Ibovespa chega a subir quase 1% no dia, mas fecha em leve queda com guerra comercial

Investidores se decepcionam com o andamento das conversas entre as duas maiores potências do mundo; dólar fechou na maior cotação da história

Ricardo Bomfim

Painel de ações e gráfico (Crédito: Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em leve queda nesta segunda-feira (18) em meio a notícias de que a China agora está pessimista com as chances de fechar um acordo comercial com os Estados Unidos.

De acordo com a CNBC, essa piora nas perspectivas ocorre por conta da relutância do presidente americano, Donald Trump, em reverter as tarifas impostas contra bilhões de dólares em produtos chineses.

Durante o dia, o índice chegou a subir quase 1% seguindo o desempenho dos ADRs (na prática, as ações das empresas brasileiras negociadas em Nova York) no feriado da sexta-feira (15).

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Com a B3 fechada, o índice Brazil Titans subiu 1,78%, impulsionado pelas falas do conselheiro Econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, de que Estados Unidos e China estariam próximos de um acordo comercial.

O Ibovespa terminou o pregão de hoje com leve variação negativa de 0,27%, aos 106.269 pontos, e o volume financeiro negociado foi de R$ 26,9 bilhões — impulsionado por vencimento de opções sobre ações.

Já o dólar comercial fechou em alta de 0,3%, para R$ 4,2055 na compra e R$ 4,2061 na venda, na sua máxima histórica de fechamento. O recorde anterior era do dia 13 de setembro de 2018, quando a moeda encerrou o pregão em R$ 4,1957.

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A máxima histórica intraday, contudo, continua sendo a do dia 24 de setembro, em que o câmbio chegou a bater R$ 4,24.

O dólar futuro com vencimento em dezembro registrava ganho de 0,44%, a R$ 4,218.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 sobe três pontos-base, para 4,67%, e o DI para janeiro de 2023 avança oito pontos-base, para 5,81%.

Maiores altas

Ativo Variação % Valor (R$)
MRFG3 5.55556 11.02
SUZB3 3.19236 37.82
VIVT4 2.22263 56.11
JBSS3 1.94434 26.74
MGLU3 1.64972 44.98

Maiores baixas

Ativo Variação % Valor (R$)
YDUQ3 -3.80711 37.9
CVCB3 -3.63994 39.18
NATU3 -3.21574 31
CIEL3 -3.04183 7.65
IRBR3 -2.72363 36.43

Hoje, os investidores acordaram com mais novidades sobre a guerra comercial. O vice-primeiro-ministro chinês Liu He manteve conversas por telefone com o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin, na manhã de sábado, de acordo com a agência Xinhua.

Durante as conversas, os dois lados tiveram “discussões construtivas” sobre as principais preocupações em relação ao fechamento da primeira fase do acordo comercial e concordaram em manter uma comunicação estreita.

Já o secretário de Comércio americano, Wilbur Ross, indicou na sexta-feira, à FOX TV, que o país poderá, em breve, finalizar um desenho de acordo com a China.

Contudo, as informações tiveram uma virada nesta manhã, com uma fonte afirmando à CNBC que há desacordo a respeito de alguns pontos cruciais para a fase 1 do acordo comercial, como o número específico de compras de produtos agrícolas dos EUA pelos chineses.

Por aqui, foi divulgado o Relatório Focus, com as expectativas dos economistas do mercado para os principais indicadores econômicos brasileiros.

Ao contrário do que se especulava no fim de semana, não foi elevada a projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, que se manteve em 0,92%. Contudo, para 2020, a expectativa mediana foi aumentada de 2,08% para 2,17%.

Com relação à inflação, a perspectiva para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 3,31% para 3,33% em 2019 e foi mantida estável em 3,60% para 2020.

A projeção do dólar foi mantida em R$ 4,00 tanto para 2019 quanto para 2020. Para a taxa básica de juros Selic, a expectativa se manteve em 4,5% para 2019 e foi reduzida de 4,5% para 4,25% em 2020.

Noticiário Corporativo

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) se reuniu na semana passada com bancos de investimento, nas primeiras apresentações de propostas para venda de ações da JBS (JBSS3), diz a Coluna do Broadcast.

Por ser uma quantidade relevante, cerca de 21% do capital da companhia, a venda deverá ser feita por meio de uma follow-on, com a primeira metade sendo vendida entre dezembro e janeiro do ano que vem.

Alvo de ações judiciais que somam quase R$ 40 bilhões por conta de supostos prejuízos causados por atividade de mineração em Maceió (AL), a petroquímica Braskem (BRKM5) anunciou o fim das atividades de extração de sal-gema na cidade.

Na quinta, a empresa reportou um prejuízo de R$ 888 milhões no terceiro trimestre, revertendo lucro de R$ 1,3 bilhão do mesmo período do ano passado.

A Sabesp (SBSP3) registrou lucro líquido de R$ 1,209 bilhão no terceiro trimestre, um crescimento de 113,9% em relação aos R$ 565,2 milhões apurados em igual período de 2018.

A Petrobras (PETR3PETR4) informou que iniciou a produção de petróleo e gás natural, por meio da plataforma P-68, do campo de Berbigão, no pré-sal da Bacia de Santos.

Em comunicado, a empresa diz que após a P-67, no campo de Lula, e P-76 e P-77, no campo de Búzios, a P-68 é a quarta unidade a entrar em operação em 2019, em linha com o Plano de Negócios e Gestão da Petrobras.

A Gerdau (GGBR4) informou a emissão de bonds no exterior no valor de US$ 500 milhões. Os papéis terão vencimento em 2030, com juros remuneratórios de 4,250% ao ano, e foram precificados a 98,973% de seu valor de face.

(Com Agência Estado, Agência Brasil e Bloomberg)

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.