Ibovespa deixa alívio para trás e volta a cair com vitória do “não” na Grécia

Bolsa tem uma brusca mudança puxada principalmente pelas siderúrgicas, que sobem forte nesta segunda

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa chegou a zerar perdas nesta segunda-feira (6), mas voltava a cair. Às 12h28 (horário de Brasília) índice tem queda de 0,66%, a 52.174 pontos. O benchmark repercute negativamente o resultado do referendo grego no domingo, no qual a população optou por não aceitar as medidas de austeridade fiscal impostas pelos credores internacionais ao país. 

O dólar comercial opera volátil nesta segunda, subindo 0,08%, a R$ 3,1413 na compra e a R$ 3,1418 na venda. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 sobe 2 pontos-base, 13,75%, ao mesmo tempo em que o DI para janeiro de 2021 sobe 6 pontos-base, a 12,64%. 

Lá fora, as bolsas operam em queda, embora os índices norte-americanos tenham reduzido as perdas. O Dow Jones, o Nasdaq e o S&P 500 caem 0,24%, 0,16% e 0,23% respectivamente. Do lado europeu, o FTSE 100 de Londres recua 0,42%, o DAX, de Frankfurt, cai 0,88%, o CAC 40, de Paris, tem queda de 1,38%, o FTSE MIB, italiano, registra perdas de 2,90%, o IBEX 35, de Madri e o Stoxx 600 da Europa cai 0,89%. 

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Segundo o analista da Leme Investimentos, João Pedro Brugger, a vitória do “não” na Grécia já era esperada e esta recuperação mostra que o mercado já tem uma saída do país da zona do euro no radar. Em telefonema, a chanceler alemã e o primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, concordaram que o premiê grego deve apresentar propostas amanhã no encontro de líderes europeus, segundo fonte ouvida pela Bloomberg. 

Ações em destaque
As ações da Petrobras (PETR3, R$ 12,90, -0,39%; PETR4, R$ 11,51, -1,88%) também mantém queda apesar das expectativas para esta semana serem positivas. O Senado pode votar o projeto de lei que retira a obrigatoriedade da estatal de participar com pelo menos 30% nos consórcios de exploração do pré-sal. Mesmo com a oposição do Planalto e principalmente do PT, senadores querem aproveitar o enfraquecimento político da presidente Dilma Rousseff e de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, para votar ainda nesta semana a proposta do senador José Serra (PSDB-SP) que acaba com a obrigação de a estatal ser a operadora única e ter participação mínima de 30% dos consórcios na exploração do pré-sal, segundo escreveu a equipe de análise da XP Investimentos em relatório.

Depois de flertar com as máximas do dia, a Vale (VALE3, R$ 17,50, -1,02%; VALE5, R$ 14,89, -2,23%) voltava a operar em forte queda. Assim como ela, bancos que subiram 2,6% desde a mínima do dia voltaram a cair com força. Caem Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 34,03, -1,39%) e Bradesco (BBDC3, R$ 27,31, -2,04%; BBDC4, R$ 28,13, -1,37%). Do lado das altas estava o Banco do Brasil (BBAS3, R$ 23,78, +0,46%).

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As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 CSAN3 COSAN ON 23,19 -2,52
 CPFE3 CPFL ENERGIA ON 18,60 -2,26
 MULT3 MULTIPLAN ON EJ N2 46,82 -2,25
 VALE5 VALE PNA 14,90 -2,17
 CPLE6 COPEL PNB 34,62 -2,12

Grande parte da melhora do desempenho da Bolsa hoje foi provocada pela forte alta das siderúrgicas como Usiminas (USIM5, R$ 4,16, +3,23%), Gerdau (GGBR4, R$ 6,87, +3,15%), CSN (CSNA3, R$ 4,84, +1,47%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,65, +1,62%), que tiveram uma forte inversão de movimento. As ações do setor sofrem com fortes baixas há muitas semanas. 

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 ELET6 ELETROBRAS PNB 8,80 +3,53
 USIM5 USIMINAS PNA 4,16 +3,23
 GGBR4 GERDAU PN 6,87 +3,15
 BRKM5 BRASKEM PNA 12,82 +3,14
 ELET3 ELETROBRAS ON 6,06 +3,06

Grécia vota “não”; Varoufakis sai
Um dia após o referendo que decidiu pelo “não” ao acordo com os credores na Grécia, o dia é de queda para as principais bolsas mundiais. Contudo, enquanto as bolsas asiáticas, com exceção de Xangai, registraram perdas superiores a 2%, algumas bolsas europeias têm perdas menores após abrirem em forte queda. 

O “não” às propostas dos credores obteve 61,31% no referendo, segundo números definitivos divulgados pelo Ministério do Interior. Com a totalidade dos votos contados, o sim foi a escolha de 38,69% dos gregos, enquanto 5,8% foram brancos ou nulos. A abstenção foi 37,5%, em um universo de quase 10 milhões de eleitores.

As perdas das bolsas europeias, assim como a queda do euro, diminuíram, contudo, em meio ao pedido de demissão do ministro das Finanças Yanis Varoufakis. Ele disse que pouco depois de serem anunciados os resultados do referendo, foi informado de certa preferência de alguns participantes do Eurogrupo, e de vários parceiros, pela sua ausência nas reuniões. “Uma ideia que o primeiro-ministro considerou ser potencialmente útil para que conseguisse chegar a um acordo. Por esse motivo, deixo o Ministério das Finanças hoje”, disse Varoufakis, em seu blog, depois de ter feito o anúncio em sua conta no Twitter.

Segundo uma fonte do governo ouvida pela Reuters, o principal negociador da Grécia nas negociações sobre ajuda com credores internacionais, Euclid Tsakalotos, é o mais cotado no governo para se tornar o ministro das Finanças após a renúncia de Varoufakis.

O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, confirmou que os chefes de governo dos países da zona do euro vão se reunir na noite desta terça-feira em Bruxelas, para discutir as consequências da rejeição de novas medidas de austeridade fiscal pelos eleitores da Grécia. Com mais de 90% dos votos do plebiscito deste domingo já apurados, o “não” venceu com mais de 61% dos votos.

Relatório Focus
Também tinha algum peso por aqui o Relatório Focus, com a mediana das projeções de diversos economistas, casas de análise e instituições financeiras para os principais indicadores macroeconômicos. A previsão para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2015 oscilou de uma retração de 1,49% para uma de 1,50%. Já no caso do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é o medidor oficial de inflação utilizado pelo governo, as projeções são de que haja um avanço de 9,04% este ano.