Ibovespa dispara 2% com forte recuperação de blue chips em dia de otimismo; dólar recua

Bolsa tem forte alta em dia de euforia; DIs sobem com inflação acima do esperado antes de ata do Copom

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa dispara nesta quarta-feira (10) com a melhora no cenário externo ofuscando rumor de possível corte de rating do Brasil em julho e inflação acima do esperado. As principais blue chips sobem entre 2,4% e 4% neste momento, mostrando que o índice tenta sair do “impasse” dos últimos diasLá fora, as bolsas mundiais sobem com diminuição nas tensões da Grécia e sinais de recuperação da economia da zona do euro. 

Às 12h27 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira subia 2,28%, a 54.020 pontos, enquanto o dólar comercial caía 0,43%, a R$ 3,0870 na compra e a R$ 3,0877. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 sobe 0,12 ponto percentual, a 13,69%, ao mesmo tempo em que o DI para janeiro de 2020 sobe 0,16 ponto percentual, a 12,78%. Amanhã será divulgada a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que decidiu pela elevação da taxa Selic em 0,5 ponto percentual, de 13,25% ao ano para 13,75% ao ano. 

Segundo o analista da Walpires Corretora, Angelo Larozi, a Bolsa tem hoje um repique de alta e não uma recuperação consistente do fôlego do mercado. “Na Europa a gente teve um alívio por parte da Grécia, então foram mais os ADRs que puxaram”, afirma. Para ele, diante da forte desvalorização de ativos considerados “bons” como bancos, os investidores esperam boas indicações aqui ou lá fora para aproveitar a baixa forte dos últimos tempos e se posicionarem na compra. 

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O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de maio registrou uma alta de 0,74%, chegando a 8,47% no acumulado de 12 meses, vindo acima do esperado pela mediana dos analistas. Do lado político, o governo decidiu adiar para a semana que vem a votação do projeto que revê a política de desoneração da folha de pagamento. 

Ações em destaque
As ações da Petrobras (PETR3, R$ 14,43, +2,70%; PETR4, R$ 13,29, +2,47%) subiam forte com notícia de que a companhia foi “vítima” na Operação Lava Jato. Além disso, ela reflete a alta das cotações do petróleo nos mercados internacionais de commodities. O barril do petróleo WTI (West Texas Intermediate) sobe 2,44%, a US$ 61,61 ao passo que o barril do Brent sobe 1,8%, a US$ 66,05.

Assim como a petroleira, a Vale (VALE3, R$ 21,27, +6,46%; VALE5, R$ 17,88, +5,24%) dispara nesta sessão. A mineradora está em negociações com vários investidores para vender seu projeto de potássio Rio Colorado, na Argentina, e um acordo poderia ser selado até outubro, afirmou o secretário argentino de Mineração, Jorge Mayoral, em entrevista à Reuters nesta terça-feira. A Vale suspendeu as operações no projeto em 2012, depois de não conseguir obter benefícios fiscais do governo argentino. 

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Outro gigante que sobe forte hoje é o Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 33,87, +3,26%), que dispara junto com as demais ações do setor bancário. Bradesco (BBDC3, R$ 26,92, +3,06%; BBDC4, R$ 28,33, +3,85%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 23,32, +3,55%) também têm desempenho positivo. 

As únicas ações que não sobem são aquelas de companhias exportadoras, devido à queda do dólar hoje. Tinham desempenho fraco, Fibria (FIBR3, R$ 42,20, -0,94%) e Suzano (SUZB5, R$ 16,19, -1,16%).

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 BRAP4 BRADESPAR PN 11,88 +6,93
 VALE3 VALE ON 21,27 +6,46
 ESTC3 ESTACIO PART ON 19,97 +5,38
 VALE5 VALE PNA 17,88 +5,24
 MRVE3 MRV ON 8,06 +4,54

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 SUZB5 SUZANO PAPEL PNA 16,18 -1,22
 FIBR3 FIBRIA ON 42,20 -0,94
 BBSE3 BBSEGURIDADE ON 33,30 -0,89
 ELET3 ELETROBRAS ON 6,53 -0,76
 KLBN11 KLABIN S/A UNT N2 19,72 -0,40
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Europa se recupera
Depois das recentes quedas, as bolsas europeias têm pregão de recuperação nesta quarta-feira (10) mesmo com a continuidade do impasse envolvendo a Grécia e seus credores internacionais. 

No noticiário do velho continente, a dívida grega continua ocupando as manchetes. Apesar do ligeiro otimismo dos investidores evidenciado no mercado acionário, as expectativas e demandas de ambas as partes envolvidas nas negociações não se mostram satisfeitas com as opções propostas.

Uma reunião programada entre lideranças alemãs, francesas e gregas deverá acontecer ainda nesta quarta e deverá discutir os planos apresentados pelas autoridades da Grécia para desobstruir novos financiamentos. À agência de notícias Reuters, oficiais da União Europeia disseram que a proposta ficou aquém das exigências dos credores.

Além disso, na Alemanha, dados recentes macroeconômicos ampliam as expectativas do mercado de que a inflação deverá subir nos próximos meses, em mais um sinal de leve recuperação. Este poderia ser um indício de que a política de afrouxamento monetário do Banco Central Europeu estaria surtindo efeitos, ao menos na confiança dos consumidores.

Mercado asiático
O índice MSCI que reúne as ações da região Ásia-Pacífico exceto Japão se recuperou de mínimas de três meses nesta quarta-feira, embora a sombra de custos mais altos de empréstimos nos Estados Unidos e receios sobre a aparente falta de progresso nas conversas entre Grécia e seus credores tenha minado a confiança.

O índice japonês Nikkei foi na direção oposta e recuou 0,3% para mínimas de três semanas.

“Agentes do mercado estão reduzindo posições de risco por cautela sobre maior volatilidade nos mercados de taxa de juros”, disse o chefe de ações e commodities globais do BNP Paribas em Tóquio, Kyoya Okazawa.

Os mercados acionários ao redor do mundo, particularmente alguns mercados emergentes dependentes de capital estrangeiro, têm sido impactados por expectativas crescentes de que o Federal Reserve, banco central dos EUA, começará a elevar a taxa de juros antes do final do ano.