Ibovespa cai mais de 8% e renova temores de mais um circuit breaker; dólar sobe a R$ 5,14

Bolsa tem mais um dia de pessimismo por conta da proliferação da Covid-19

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa registra forte queda nesta quarta-feira (18) e renova temores de um novo circuit breaker. No radar, volta a pesar a aversão ao risco por conta do coronavírus, que se sobrepõe a análises mais otimistas a respeito dos recentes pacotes de estímulos lançados por governos e bancos centrais no mundo inteiro para combater a pandemia.

No Brasil, o número de casos da doença atingiu 291 segundo o Ministério da Saúde, mas secretarias estaduais falam em 349. Houve uma morte em São Paulo confirmada ontem.

Devido às medidas que são tomadas para conter o avanço da Covid-19, diversos bancos e casas de análise cortaram projeções para a economia brasileira. O Santander revisou de 2% para 1% sua expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, enquanto o Credit Suisse foi mais radical e reduziu de 1,4% para 0% sua previsão. O UBS cortou sua projeção do PIB de 1,3% para 0,5%.

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Às 10h28 (horário de Brasília), o Ibovespa caía 8,65% a 68.166 pontos. Enquanto isso, o dólar comercial avançava 2,84%, a R$ 5,1421 na compra e R$ 5,1446 na venda, chegando a uma máxima de R$ 5,18 mais cedo. O dólar futuro para abril sobe 2,7%, a R$ 5,145.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 sobe 40 pontos-base a 4,97%, o DI para janeiro de 2023 avança 51 pontos-base a 6,01% e o DI para janeiro de 2025 tem alta de 60 pontos-base a 7,33%.

Vale lembrar que hoje é dia de decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom). De acordo com expectativa mediana da Bloomberg, o Copom deve realizar corte de 0,5 ponto percentual na Selic e reduzir a taxa para 3,75%. A decisão sai após o fechamento dos mercados.

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A segunda reunião do colegiado no ano ocorre em meio à pandemia global de coronavírus, o que leva o mercado a se mostrar atipicamente dividido sobre a decisão, com previsões entre os analistas pesquisados pela Bloomberg oscilando desde a estabilidade até corte de 0,75 ponto. Fora da pesquisa, alguns economistas, como Carlos Kawall, do Asa Bank, têm destacado que o BC poderia cortar até 1 ponto.

Os contratos futuros do petróleo operam em forte queda nesta quarta-feira, ampliando robustas perdas, em meio a temores sobre o impacto que a pandemia de coronavírus terá na demanda pela commodity e na economia global. O contrato WTI atingiu os US$ 25 pela primeira vez desde 2002.

Mais tarde, às 11h30, investidores vão acompanhar a pesquisa semanal do Departamento de Energia (DoE) norte-americano sobre estoques de petróleo e derivados dos EUA.

Política 

O presidente da República, Jair Bolsonaro, enviou na noite de ontem um pedido para o Congresso declarar estado de calamidade pública no Brasil, por causa da pandemia do coronavírus.

O Congresso deverá aprovar hoje o pedido. O estado de calamidade pública pedido pelo presidente deverá vigorar até o final deste ano e permitirá que o governo federal exceda o limite de gastos fixado na Lei de Responsabilidade Fiscal.

Coronavírus no Brasil

O ministro da Saúde, Luiz Mandetta, traçou um possível quadro dramático da pandemia do coronavírus nos Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais. Mandetta disse em entrevista à Folha de S. Paulo que a infraestrutura de saúde dos dois estados, que já atravessavam grave crise fiscal antes mesmo da chegada do Covid-19, é muito frágil e os pacientes poderão migrar para o sistema de saúde de São Paulo.

Noticiário corporativo

Várias empresas da indústria e do comércio, como Minerva (BEEF3), Suzano (SUZB3) e Multiplan (MULT3) anunciaram ontem à noite que liberaram home office para funcionários das áreas administrativas, deram férias coletivas ou reduzirão os horários dos funcionamentos das operações comerciais, por causa da pandemia do coronavírus no Brasil. Já nos negócios, A Brasil Properties (BRPR3) anunciou na noite de ontem que recomprará quatro milhões de ações ordinárias, em um programa que se estenderá a 2021.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.