Ibovespa cai com bancos e dólar zera após disparar com notícia de redução nos swaps

Índice tem queda após desempenho forte da véspera ao mesmo tempo em que o dólar zera depois de decisão do BC trazer disparada pela manhã; dados da China puxam Vale e siderúrgicas

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Depois de subir pela manhã com Grécia, o Ibovespa virou para queda nesta quinta-feira (11) com notícias de que o FMI (Fundo Monetário Internacional) deixou as conversas com a Grécia citando “grandes diferenças” com o país. Com isso, as bolsas norte-americanas ameaçaram reduzir ganhos, mas já voltam a subir com os dados de vendas do varejo. Por aqui, a ata do Copom (Comitê de Política Monetária) traz alta dos DIs. 

Às 15h44 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira tinha queda de 0,62%, a 53.542 pontos. Ao mesmo tempo, o dólar comercial viarava para uma leve queda de 0,006%, a R$ 3,1125 na compra e a R$ 3,1145 na venda. O câmbio reagiu pela manhã à decisão do Banco Central de reduzir os contratos em leilão de swaps, mas zera ganhos. “Moeda americana perde força com os exportadores voltando ao mercado para aproveitar a forte valorização da divisa”, diz Correparti, em relatório. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 sobe 14 pontos-base para 13,87% enquanto o DI para janeiro de 2020 sobe 5 p.bs. para 12,89%, refletindo a ata do Copom (Comitê de Política Monetária). 

Nos Estados Unidos, as vendas do varejo subiram 1,1% em maio, mostrando recuperação da economia norte-americana. Dados melhores nos EUA são geralmente vistos como negativos na Bolsa porque aumentam as chances de uma elevação dos juros na maior economia do mundo mais cedo que o esperado. 

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Ata do Copom
A ata da última reunião do Copom registrou que a inflação está mostrando persistência e que os avanços no enfrentamento a ela não têm se mostrado suficientes para combatê-la. Na semana passada, o comitê elevou a taxa básica de juros da economia brasileira em 0,5 ponto percentual de 13,25% para 13,75%. 

“A propósito, o Copom avalia que o cenário de convergência da inflação para 4,5% no final de 2016 tem se fortalecido. Para o Comitê, contudo, os avanços alcançados no combate à inflação – a exemplo de sinais benignos vindos de indicadores de expectativas de médio e longo prazo – ainda não se mostram suficientes. Nesse contexto, o Copom reafirma que a política monetária deve manter-se vigilante”, diz a ata.

Para Bruno Gonçalves, analista da WinTrade, a sinalização de mais juros que vem com a comunicação mais hawkish (agressiva) do Banco Central traz maior atratividadade para a renda fixa enquanto reduz o apetite de risco para Bolsa. 

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Ações em destaque
Quem mais pesa sobre o índice hoje são as ações de bancos, que corrigem depois de subir ontem depois que notícia do Valor Econômico trouxe informações de que a tributação de dividendos e o fim dos juros sobre capital próprio estariam longe dos horizontes do Ministério da Fazenda dentro do contexto do ajuste fiscal. Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 33,38, -1,13%), Bradesco (BBDC3, R$ 26,60, -0,56%BBDC4, R$ 28,10, -0,46%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 22,79, -1,81%) registram queda. 

Já as ações da Petrobras (PETR3, R$ 14,09, -0,42%PETR4, R$ 12,90, -1,15%) caem após o BTG Pactual ter cortado o preço-alvo dos ADRs (American Depositary Receipts) da estatal hoje, passando de US$ 10,00 para US$ 9,00, em meio a perspectivas menores para o preço do petróleo depois da reunião da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). O banco reduziu as projeções para o preço da commodity esse ano de US$ 90 para US$ 75, enquanto para 2016 passou de US$ 85 para US$ 80. 

Hoje, as cotações do petróleo recuam depois de seguidas sessões de alta. O barril do WTI (West Texas Intermediate) cai 0,60%, a US$ 61,06, ao passo que o Brent tem queda de 0,68%, a US$ 65,25.

Os papéis da Embraer (EMBR3, R$ 23,37, -0,21%) passavam a recuar depois de liderar os ganhos na abertura. Exportadora, a companhia passou a ser prejudicada pela alta menor do dólar hoje. 

