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Ibovespa descola do exterior e fecha em queda de 0,68% após falas de Haddad; dólar encerra dia a R$ 5,046

Falas de Haddad mantiveram o índice na queda iniciada na sexta-feira; lá fora, índices encerram dia em alta

Camille Bocanegra

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O Ibovespa fechou com queda de 0,68% nesta segunda-feira (30), aos 112.531,52 pontos. O índice descolou da alta que os mercados lá fora apresentaram hoje após falas do ministro Fernando Haddad.

Para o índice doméstico, após o impacto das falas do presidente Lula na sexta-feira, sobre a dificuldade de zerar o déficit fiscal para 2024, Haddad falou em coletiva de imprensa. A expectativa era que a fala de Haddad suavizasse os ânimos acirrados do fim da semana passada e reforçasse o compromisso com “meta zero para 2024” mas isso não se realizou. 

“Haddad tentou reforçar de que ele ainda está buscando um equilíbrio nas metas fiscais e que vai buscar isso de todas as maneiras justas e necessárias. De qualquer maneira, ele não foi muito enfático, não bateu o martelo a respeito de se o déficit fiscal em 2024 vai ser zerado”, considera Gabriela Sporch, analista da Toro Investimentos.

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Em Wall Street, os principais índices fecharam em alta e o Dow Jones teve seu melhor dia desde junho. A semana será marcada, por lá, pela decisão de juros do FOMC (Comitê de Política Monetária do Federal Reserve) e pelas divulgações da temporada de resultados, com empresas como Apple reportando seus números.

No mercado de Treasuries, o título de dez anos subiu 4,3 pontos-base (pb), a 4,888%, enquanto o título com vencimento de 2 anos teve alta de 3,2 pb em seus rendimentos, a 5,044% e com vencimento de 5 anos subiu 4,1 pb em seus retornos, 4,811%.

O dólar encerrou o dia com alta de 0,67%, cotado a R$ 5,047 na venda e R$ 5,046 na compra. A divisa norte-americana foi na contramão e recuou na comparação com as principais moedas do mundo, com o DXY em queda de 0,42%.

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O petróleo fechou em baixa de mais de 3%, com investidores ponderando até que ponto a guerra no Oriente Médio representa um risco para o mercado da commodity. O barril do WTI hoje caiu a um valor inferior ao visto antes do estopim do conflito, no último dia 7.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para dezembro fechou em queda de 3,77% (US$ 3,23), a US$ 82,31 o barril. No último dia 6, a cotação do contrato mais líquido era de US$ 82,79 o barril.

Por aqui, os juros encerram o dia em alta, em especial reagindo ainda às declarações de Lula e as expectativas frustradas na coletiva de Haddad.

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A taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 11,14%, ante 10,983% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 11,065%, ante 10,796% do ajuste anterior.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,23%, ante 10,944%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 11,47%, ante 11,193%.

Hoje tivemos também a divulgação FGV de sondagem do comércio, sondagem de serviços e IGP-M. O principal dado do dia foram os números de geração de emprego formal do Caged

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“Em relação ao resultado do Caged, os dados vieram acima as estimativas do mercado, que esperavam 206 mil novas vagas. Esses dados parciais continuam valiosos para o governo, economistas e empresas para compreender o funcionamento do mercado de trabalho e desenvolver políticas e estratégias relacionadas ao emprego e à economia”, considera André Luiz Rocha, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

“Com a alta do minério de ferro lá fora, ações do setor se destacam no Ibovespa como Usiminas e CSN, que subiram. Entre as altas, também temos CCR. O JP Morgan elevou a recomendação de neutro para overweight e o preço-alvo, que era R$ 15,50, passou a R$ 16,00 para o ano de 2024, o que impulsiona os papeis hoje”, destaca Rodrigo Cohen, co-fundador da Escola de Investimentos.

Entre as maiores altas do dia, estiveram Usiminas (USIM5), com avanço de 4,49%, cotada a R$ 6,51 e CCR (CCRO3), com alta de 2,54%, a R$ 12,11.

(com Reuters)