Ibovespa contraria disparada das bolsas dos EUA e termina estável; dólar cai 0,8%

Mercado teve uma forte volatilidade apesar da alta do petróleo puxar as bolsas internacionais o dia inteiro

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou estável nesta segunda-feira (16), mais um dia de forte volatilidade na Bovespa. O índice abriu em alta, mas zerou ganhos diversas vezes durante a sessão, indo de uma valorização de 0,97% para uma queda de 0,42% e depois voltando ao zero a zero. No radar desta segunda, as bolsas dos Estados Unidos registraram fortes ganhos com o avanço de 4% petróleo após o Goldman Sachs dizer que o mercado passou para deficitário mais cedo do que o previsto. O último número de estoques de petróleo mostrou uma queda no número de barris. No cenário doméstico, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, adiou o anúncio da equipe econômica do novo governo para amanhã às 11h (horário de Brasília). 

O benchmark da bolsa brasileira não teve variação, terminando o pregão nos 51.803 pontos. O volume financeiro negociado foi de R$ 7,644 bilhões. Já o dólar comercial recuou 0,55% a R$ 3,5022 na compra e a R$ 3,5042 na venda, enquanto o dólar futuro para junho tem queda de 0,82% a R$ 3,522. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 teve leve alta de 1 ponto-base a 13,60%, ao passo que o DI para janeiro de 2021 registrou ganhos de 7 pontos-base a 12,27%. 

Para João Pedro Brugger, economista da Leme Investimentos, o mercado está em compasso de espera pelos nomes da equipe econômica de Meirelles na Fazenda e por medidas efetivas do que vai ser feito para equacionar as contas públicas. Na sua avaliação, os investidores se mantém pouco entusiasmados com a nova gestão até saber qual é o nível de apoio das medidas impopulares que terão de passar no Congresso para que o Brasil possa sair desta trajetória de aumento desenfreado do endividamento público. “Conseguindo implementar, a Bolsa deve fechar 2016 em 60 mil pontos, enquanto o dólar poderia tranquilamente estar abaixo de R$ 3,40, desde que o Banco Central novo permitisse”, projeta.

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Também fez preço por aqui o vencimento de opções sobre ações, que movimentou R$ 2,07 bilhões. Deste total, R$ 1,219 bilhão vieram do exercício de opções de compra e os R$ 859 milhões restantes vieram de opções de venda.

 Entre as cinco opções mais movimentadas, destaque para as ações da Vale (VALE5) a R$ 13,12, que movimentaram R$ 189,82 milhões para venda. O segundo lugar também ficou com as ações da Vale preferenciais, só que neste caso foram R$ 113,49 milhões a R$ 15,62, também em opções de venda. 

Confiança da indústria
Em meio à expectativa de afastamento da presidente Dilma Rousseff pelo Senado, o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), medido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), chegou ao maior patamar dos últimos 16 meses. Auferido no começo de maio, o indicador subiu 4,5 pontos e chegou aos 41,3 pontos neste mês. O salto foi ainda a maior variação mensal desde janeiro de 2010, quando a pesquisa começou a ser realizada.

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Pela metodologia da CNI, valores abaixo dos 50 pontos indicam falta de confiança e acima desse patamar significam uma melhor aposta dos empresários com relação à economia brasileira e seus próprios negócios. Dessa forma, a melhora de maio significa que a indústria no geral está menos pessimista, mas ainda não inverteu a confiança a ponto de estar propriamente otimista. Para se ter uma ideia, a média histórica do indicador é de 54,3 pontos.

Ações em destaque
As ações da Petrobras (PETR3, R$ 12,54, +3,47%; PETR4, R$ 9,75, +3,07%), tiveram alta, seguindo os preços do petróleo. O barril do WTI (West Texas Intermediate) subiu 3,61% a US$ 47,88, ao mesmo tempo em que o barril do Brent teve ganhos de 2,59% a US$ 49,07. 

Já a Vale (VALE3, R$ 14,93, +1,70%; VALE5, R$ 12,05, -0,17%) foi na contramão do minério de ferro. A commodity spot com 62% de pureza e entrega no porto de Qingdao teve baixa de 0,37% a US$ 54,34 a tonelada seca.