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 GFSA3 GAFISA ON 2,33 -3,72
 DTEX3 DURATEX ON 8,04 -3,48
 KLBN11 KLABIN S/A UNT N2 18,86 -2,98
 PCAR4 P.ACUCAR-CBD PN 83,18 -2,50
 MULT3 MULTIPLAN ON N2 47,80 -2,45

As ações da Vale (VALE3, R$ 21,33, +0,57%; VALE5, R$ 17,96, +0,90%) subiam. Um relatório do BTG Pactual disse que a chance do minério de ferro cair abaixo de US$ 50 a tonelada diminuiu, mas que o recente rali da commodity é temporário. “Lembramos que nos próximos anos temos 250 milhões de toneladas de nova capacidade no mercado”, afirma a equipe de análise do banco de investimentos. 

Assim como a mineradora, siderúrgicas sobem nesta quinta. Elas ganham impulso dos dados da China de investimento em ativo fixo, que reforçam as expectativas de estímulo no país. CSN (CSNA3, R$ 6,06, +0,33%), Gerdau (GGBR4, R$ 8,60, +2,26%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 7,60, +1,60%) e Usiminas (USIM5, R$ 4,79, +0,21%) têm alta.  

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 MRFG3 MARFRIG ON 4,13 +5,90
 KROT3 KROTON ON 12,37 +3,08
 ESTC3 ESTACIO PART ON 20,58 +2,54
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 8,18 +2,51
 GGBR4 GERDAU PN 8,60 +2,26
* – Lote de mil ações 
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Corte de projeção
Ainda tem impacto no mercado hoje, o corte da previsão de crescimento do Brasil em 2015 e para os próximos dois anos pelo Banco Mundial. A previsão para este ano é de que a economia brasileira encolha 1,3%. Em um documento anterior, divulgado em janeiro, a instituição estimava expansão de 1% para o País. O Brasil foi o país que teve o maior corte de projeções entre as principais economias mundiais avaliadas no documento do Banco Mundial. Além do corte em 2015, a projeção para o ano que vem foi reduzida de crescimento de 2,5% previsto em janeiro para 1,1%. Para 2017, a nova estimava é de expansão de 2% no Produto Interno Bruto (PIB), ante 2,7% do documento anterior.

Ainda no radar, a presidente Dilma Rousseff demonstrou nesta quinta, preocupação com alta da inflação, que em maio chegou a 0,74%, o maior índice mensal do IPCA desde 2008, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dilma afirmou que “o Brasil não pode conviver com inflação alta”, mas “já está tomando todas as medidas” para estabilizar os preços. Indagada sobre a crise internacionais e seus desdobramento, a presidente afirmou que a “marolinha” “virou onda”.

Pressão volta na Grécia
Segundo informações da Bloomberg, o presidente da União Europeia, Donald Tusk, disse a Tsipras para aceitar as condições de auxílio financeiro depois que o FMI (Fundo Monetário Internacional) deixou a reunião de Bruxelas de mãos vazias. O FMI disse que a equipe do fundo saiu da reunião depois de falhar em conseguir progresso com um acordo para a dívida que ajudasse a Grécia a evitar um default. 

“Nós precisamos de decisões e não de negociações agora”, afirmou Tusk. 

Dados da China
Enquanto isso, na Ásia, o dia também foi de ganhos, com destaque para o Nikkei, que subiu 1,68%. Em destaque, estão os dados da China. O investimento em ativo fixo da China cresceu mais lentamente do que o esperado em maio e a uma taxa que não era vista desde 2000, embora a expansão das vendas no varejo e da produção industrial tenha se estabilizado, alimentando argumentos a favor de Pequim aumentar o suporte de política para evitar uma desaceleração mais forte. Com isso, continuam as expectativas por estímulo no país. 

A produção industrial cresceu 6,1% no mês passado em comparação com o mesmo período do ano anterior, informou nesta quinta-feira a Agência Nacional de Estatísticas, ante expectativa de alta de 6% e 5,9% em abril.

As vendas no varejo da China cresceram 10,1% em maio ante igual mês do ano passado, apresentando ligeira aceleração frente ao acréscimo anual de 10,0% visto em abril, segundo dados divulgados hoje pelo Escritório Nacional de Estatísticas do país. O resultado de maio veio em linha com a previsão de economistas consultados pelo Wall Street Journal.