caíram muito recentemente.

Ajudou no otimismo de última hora o movimento do petróleo, que registrou um rali depois da Agência Internacional de Energia (AIE) projetar menores estoques da commodity na segunda metade de 2020.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Ontem, os estoques de petróleo nos EUA caíram pela primeira vez em 15 semanas. O barril do Brent fechou com alta de 6,78% a US$ 31,17 e o barril do WTI subiu 9,13% a US$ 27,60.

Com isso, o Ibovespa encerrou o dia em alta de 1,59%, a 79.010 pontos, com volume financeiro negociado de R$ 29,052 bilhões.

Já o dólar futuro para junho apresentava queda de 1,37%, a R$ 5,814. O dólar comercial registrou desvalorização de 1,37%, a R$ 5,8182 na compra e R$ 5,8202 na venda.

Continua depois da publicidade

O câmbio saiu de forte alta para queda depois do Banco Central fazer um leilão de 20 mil contratos de swap, volume superior aos 10 mil contratos de ontem e também à média das últimas intervenções. Dos 20 mil, foram colocados 17.800 contratos no leilão de hoje.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 teve baixa de dois pontos-base a 3,62%, o DI para janeiro de 2023 recuou 11 pontos-base a 4,80% e o DI para janeiro de 2025 teve perdas de 13 pontos-base a 6,75%

Hoje foi divulgado que o número de pedidos por seguro-desemprego nos EUA atingiu 2,981 milhões na semana passada. O dado veio acima da expectativa mediana dos economistas do mercado financeiro compilada no consenso Bloomberg, que apontava para 2,5 milhões de requisições do benefício.

Também chegou a causar algum ruído o desacordo entre o diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas, Anthony Fauci, e o presidente dos EUA, Donald Trump, acerca da reabertura dos comércios em diversos estados.

Fauci afirmou que ainda é muito cedo para reabrir os estados, visto que o país ainda registra mais de mil mortes por dia em decorrência da Covid-19. Ao todo, mais de 80 mil pessoas já morreram nos EUA por conta da doença. Trump disse que os comentários de Fauci são inaceitáveis.

Além disso, Trump afirmou que está “olhando” as empresas chinesas que negociam na NYSE, Nasdaq, mas não seguem as regras contábeis dos EUA, segundo a Fox Business, acirrando a tensão entre os dois países.

Na China, o governo divulga às 23h uma série de dados sobre a economia em abril: investimentos em ativos fixos, produção industrial e taxa de desemprego.

Mais Trump

Ainda na entrevista para a Fox News, Trump disse que a pandemia de coronavírus mostra que “a era da globalização acabou”. Para ele, este é um ótimo momento para ter um dólar forte, uma vez que as taxas de juros estão praticamente zeradas, embora o comércio exterior seja prejudicado.

Trump também destacou esperar uma recuperação da economia americana no terceiro trimestre deste ano, à medida que mais estados reabram seus comércios e serviços passado o período mais severo de isolamento social.

Na avaliação do presidente dos EUA, o ano de 2021 será um dos melhores de todos os tempos para a economia do país, como reflexo de todas as medidas de estímulo tomadas para combater a pandemia da Covid-19.

Política 

Conforme destaca a Bloomberg, o presidente Jair Bolsonaro busca atender Paulo Guedes, ministro da Economia, com veto a reajuste do funcionalismo sem se desgastar com categorias que o apoiam.

A possível solução seria vetar reajustes, mas ao mesmo tempo permitir que regras que permitem pagamento de benefício, como licença prêmio, continuem sendo aplicadas.

Também está em estudo encaminhar ao Congresso um novo projeto autorizando reajustes apenas para policiais. Isso faria parte de uma costura política para evitar que o Congresso derrube o veto.

Vale destacar que, na véspera, o Ministério da Economia disse que vê queda do PIB de até 6% com isolamento.

Ainda no radar, está a tensão política, que segue no ar com vídeo ainda pendente de decisão do STF e novos depoimentos que reforçariam suspeita de interferência de Bolsonaro na PF, o que ele nega.

Coronavírus

Após um mês e meio de disputa judicial, o presidente Jair Bolsonaro entregou ontem três exames para detecção do coronavírus e todos deram resultado negativo.

Os exames foram solicitados pelo jornal O Estado de S. Paulo. Foram apresentados dois exames do laboratório Sabin, nos quais constam codinomes, mas com CPF, RG e data de nascimento de Bolsonaro; e um terceiro da Fundação Oswaldo Cruz, que identifica o presidente apenas como “paciente 05”. As três coletas para os exames foram feitas em março. Para juristas, prevaleceu o direito à informação.

O Brasil ultrapassou ontem a França e tornou-se o sexto país com mais casos da Covid-19, atrás apenas de Estados Unidos, Rússia, Espanha, Reino Unido e Itália. Segundo o jornal O Globo, o Brasil reportou ontem 11.385 casos confirmados em 24 horas e agora tem 188.974 pessoas com a doença. O número de mortos chegou na noite de ontem a 13.149.

Noticiário corporativo

A temporada de balanços é movimentada. A Via Varejo, dona de marcas como Ponto Frio e Casas Bahia, registrou um lucro líquido de R$ 13 milhões no primeiro trimestre de 2020, revertendo o prejuízo de R$ 50 milhões registrado um ano antes. Já a Ultrapar divulgou lucro de R$ 160,9 milhões.

O Grupo Pão de Açúcar reportou prejuízo líquido consolidado de R$ 130 milhões, revertendo lucro líquido de R$ 126 milhões de igual trimestre do ano passado. Segundo o grupo, embora as vendas tenham tido forte expansão, houve o impacto de R$ 92 milhões da incorporação das operações na Colômbia, Argentina e Uruguai ao GPA. Não fosse a incorporação e o aumento dos serviços da dívida bruta, o GPA teria lucrado R$ 65 milhões.

Já a seguradora Sul América reportou um lucro líquido de R$ 79,8 milhões no 1º trimestre deste ano, uma queda de 64,3% na base anual. Houve expansão nos planos de saúde e odontológico, mas o resultado financeiro teve impacto da redução na taxa Selic, das quedas na bolsa de valores e por aumento de 3 pontos porcentuais na sinistralidade.

Nesta quinta-feira, a atenção continua para os resultados, com os números de Azul, ABC Brasil, Bradespar, Ânima, B3, CCR, Copel, CSN, Localiza, Suzano, entre outras, enquanto o principal destaque ficará para a Petrobras.

Ainda em destaque, segundo a Bloomberg, o pacote de resgate para Gol, Azul e Latam será de R$ 4 bilhões. Já a ação da Estapar teve preço fixado em R$ 10,50 em IPO, no piso.

Quer viver do mercado financeiro ou ter renda extra? Experimente de graça o curso do Wilson Neto, um dos melhores scalpers do Brasil

Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.