Ibovespa ameniza em meio a melhora do desempenho das bolsas no exterior; dólar sobe a R$ 4,88

Mercado encontra um respiro de sequência impressionante de ganhos nos últimos pregões

Ricardo Bomfim

(Getty Images)

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SÃO PAULO – O Ibovespa ameniza perdas nesta terça-feira (9) após chegar a cair quase 2% com correção após sete altas. Lá fora, as bolsas americanas reduzem a queda registrada mais cedo em meio a uma renovação do rali das ações de tecnologia. O índice Nasdaq, que segue a performance dessas companhias, bateu máxima histórica ontem e volta a subir hoje.

No Brasil, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo irá unificar programas sociais e lançará o Renda Brasil. Ele destacou que o auxílio emergencial será estendido por mais dois meses e que será retomado o lançamento do Programa Verde e Amarelo para formalizar os empregos.

Também no noticiário doméstico, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou, na segunda-feira à noite, que o governo Jair Bolsonaro retomasse a divulgação na íntegra dos dados acumulados de mortes e casos confirmados de Covid-19 no site do Ministério da Saúde.

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Ainda em destaque, está o julgamento de ações contra chapa de Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na pauta desta terça-feira.

Às 12h36 (horário de Brasília) o Ibovespa tinha baixa de 0,79% a 96.875 pontos.

Enquanto isso, o dólar comercial sobe 0,72% a R$ 4,8875 na compra e a R$ 4,8897 na venda. Já o dólar futuro para julho opera em alta de 1,58% a R$ 4,904.

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No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 fica estável a 3,13%, o DI para janeiro de 2023 tem alta de um ponto-base a 4,22% e o DI para janeiro de 2025 avança três pontos-base a 5,78%.

Depois do rali desenfreado das últimas semanas, investidores calculam se essa recuperação dos mercados não ocorreu em um nível superior ao que será a recuperação da economia, que ainda sofre os efeitos do isolamento social imposto pela pandemia.

“Estamos lidando com muitas incógnitas, apesar da reabertura das atividades econômicas ainda estarem no caminho certo”, disse, à Bloomberg, Frank Tsui, gerente sênior de fundos da Value Partners.

Na segunda-feira, o Banco Mundial informou que a economia global poderia sofrer uma retração de 5,2% em 2020, o que seria a maior recessão desde a Segunda Guerra Mundial. Essa retração também deixaria mais pessoas em situação de pobreza, em especial nos países emergentes.

Entre os indicadores, o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) subiu 1,36% na primeira prévia de junho, acima do esperado pelos economistas. A mediana das projeções compiladas no consenso Bloomberg apontava para um crescimento de 1,02%. Com o resultado, ficaram para trás os temores de deflação com o recuo de 0,32% no mês anterior.

Enfrentamento da pandemia

E a divulgação dos dados sobre o contágio do novo coronavírus no Brasil ganha mais um capítulo. Na segunda-feira à noite, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinou que o governo Jair Bolsonaro retomasse a divulgação na íntegra dos dados acumulados de mortes e casos confirmados de Covid-19 no site do Ministério da Saúde.

Desde a semana passada, a pasta alterou horário e a a forma de divulgação dos números da Covid-19 no Brasil. O jornal O Estado de S. Paulo informou que a mudança se deu após o presidente Jair Bolsonaro pedir que o número de mortes publicados ficasse abaixo de mil.

A mudança na forma de divulgação levou um grupo de veículos a fechar uma parceria para buscar as informações junto às secretarias de saúde.

Pelas contas desse consórcio, o Brasil registrou 849 mortes por Covid nas últimas 24 horas, elevando o número total para 37.312. Pela publicação do Ministério da Saúde, foram 679 óbitos. O número atualizado de mortes acumuladas não está sendo mais informado pela pasta, mas ao somar esse último dado aos dias anteriores, o total seria de 37.134.

Cenário político

Os movimentos contrários ao governo de Jair Bolsonaro, como o Somos Democracia, marcaram um novo ato contra o atual governo para o próximo dia 14, apesar do avanço da Covid-19 no Brasil.

Além das críticas ao governo, os movimentos vão defender a democracia, pautas antirracista e o apoio ao SUS, segundo informou o jornal Folha de S.Paulo.

Em reação a esses movimentos, Bolsonaro definiu que irá intensificar a polarização com o PT para evitar o fortalecimento de siglas do centro.

Ainda em destaque, o julgamento de ações contra chapa de Bolsonaro no TSE está na pauta desta terça-feira. Conforme destaca o Valor, o TSE deve rejeitar primeiras ações que pedem cassação da chapa de Bolsonaro e Mourão.

A pauta de hoje na Corte eleitoral inclui dois processos que pedem o afastamento do presidente e seu vice por tirarem vantagem de uma invasão hacker a um grupo no Facebook durante a campanha eleitoral.

Nos bastidores do Tribunal, o entendimento é o de que esses processos são juridicamente frágeis e não têm chance de prosperar, mas os ministros não são tão categóricos quanto às outras quatro ações, que investigam o impulsionamento ilegal de mensagens por meio do WhatsApp, diz o jornal.

Panorama corporativo

As empresas brasileiras seguem buscando forma de equilibrar o seu caixa para lidar com a crise causada pela pandemia do novo coronavírus.

A siderúrgica CSN concluiu o reperfilamento de R$ 300 milhões em dívidas junto à Caixa Econômica Federal. Os valores iriam vencer entre este mês e setembro e agora foram transferidos para o período de 2021 a 2024.

As condições desse reperfilamento não foram divulgadas. A companhia informou que “segue negociando o alongamento de seu passivo financeiro, visando à preservação da liquidez necessária para executar sua estratégia de desalavancagem e geração de valor aos seus acionistas”.

Já a A Raízen Energia aprovou duas emissões de debêntures, que vão totalizar R$ 1,25 bilhão. Os recursos serão utilizados em investimentos na operação.

O vencimento dessas operações se dará em dez anos, segundo a companhia.

A B3 informou ainda que irá operar nos feriados paulistas de 9 de julho e 20 de novembro. No dia 11, Corpus Christi, não haverá pregão.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.