As maiores altas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 JBSS3 JBS ON 12,22 +16,38 +3,59
 LAME4 LOJAS AMERICPN 15,10 +5,45 -6,31
 PETR3 PETROBRAS ON 12,54 +3,47 +46,32
 MRFG3 MARFRIG ON 6,50 +3,17 +2,36
 PETR4 PETROBRAS PN 9,75 +3,07 +45,52

Dentro do setor mais pesado no Ibovespa, o financeiro, bancos grandes voltaram a operar em baixa. Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 30,92, -1,53%), Bradesco (BBDC3, R$ 27,62, -1,32%; BBDC4, R$ 25,90, -1,75%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 19,06, -1,55%) recuaram. Juntas, as quatro ações respondem por pouco mais de 20% da participação na carteira teórica do nosso benchmark.

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano
 GOAU4 GERDAU MET PN 2,31 -7,60 +39,16
 GGBR4 GERDAU PN 6,16 -6,67 +32,47
 RUMO3 RUMO LOG ON 4,28 -4,46 -31,41
 CESP6 CESP PNB 12,90 -3,95 -3,15
 PCAR4 P.ACUCAR-CBDPN 42,50 -3,82 +1,56

Do lado das quedas, depois de subir até 6% nesta manhã, as ações da Gerdau (GGBR4, R$ 6,16, -6,67%) descolaram-se do setor siderúrgico e desabaram na Bolsa, juntamente com os papéis da Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 2,31, -7,60%), com o mercado aparentemente demorando a digerir a notícia desta manhã. 

Menos de 3 meses depois da deflagração da 6ª fase da Operação Zelotes, a Polícia Federal encaminhou, na tarde da última sexta-feira, o relatório final do inquérito que investiga a Gerdau por suspeitas de tentar sonegar R$ 1,5 bilhão. No total, foram indiciadas 19 pessoas, entre conselheiros e ex-conselheiros do CARF (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), advogados e membros da diretoria responsável da empresa investigada por sonegação.

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1
 PETR4 PETROBRAS PN 9,75 +3,07 594,86M
 VALE5 VALE PNA 12,05 -0,17 454,71M
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 30,92 -1,53 271,77M
 JBSS3 JBS ON 12,22 +16,38 261,90M
 BBAS3 BRASIL ON 19,06 -1,55 220,74M
 BBDC4 BRADESCO PN 25,90 -1,75 190,41M
 GGBR4 GERDAU PN 6,16 -6,67 167,08M
 BVMF3 BMFBOVESPA ON 17,55 -1,07 146,55M
 BBSE3 BBSEGURIDADEON 26,99 -3,61 125,47M
 ABEV3 AMBEV S/A ON 18,77 +0,05 117,98M

* – Lote de mil ações 
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
 

Sindicatos e empresários pressionam Temer
De acordo com o jornal “O Estado de S. Paulo”, Temer já está sendo pressionado tanto pelos empresários como pelos sindicatos para rever algumas medidas de ajuste que Meirelles andou esboçando na semana passada. Os focos são a reforma da Previdência e a volta da CPMF.

O presidente convidou as centrais sindicais para uma reunião nesta segunda-feira para discutir as mudanças no sistema previdenciário, já atacadas pelo deputado Paulinho da Força na sexta-feira. A CUT não confirmou presença e é muito difícil que compareça.

Temer diz que não tentará reeleição
O presidente interino Michel Temer afirmou hoje que não tem a intenção de se candidatar à reeleição. Em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, Temer disse também que, se for confirmado no cargo para cumprir o mandato até 31 de dezembro de 2018, pretende reduzir o desemprego e entregar à população um país pacificado. O presidente interino acrescentou que, caso cumpra essas tarefas, se dará por satisfeito. “Se cumprir essa tarefa, me darei por enormemente satisfeito.” 

Durante a entrevista, panelaços e protestos foram ouvidos em alguns bairros em pelo menos cinco cidades: São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Porto Alegre, enquanto em Belo Horizonte, foram ouvidos gritos contra o presidente interino.

Relatório Focus
Também tinha algum peso por aqui o Relatório Focus, com a mediana das projeções de diversos economistas, casas de análise e instituições financeiras para os principais indicadores macroeconômicos. A previsão para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2016 recuou de uma contração de 3,86% para uma de 3,88%, mas foi mantida para 2017 em um avanço de 0,50%. Já no caso do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é o medidor oficial de inflação utilizado pelo governo, as projeções são de que haja um avanço de 7,00% este ano.