Ibovespa cai mais de 2% pressionado por Itaú após resultado; dólar volta a subir

Mercado mostra perdas em meio a noticiário internacional, enquanto produção industrial no Brasil foi acima do esperado

Ricardo Bomfim

Gráfico de ações (Crédito: Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa engata uma forte queda nesta terça-feira (4) pressionado pelas vendas em Itaú Unibanco (ITUB4), com 6,9% de participação na carteira teórica e que desaba após o resultado do segundo trimestre.

Além do Itaú, outros bancos também registram perdas após as notícias de que na reunião de líderes partidários realizada na manhã desta terça, ficou decidido que o projeto do senador Alvaro Dias (Podemos-PR) que limita os juros do cheque especial e do cartão de crédito em 30% ao ano será votado na sessão da próxima quinta-feira (6). A cobrança seria válida entre março (cobrando retroativamente) e dezembro.

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Antes, a Bolsa já caía com a cautela dos investidores em mais um dia de debates no Congresso dos Estados Unidos sobre o pacote de US$ 1 trilhão em estímulos adicionais à economia contra o coronavírus.

Entre os indicadores econômicos nacionais, a produção industrial brasileira cresceu 8,9% em junho na comparação com o mês passado, acima da mediana das projeções dos economistas, que esperavam alta de 8%. No mês passado, a produção industrial já havia avançado 7%.

Os investidores também ficam atentos às disputas entre China e Estados Unidos. O presidente Donald Trump afirmou que a rede social chinesa Tiktok terá que fechar sua operação nos Estados Unidos até o dia 15 de setembro, a menos que haja um acordo para vender a operação americana. A Microsoft está no páreo para comprar o app.

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Às 12h55 (horário de Brasília) o Ibovespa cai 2,32% a 100.337 pontos.

Enquanto isso, o dólar comercial zera ganhos e tem alta de 0,37% a R$ 5,332 na compra e a R$ 5,334 na venda. Já o dólar futuro para setembro tem leve alta de 0,08% a R$ 5,333.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 tem alta de cinco pontos-base a 2,70%, o DI para janeiro de 2023 tem valorização de sete pontos-base a 3,70% e o DI para janeiro de 2025 avança oito pontos-base a 5,24%.

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Voltando ao Brasil, ainda no radar, o governo deve prorrogar novamente auxílio emergencial, segundo fontes destacaram à Bloomberg. O valor deve ser inferior aos atuais R$ 600, afirmaram as fontes que pediram anonimato porque o debate não é público.

O Ministério da Economia disse, por meio da assessoria de imprensa, que não vai comentar. A possibilidade de extensão da ajuda emergencial ocorre num momento em que, segundo os jornais, cresce no Congresso e mesmo no governo a pressão para furar o teto de gastos.

Nova CPMF

O plano do ministro da Economia, Paulo Guedes, para a criação de um imposto aos moldes da antiga CPMF, inclui a redução pela metade dos tributos pagos pelas empresas sobre a folha de salários. Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo“, o objetivo é reduzir a resistência no Congresso sobre a criação do novo imposto.

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Hoje, as empresas pagam uma alíquota de 20% sobre os salários como contribuição à Previdência. A proposta é reduzir esse peso de encargos para 10% (com isenção para os salários limitados ao mínimo). O primeiro ponto seria a redução de 20% para 15% da alíquota das empresas. A redução dos outros 5 pontos porcentuais seria obtida com a redução de 8% para 6% do valor dos salários que é depositado no FGTS e o corte permanente da metade dos encargos ao Sistema S.

Ampliação da faixa de isenção do IR de R$ 1,9 mil para R$ 3 mil e o fim da cobrança do IPI para eletrodomésticos também fazem parte desse pacote.

Meio ambiente

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, tenta driblar a meta de redução a devastação ambiental no Brasil. Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo“, o ministério quer propor que o objetivo de diminuir o desmatamento e os incêndios ilegais em 90% até 2023 seja desconsiderado.

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Essa meta seria substituída pela garantia de preservação de apenas uma área específica de 390 mil hectares de vegetação nativa na Amazônia por meio de um programa recém-criado, o Floresta+ Amazônia. A nova proposta ainda acaba com metas para os demais biomas brasileiros.

A tentativa ocorre no momento em que o governo Jair Bolsonaro (sem partido) é criticado por ambientalistas e cobrado por investidores para reagir ao avanço da devastação das florestas.

Radar corporativo

O Itaú Unibanco registrou um lucro líquido de R$ 3,4 bilhões no segundo trimestre do ano, uma queda de 49,8% na comparação com igual período de 2019. Já o lucro recorrente, que exclui itens pontuais, foi de R$ 4,2 bilhões, queda de 40% na mesma base de comparação.

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O principal motivo para esse tombo no resultado foram as despesas para devedores duvidosos (PDD), que chegou a R$ 7,77 bilhões, alta de 92% em 12 meses, mas recuo de 23% em relação ao trimestre anterior.

O índice de inadimplência (atrasos acima de 90 dias) diminuiu 0,4 ponto percentual no trimestre, para 2,7%. As receitas com tarifas registram queda de 7,4%.

Já a construtora You Inc decidiu cancelar uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) devido à fraca demanda, segundo reportagem da agência Reuters.

A empresa, que deveria fixar o preço da ação nesta terça-feira, planejava levantar cerca de R$ 1 bilhão e usar os recursos para continuar projetos habitacionais em desenvolvimento.

Na semana passada, outra construtora, Riva 9, subsidiária da Direcional Engenharia, também cancelou seu IPO.

Mas algumas empresas ainda querem captar recursos no mercado de ações. Os sócios da bandeira Elo (Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal) querem fazer o IPO da marca, segundo reportagem do jornal “O Estado de S.Paulo”.

O principal interessado nessa operação seria a Caixa, que também quer fazer o IPO de sua subsidiária de meios de pagamento, a Caixa Cartões. No entanto, o Bradesco é o acionista maior da Elopar, que controla a Elo, e por isso preciso ser convencido sobre o IPO.

E sobre a pandemia do novo coronavírus, a Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) informou que as drogarias de todo o país já fizeram 370 mil testes rápidos para a Covid-19.

Segundo a associação, 1.676 farmácias do país oferecem o serviço, a maior parte no sudeste. Dos testes realizados, 14,40% deram positivo.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.